M10 Booker, o novo carro de combate leve do US Army

No último sábado, dia 10 de junho, durante as celebrações dos 248 anos de fundação do Exército dos Estados Unidos (US Army), no National Museum of the United States Army, em Fort Belvoir, no Estado da Virgínia, foi apresentado seu mais novo blindado, o M10 Booker, cujo nome foi uma homenagem a dois militares condecorados por seu heroísmo no campo de batalha, mas separados pelo tempo: o soldado Robert D. Booker e o sargento Stevon A. Booker, mortos em combate na Tunísia, durante a Segunda Guerra Mundial, e no Iraque, na Operação “Tempestade do Deserto”, respectivamente.

O M10 Booker é uma viatura blindada de combate sobre lagartas, projetada e desenvolvida pela empresa americana General Dynamics Land Systems (GDLS), tendo como base a plataforma hispano-austríaca ASCOD, para aprimorar as capacidades das equipes de combate da Brigada de Infantaria do Exército (“Infantry Brigade Combat Team” – IBCT), principalmente para permitir que forças mais leves e móveis superem os adversários mais pesados. De acordo com o chefe do Estado-Maior, general James McConville, o Exército está passando por sua maior transformação em mais de quarenta anos.

A IBCT foi projetada para ser altamente móvel e flexível, e é a unidade de manobra básica destacável no US Army. Em 2016, foi relatado por meios de comunicação de defesa que o Exército estava interessado em criar uma viatura de combate leve para manter a relevância destas unidades durante extensas operações de combate contra um adversário comparável. Inicialmente apelidado de “Light Tank”, foi denominado com o nome do novo conceito proposto, ou Mobile Protected Firepower (MPF), para desencorajar as tropas de o tratar como um carro de combate tradicional e o empregar de maneira semelhante ao M1 Abrams, que é um Main Battle Tank (MBT).

A evolução do MPF apresenta uma chance de preencher um vazio de capacidades deixado pela aposentadoria do carro de combate M551 Sheridan, classificado como Armored Reconnaissance /Airborne Assault Vehicle (AR/AAV), que, apesar de suas falhas técnicas, eram muito apreciados por suas robustas habilidades operacionais.

Em junho de 2023, o US Army anunciou a concessão de um contrato de US$ 1,14 bilhão à GDLS, para a produção e distribuição de 96 MPF, mas com o objetivo de adquirir 504 viaturas ao todo (14 por IBCT), sendo que previsão é que a primeira unidade esteja operacional em 2025.

O armamento principal é o canhão de baixo recuo M35, de 105 mm e 52 calibres, com capacidade de disparar projéteis cinéticos do tipo APDS (“armour-piercing discarding sabot”), com alcance de 1,8 km, e químicos de alto explosivo (HE) a até 4 km, com grande probabilidade de acerto no primeiro disparo, devido aos seus modernos sensores e sistema de controle de tiro, o mesmo do M1A2 Abrams SEPv3. Além disso, possui uma metralhadora coaxial de calibre 7,62×51 mm, uma de 12,7×99 mm (.50 BMG), sobre a torre e na escotilha do comandante (mas que pode ser substituído por um SARC), e quatro lançadores quádruplos de granadas fumígenas, montados em dois pares, na parte frontal da torre.

Seu sistema propulsor é composto por um motor diesel MTU 8V199, com 800 cv, com uma transmissão Allison 3040 MX que, somado a suspensão hidropneumática desenvolvida pela Horstman, que usa gás nitrogênio de alta pressão e um amortecedor de óleo integral, em cada lado de seis rodas de apoio, oferece uma excelente relação peso-potência.

Possui um peso de combate na ordem de 40 toneladas e suas dimensões foram concebidas para que duas viaturas possam ser transportadas em uma aeronave de transporte Boeing C-17 Globemaster III, para apoiar missões no exterior.

Artigos Relacionados

Formulação Conceitual dos Meios Blindados do Exército Brasileiro ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO-PORTARIA Nº 162-EME, DE 12 DE JUNHO DE 2019 Documento...

Pela primeira vez no Brasil, foi realizado o reabastecimento em voo (REVO) por helicóptero, foi a chamada Operação MANGA. Na...

Em respostas às fortes chuvas que atingiram o Rio Grande do Sul, o Exército Brasileiro deu início à Operação Sempre...

O Dr. Felipe Medeiros, gerente de desenvolvimento de Negócios da BAE Systems Brasil, foi nomeado membro associado (“associate fellow”) do...

Com a aquisição, conglomerado dos Emirados Árabes vai se torna um líder global em tecnologias não letais e aumenta suas...

Assim como aconteceu no VBC Cav, o Exército terá a seu dispor um sistema de artilharia considerado o “estado da...

Comentários

13 respostas

  1. lindo blindado, mas para um exercito no qual seria o veiculo de combate principal, como o nosso, no minimo um canhão de 120mm, como o CV90.

  2. Uma grana Alta para desenvolver e fabricar um Blindado deste, ai vem um Drone fundo de Quintal , digo do Irã, que custa menos que uma Munição de 155mm e inutiliza o Blindado de ultima geração no campo de batalha!!
    A Sobrevivência de Blindados mediante a utilização drones não será fácil.
    Que o Exercito Brasileiro atualize e amplie sua capacidade de sobrevivência/defesa e ataque com Drones, invistam no desenvolvimento e produção deste meio.

    1. Este eu não acho, mas imagino que a empresa deva lançar versões de exportação e estas talvez possam ser do interesse do EB.

      1. Oque “fura” o Leo1A5 também fura o Bokker é tão vulnerável quanto, lembrando que o sistema de pontaria do 1A5 é derivado do Leo2. Não consigo ver vantagens neste tipo de veículo, tremenda gambiarra mas será produzido nos EUA e por esse motivo terá uma legião de admiradores se fosse Chinês ou Russo seria hostilizado…

    1. Sim.
      Griffin II Light Tank foi o nome dado pela empresa quando ainda era um projeto.
      MPF M10 Booker é o nome utilizado no US Army.

  3. A guerra na Ucrânia está provando cada dia mais que blindados raramente confrontam blindados, tornando o canhão de 120mm desnecessário. O canhão de 105mm é mais leve, tem cadência maior e permite carregar mais munição.

    1. Perfeito sua colocação. Foi esse pensamento que levaou os franceses a construir a Linha Maginot, pois a Primeira Guerra era estática, veio a Alemanha com a Blitzkrieg e mudou tudo!! Outro erro é acharem que os drones vão fazer de tudo e resolver as guerras futuras, para toda medida existe contra-medidas!!

  4. Para as demandas do CFN, acredito que possivelmente esse veículo é adequado… Mas para o EB? Não creio… Aposto mais num chassi qualquer com a torre HITFACT da Oto Melara… Talvez o chassi de um Leo 2A4 ou similar… O EB está firmemente resolvido a adotar o canhão 120mm. E se possível, um MBT com uma blindagem melhor…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

DISPONÍVEL