Na manha de hoje, 05 de julho, ocorreu a oficialização do contrato para a aquisição de mais 420 unidades da viatura blindada multitarefa – leve sobre rodas (VBMT-LSR) 4X4 Guaicurus entre o Exército Brasileiro (EB) e a IDV Latin America (IDV LATAM).
A assinatura foi feita pelo general-de-divisão Tales Eduardo Areco Villela, diretor de fabricação do Exército, e Humberto Marchioni Spinetti, presidente da IDV LATAM, na sede da Diretoria de Fabricação (DF), no Rio de Janeiro (RJ). As viaturas serão produzidas na unidade da empresa em Sete Lagoas (MG), com grande quantidade de componentes de fabricação nacional, diminuindo a dependência logística externa. A previsão é que as primeiras unidades sejam entregues em 2026.
“A assinatura do novo contrato de obtenção por nacionalização da viatura Guaicurus pelo Exército Brasileiro é um marco significativo na estratégia de defesa nacional. Com foco no conteúdo nacional, podendo atingir 50%, a parceria em tela não apenas fortalece a capacidade industrial do Brasil, mas também promove o desenvolvimento tecnológico do País. A produção local de 420 viaturas na IDV impulsiona a economia interna, gerando empregos e fomentando o desenvolvimento tecnológico, e assegura que as Forças Armadas estejam dotadas de equipamentos de última geração, adaptados às necessidades específicas do território brasileiro. Esse compromisso com a nacionalização não só reforça a soberania nacional, mas também contribui para a absorção de conhecimentos na fabricação de blindados pela Força Terrestre e o avanço contínuo das capacidades industriais do Brasil no setor de defesa”, declarou o general Tales Villela.
Humberto Spinetti declarou: “Este é mais um marco importante na sólida parceria entre o Exército Brasileiro e a IDV, que inclui até o momento o fornecimento de mais de 700 unidades da viatura blindada anfíbia Guarani 6X6 e 32 unidades da viatura blindada multitarefas LMV-BR. Estamos honrados em poder contribuir na modernização dos meios do EB e no enriquecimento tecnológico da BID”.
A Força Terrestre possui atualmente 48 viaturas do tipo LMV (“Light Multirole Vehicle”), sendo 16 da versão Lince K2, adquiridos usados do Exército Italiano em 2018, no âmbito da Intervenção Federal no Rio de Janeiro, e 32 Guaicurus (LMV-BR), provenientes de uma concorrência internacional, cujo contrato foi assinado em 2018 e que previa a aquisição de 186 unidades. A versão adquirida agora é a LMV-BR2 (LMV2), com melhor desempenho, maior capacidade de carga útil, confiabilidade e segurança aprimorada.
Essas viaturas, quesão consagradas internacionalmente pelo elevado nível de proteção para sua tripulação, serão utilizadas nas mais diversas funções nas brigadas mecanizadas do Exército, substituindo diversos modelos mais antigos, como os Agrale AM11 e AM21, que não possuem proteção balística, dentro do Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas (Prg EE F Bld).
ARMAMENTO
Todas as viaturas serão equipadas com o sistema gerenciador de Plataforma (SGP) PROTEUS e possuirão armamento, sendo previsto que 105 (25% do total) com sistemas de armas remotamente controlados (SARC) REMAX 4, produzidas pela Ares Aeroespacial e Defesa,cujo contrato deverá ser assinado nos próximos meses, e as restantes com torres manuais do tipo “meia cúpula”.
Em outubro de 2022, o EB adquiriu 258 torres Platt MR550 Bi-Metal, sendo 24 do tipo “meia cúpula”, para as viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6X6 Guarani,já em uso,e nas VBMT 4X4 Guaicurus adquiridas em 2018, porém para este contrato se prevê a aquisição de um total de até 315 unidades deste sistema, mascom a possibilidade de a utilização de um equipamento nacional: a REMAN.
Atualmente a torre manual REMAN já foi adotada (e está em uso) pelo EB, mas, segundo informou Frederico Medella, diretor comercial e marketing da Ares, “a versão ‘meia cúpula’ do Guaicurus está em fase final de projeto e pretendemos começar sua produção ainda neste ano para iniciar os testes no primeiro trimestre de 2025”, reforçando o esforço da empresa em oferecer àForça Terrestre um sistema de armas tão eficiente e versátil como as SARC da família REMAX. “A adoção da REMAN no Guaicurus aumentaria mais a participação da indústria nacional neste programa de aquisição”, completou Medella.
Vale salientar que a REMAN já possui três versões disponíveis para o Guarani (“cúpula completa”, “meia cúpula” e “escudo”), mas devido ao menor peso do Guaicurus, a massa da nova versão está sendo diminuída, sem abrir mão da proteção ao atirador, com objetivo de não comprometer a capacidade de carga (“payload”) da viatura.
Um ponto a ser debatido seria a previsão da proporção de apenas 25% a serem equipadas com SARC, pois, tendo em vista o excelente desempenho deste tipo de sistema, com maior precisão e proteção seus sistemas optrônicos garantem uma grande consciência situacional ao comandante da viatura e, por consequência (devido à utilização do SGP), a todo o escalão de comando da operação, talvez esta proporção possa ser aumentada.
