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Tecnologia inovadora em satélites vai mapear aquicultura no Brasil

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) planeja testar uma das mais avançadas tecnologias de imageamento por satélite. Isso será conduzido pela Embrapa Territorial como parte do acordo de cooperação técnico-científica para detecção automática de viveiros escavados para aquicultura.

A aplicação está sendo desenvolvida pela empresa brasileira Concert Space e o satélite com a aplicação será colocado em órbita pela canadense, por meio da Missão Möbius, prevista para 2025. A assinatura oficial para seguimento dessa parceria aconteceu na sede da Embrapa Territorial, em Campinas (SP).

A tecnologia poderá conferir ao mapeamento remoto da aquicultura uma maior agilidade na identificação das regiões produtoras no Brasil. De acordo com a chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento, Lucíola Magalhães, a expectativa é que a nova tecnologia facilite a atualização anual dos viveiros escavados, não só para os municípios já mapeados pela equipe da Embrapa Territorial, mas para todos os municípios do Brasil.

Para além da sua relevância para a pesquisa aquícola, a disponibilidade de dados sobre o segmento também poderá contribuir para o fomento de políticas públicas e estatísticas do setor.

Para a realização do projeto, será utilizada a tecnologia SDS (satélite definido por software), solução que proporciona alterar as missões durante a sua operação –  ao contrário dos satélites tradicionais, que executam uma única  função ao longo de sua vida útil. Isso possibilita a utilização do equipamento em uma ampla gama de aplicações, reduzindo o custo, além de outras vantagens.

 A missão MÖBIUS pretende lançar uma constelação de satélites do tipo SDS para imageamento, comunicação e computação em nuvem. O lançamento no qual a Embrapa irá participar será o primeiro da série e servirá como uma prova de conceito para outro programa espacial, o Bifrost, da brasileira Concert Space, que também pretende lançar uma constelação de três satélites com tecnologia SDS em órbita terrestre baixa (LEO), para fins de sensoriamento remoto.

Os satélites são concebidos para serem de baixo custo, fabricação rápida e ter um tempo médio de vida útil em torno de cinco anos. Essa arquitetura de constelação permite modelos de negócios que otimizam o investimento e mantêm um fluxo permanente de fabricação e lançamentos, viabilizando o modelo de negócios “Satellite as a Service – SaaS” (satélite como serviço), onde a missão pode ser compartilhada por múltiplos usuários.

“A constelação pode ser usada de diferentes maneiras e em diferentes indústrias, como a de comunicação, tecnologia da informação,agronegócio e outros, potencializando a capacidade de atender as demandas do mercado nacional e internacional. A tecnologia é considerada disruptiva, inovadora e sólida, criando uma janela de oportunidade para o Brasil”, destaca o CEO da Concert Space, Rafael Mordente.

A Concert, aliás, é uma das maiores empresas de tecnologia operacional (TO) do Brasil, com mais de 40 anos de “expertise” nos setores de energia e aeroespacial. Entre seus clientes estão grandes concessionárias de energia, como a CEMIG e a Light, além do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão. A empresa desenvolve sistemas para monitoramento e gerenciamento de dispositivos em tempo real e fornece mão de obra para operação, suporte e comissionamento de subestações elétricas. Também utiliza recursos de Engenharia, automação, IoT (internet das coisas), inteligência artificial, entre outras tecnologias..

Já a GALAXIA Mission System é uma empresa canadense de computação espacial que torna o acesso ao espaço em tempo real simples, sem esforço e mais acessível. Através do desenvolvimento da plataforma MÖBIUS SDS, a GALAXIA está redefinindo como os dados são coletados e processados a partir do espaço e quem pode acessá-los.

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Uma resposta

  1. Parabéns ao EMBRAPA por ser referência em pesquisa no ramo que atual.

    E parabéns para ao AEB e todos os setores dos órgãos que atuam em prol do PEB, por mostrar que o Estado e empresas privadas nacionais não podem contar com suas iniciativas para desenvolvedor do setor espacial nacional.

    Sou totalmente contra privatização de alguns setores do governo no que tange questões de segurança e estratégicas para o Estado. Mas se colocar o AEB nas mãos de uma empresa como a Embraer, com o orçamento já existente, em 10 anos ela conseguiria um lançador nacional para nanosatélites para orbitas baixas. Uma pena.

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