“É preciso quebrar logística do crime organizado”, afirma Secretário de Segurança Pública de SP

O atual secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, defendeu a união dos setores de segurança pública estaduais e federais para o combate ao crime organizado no país. A fala aconteceu nesta quarta-feira, 25 de outubro, em São Paulo, durante a abertura do Congresso de Operações Policiais – COP Internacional que reúne lideranças de Segurança Pública e Defesa de todo o país para debater pautas do setor.

Durante a palestra, Derrite apresentou aos participantes do evento os principais aspectos e estratégias de sua gestão para o combate ao crime organizado. O Secretário destacou a mudança estrutural que as organizações criminosas passaram nos últimos anos, quando deixaram de ser regionais, ampliaram suas dimensões no país e, posteriormente, criaram células em outros países produtores de cocaína tornando-se internacionais. “A partir do momento que o crime organizado passou a comprar drogas direto de países produtores, passaram a ter um lucro maior com o tráfico internacional, inicialmente em países da América Latina e posteriormente, na Europa” afirma Derrite.

Combate ao fluxo logístico do crime organizado

Uma das estratégias prioritárias, segundo o Secretário Derrite, foi negar o acesso a infraestrutura logística para o tráfico de drogas, com destaque às operações realizadas no Porto de Santos, onde estima-se que passam cerca de 25 toneladas de cocaína todos os anos, perdendo apenas para o Porto de Guaiaquil, no Equador. “O criminoso usa a infraestrutura aeroportuária brasileira, existente para escoamento de produção industrial e agrícola do país, para fazer o tráfico de drogas. Nossa estratégia está em quebrar esta cadeia logística e, para isso, iniciamos um grande trabalho de integração entre Estados e um trabalho articulado de troca de informações de inteligência entre os órgãos de segurança pública”, descreve o Secretário. Cerca de 80% das apreensões de drogas realizadas em 2023 foram realizadas pela Polícia Rodoviária Federal, responsável pelo patrulhamento e investigação em região de fronteira. Em 2023, houve a maior apreensão já registrada, de 2,2 toneladas de maconha em 2023 e 1,5 toneladas apreendida pelo trabalho de inteligência da Polícia Civil.

Cooperação de múltiplos setores e inteligência

Outra estratégia trazida pelo Secretário de Segurança Pública foi a cooperação entre Governo Federal, Ministério Público, Poder Judiciário, Organização Penitenciária e os Estados, para iniciar a troca de informações e a base de inteligência compartilhada. “Para o criminoso, não existem fronteiras. Então nós também temos que realizar operações em conjunto”, afirma. “O trabalho em conjunto da Polícia Militar e Polícia Civil no centro de São Paulo foram indispensáveis para desarticular lideranças da Cracolândia, por exemplo. Obtivemos uma redução de 65% no número de roubos na região e conseguimos resgatar a Praça da Sé, que há muito tempo sofria com a criminalidade”. Derrite também destacou o acordo de cooperação com o Judiciário para uso de georreferenciamento, tornezeleiras eletrônicas para criminosos que cumprem pena em liberdade e no combate à violência contra a mulher, além dos investimentos em tecnologia que vem sendo realizados. “Temos 645 municípios em São Paulo e, até o ano passado, apenas 190 eram integrados com a Secretaria de Segurança Pública. Hoje, temos 641 integrados, o que gerou maior captação de registro de roubos e furtos”, conclui. O COP Internacional é o maior evento latino-americano voltado para a atividade policial e vai até o dia 27 de outubro, no São Paulo Expo. Mais de 20 palestras e painéis serão apresentados no espaço principal do congresso ao longo dos três dias, sempre no período da manhã. Paralelo ao Congresso, uma feira de exposição aberta ao público irá apresentar soluções de ponta desenvolvidas pelas principais indústrias nacionais e internacionais, dos setores tático, militar e de inteligência e tecnologia voltadas às atividades de justiça e operações policiais. ““Estamos reunindo os principais protagonistas da Segurança Pública brasileira para participarem do COP e um dos pontos altos é a possibilidade de a comunidade civil participar também do evento, se inteirando de temas atuais do setor e conhecendo um pouco mais da realidade destes profissionais””, explica João Sansone, idealizador e responsável pela organização do evento. Inscrições podem ser realizadas pelo site .

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Comentários

3 respostas

  1. Espetacular trabalho e visionário do Derrite, excelente escolha do nosso governador Tarcísio. Se o usuário tem acesso a droga é porque chega a ele, se você cortar o acesso através da logística você quebra o crime organizado, limita o acesso do usuário que irá ter dificuldade de achar a droga, mapeando todos os pontos de distribuição, mas bloqueando a logística, não adiantar prender pequenos vendedores nas bocas porque eles são apenas peões descartáveis aumentando o numero de presos, e a principal causa raiz não é resolvida, isso seria tentar apenas enxugar gelo, abrindo o escopo na entrada é PRECISO as forças armada (Exercito, Marinha e Aeronáutica) FOCAR naquilo que ela existe para focar, aumentar nossa auto defesa, ou seja a proteção contra ameaça externa, por exemplo drogas de outros países vizinhos que fazem parte das nossas fronteiras, ou quaisquer tipo e ameaça para nossa soberania, esse é o papel da força armada de países democráticos proteger seus cidadão, dever pelo ESTADO não para o partido que esta momentaneamente no poder

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