Foi publicada no Boletim do Exército de ontem, 08 de agosto, a portaria nº 1.590–EME/CEx, que aprova o novo plano de acolhimento das viaturas blindada de combate de Cavalaria (VBC Cav) 8X8 Centauro II BR no Exército Brasileiro (EB), o EB20-P-04.004, alterando a anterior, publicada em 2023.
A nova distribuição, com suas novas organizações militares (OM) destino, seguirá a ordem de prioridade abaixo:

Além das unidades citadas, as duas viaturas recebidas em 2024, e incorporadas nesse ano, serão destinadas ao Centro de Instrução de Blindados (CIBld), em Santa Maria (RS).
O que chama a atenção em relação a o plano de acolhimento original, onde 60 viaturas seriam destinadas a seis OM’s do Comando Militar do Sul (CMS) e 36 para três OM’s do Comando Militar do Oeste (CMO), é que essa nova distribuição prioriza o envio das primeiras 12 para o recém criado 18º Regimento de Cavalaria Mecanizado (18º RC Mec), de Boa Vista (RR), pertencente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), unidade responsável por guarnecer a fronteira Norte, seguidas de mais 12 para a 13º Regimento de Cavalaria Mecanizado (13º RC Mec), de Pirassununga (SP) e pertencente a 11ª Brigada de Infantaria Mecanizada (11ª Bda Inf Mec), do Comando Militar do Sudeste (CMSE), uma força de ação rápida cuja missão é se deslocar rapidamente para qualquer parte do território brasileiro. Isso indica uma clara preocupação do EB em relação a sua região de fronteira com a Venezuela.
Com duas unidades da VBC CAV 8X8 Centauro II BR recebidas e colocadas em operação, o EB encontra-se atualmente na fase final de negociações com o Consórcio IVECO-OTO Melara (CIO) para a aquisição das 96 viaturas do primeiro contrato. A previsão é que as sete primeiras unidades sejam entregues em 2027, estando plenamente operacionais no ano seguinte.

E OS FUZILEROS NAVAIS?
Visando modernizar o Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) e garantir sua prontidão e a capacidade expedicionária, a Marinha do Brasil (MB), dentro de seus planos estratégicos, criou o PROADSUMUS, que já foi responsável pela aquisição de alguns sistemas de armas, como as viaturas blindadas leves sobre rodas 4X4 JLTV (Joint Light Tactical Vehicle), e cujo projeto mais importante é a substituição de seus carros de combate leve – sobre lagartas (CCL-SL) SK-105A2S Kürassier.
Dentro do escopo desse programa, em 07 de abril deste ano, no Comando da Divisão Anfíbia, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro (RJ), ocorreu uma demonstração da viatura blindada de combate carro de combate média CV90120 MkIIIb, que causou um impacto positivo em termos de operacionalidade quando comparado aos antigos SK-105.

Já no mês de junho, o Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN), enviou cartas de consulta para algumas empresas, nacionais e estrangeiras, solicitando uma cotação detalhada (“request for quotation” – RFQ) de uma nova viatura blindada de combate de esteiras, média ou leve, para servir como elemento de apoio ao combate dentro de um grupo operacional do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), como divulgado com exclusividade por T&D.
Essa informação entrava em conflito com uma entrevista dada pelo almirante de esquadra (FN) Carlos Chagas Vianna Braga, comandante geral do CFN, dada a Tecnologia e Defesa no inicio do ano (ver T&D 178), onde ele disse: “Nós temos alguns estudos e vertentes, alguns relacionados ao carro de combate pesado e outros a um veículo mais leve. Eu penso que não podemos ter algo gigante, pois é preciso embarcar nos navios e serem suportados pelas pontes que existem no país. É uma análise que requer muito cuidado, pois há ainda a questão de ser sobre rodas ou lagartas”, dando a entender que a decisão sobre essa questão já havia sido tomada.
Todavia, no mês de julho, uma nova remessa de cartas de consulta (RFI) foi enviada a para empresas com um conteúdo semelhante, porem, solicitando informações sobre uma viatura blindada de combate de rodas, média ou leve, deixando claro que a decisão final sobre o sistema de tração ainda está em aberto.
Caso o CFN opte por esteiras, os candidatos que atualmente teriam mais chances seriam o BAE Systems CV90120, o FNSS/Cockerill Kaplan, o GDELS ASCOD, o Otokar Tulpar e o Rheinmetal Lynx, mas no caso das rodas seriam o CIO Centauro II e o GDLS-C/Cockerill LAV 700 AG, porém outros candidatos deverão surgir após o lançamento do inicio da concorrência. Todavia, existe um fato que deve influenciar muito a decisão sobre o veículo a ser escolhido: a torre HITFACT MkII, da Leonardo.

Tida como a mais moderna e capaz de sua categoria e a única atualmente em operação equipada com uma canhão de 120mm, que está em negociações para ter sua produção no Rio de Janeiro (como um dos “offset” da aquisição do Centauro pelo EB) e que possui componentes comuns com a torre de proa das fragatas Classe Tamandaré, equipada com o canhão OTO-Melara 76/62 Super Rapid MF, sendo ambos fabricados pela empresa italiana Leonardo, em La Spezia.
Com isso, os favoritos para o CFN seriam o Centauro II BR e o Tulpar, pois esse último já se encontra em processo de integração da plataforma com a torre e que os tiros de homologação estão programados para ocorrer em novembro deste ano, no polígono de tiro do Exército Italiano, em Nettuno, na Itália. O Lynx também poderia ser um candidato forte, porém ainda não está definido quando iniciará (ou se ocorrerá) sua integração com a HITFACT MkII.

Respostas de 3
Precisamos de Centauro e Tulpar no Exército Brasileiro
Bastos, partindo do princípio q serão mantidas 2 viaturas por PelCMec e 3 Pel por esqd, 12 vtr por Regimento parece mostrar q cada regimento terá apenas 2 Esquadrões mobiliados com Centauros. Na prática muitos regimentos já são organizados apenas com 2 esquadrões. É esse o padrão q o EB imagina pro futuro? Obrigado.
Não possuo essa informação (e ninguem deverá ter, pq ela ainda não existe).
Imagino que devam fazer uma variação da doutrina vigente nos esquadrões e regimento de Cavalaria mecanizados, tendo como base a utilização do Centauro como o Cascavel é utilizado, até terem a definição da experimentação doutrinária com esse novo sistema de armas.