Respostas de 23
Um belo exemplo de veiculo que possui similar produzido pela AVIBRAS (Guará 4WS 4X4) que precisa de investimento das forças e do gov mas seguimos preferindo comprar de terceiros do que investir na produção local. Uma pena
Avibras só monta! Tudo nele vem de fora. Ele é praticamente um Sherpa, da França, com o emblema da Avibras. É um veículo custo e caro de se adquirir.
Olá, Gabriel,
O veículo a que se refere é o Tupi, uma parceria entre a Avibras e a Renault Veículos (defesa), Já o Guará 4WS 4×4, é um produto totalmente desenvolvido pela Avibras, um veículo que ainda não consta do inventário de nenhuma força, porém um bom projeto com grande potencial de evolução, 100% nacional.
O Guará nem existia quando o Lince ganhou a licitação. A Avibrás escolheu fazer um acordo com a Renault para produzir um Sherpa com algumas modificações, como a colocação de um banco extra, e o chamou de Tupi. O Tupi perdeu a licitação.
Algumas PMs compraram viaturas blindadas e não sei dizer se o Guará participou de alguma, mas seguramente não ganhou nenhuma.
Aliás, no site da Avibrás sequer consta ele como produto disponível. Ou seja, ela já desistiu dele, que sobrevive apenas nos sonhos de alguns entusiastas.
Junior…
O veículo Guará, é um projeto antigo, esteve em teste no Haiti, com tropas brasileiras.
É um bom veículo, pena que o Exército, só de valor em projetos internacionais.
Paulo, saberia me dizer se está aquisição irá alterar o contrato em relação ao número de Gauranis ? Lembro que vi alguns post relacionados, que devido ao baixo orçamento, seria mais viável diminuir o contrato de Guaranis para aumentar os Guaicurus.
Paulo: com este contrato, quantos Guaranis compraremos a menos?
A redução das VBTP 6X6 Guarani será acertada em outro contrato.
Assim que possível, haverá um artigo sobre isso no site.
Aguardem 😉
Obrigado.
Se possível nesta próximo artigo ,traga também se já há encomendas dos canhões TORC 30Mm pelo E.B..
obrigado
Que noticia Boa!!
Que não usem os portos da Alemanha para envio de peças ao Brasil
Boa tarde!
Uma ótima notícia, a parceria com a Itália na questão defesa vem aumento ,com certeza irá causar mais ciúmes nos franceses e alemães.
Excelente notícia, Brasil precisa de meios que protegem seus recursos humanos. Melhor destruir o veículo e tem os soldados de volta, guerra da Ucrânia mostrou muito sobre o valor dos equipamentos ocidentais contra os russos.
Com a redução do número de VBTP para a aquisição dos Guaicurus, como fica a situação das VBE do Guarani, uma vez que até o momento, apenas a versão de engenharia chegou a receber alguns implementos para testes, e mesmo assim ainda longe de estar prontificada.
Existe RO emitidos para VBE Ambulância, Posto Comando e Porta Morteiro, todas sem nenhuma informação mais recente sobre a situação evolutiva destas versões.
Excelente notícia!!!
Excelente notícia! Como mencionado no texto, acho 25% das viaturas com o REMAX 4 é muito pouco para as 420 viaturas adquiridas. Na minha opinião poderia ser 75% das viaturas armadas com a REMAX 4 e as 25% seriam armadas com o SAAB MSHORAD. Já visando o atual e futuro cenário das ameaças representadas principalmente pelos drones kamikazes.
A grosso modo, conseguiremos mobiliar 21 Esqd C Mec com essa aquisição. Isso dá mais ou menos 1 Esqd por Rgt mais os Esqd independentes. Como o contrato é de 10 anos, 2 Esqd (42 Vtr) por ano, a contar de 2026.
Está longe do ideal mas já é um ótimo começo.
Só achei o custo da viatura bastante alto, cerca de R$ 3,3mi por unidade, praticamente a metade de um guarani completo (casco, REMAX, rádios e GCB)
Paulo, na materia fala em substituir parte dos Agrale AM11 e AM21, os AM11 me faz sentido devido a sua finalidade nos esqd de reconhecimento/esclarecimento, mas os AM21 não tem essa função ao meu ver, você pode me esclarecer esse ponto?
Por favor, dê uma lida neste artigo: https://tecnodefesa.com.br/exercito-inicia-a-criacao-de-sua-primeira-companhia-anticarro-mecanizada/
só não intendi o porque de adquirir a platt sendo que a nacional fica pronta ano que vem.
A aquisição da Platt é no mínimo vergonhosa, se não for criminosa. O EB está pagando muito mais caro por ela do que pagou pela Reman dos Guaranis, fora a parte que “exportou” empregos para a Austrália.
Tenho muito orgulho de fazer parte da família IDV. Aqui para mim não é trabalho, mas sim é um grupo de pessoas que ama e tem um prazer de vê o seu trabalho sendo reconhecido em muitos países. E que venha muitos mais projetos para o nosso Brasil.
Que o próximo passo seja a produção sob licença das SuperAV 8×8 para o EB e CFN.
Ambos necessitados de viaturas deste porte para suas OM mec e bldas.