Durante a Eurosatory 2024, que esta ocorrendo no Centro de exposições Paris-Nord Villepinte, localizado nos arredores de Paris, a empresa italiana Leonardo apresenta novas possibilidades de utilização de sua torre HITFACT MkII, considerada a mais moderna e poderosa solução em termos de poder de fogo, conectividade e sobrevivência para viaturas de combate da atualidade e do futuro.
Construída em de liga balística de alto desempenho, é a única na atualidade equipada com um poderoso canhão OTO-Melara de 120mm e 45 calibres, com baixa força de recuo, permite sua instalação sobre veículos de rodas leves e blindados médios sobre lagarta, dando-lhes o a mesma capacidade de poder de fogo dos carros de combate da atualidade, os Main Battle Tank (MBT), além de poder ser utilizada em modernizações de viaturas mais antigas.
Já adotada nos blindados 8X8 Centauro II em operação pelo Exército Italiano (e em sua versão BR), a HITFACT MkII surge como uma opção segura para a nova geração de carros de combate médios, ou Medium Main Battle Tank (MMBT), sendo que, durante a feira, estão sendo apresentados sobre as plataformas Tulpar, da turca Otokar, e Lynx, da alemã Rheinmetall.
Desenvolvido pela mesma equipe do MBT Altay, o Tulpar, foi projetado para ser uma viatura de combate de infantaria (“infantry fighting vehicle” – IFV) de ultima geração, com capacidade de servir de uma plataforma comum para toda uma família de veículos, incluindo um MMBT. Durante a World Defense Show (WDS), evento ocorrido em Riad, Arábia Saudita, em fevereiro deste ano, a empresa surpreendeu o mundo ao apresentar com a torre italiana, colocando imediatamente como um dos expoentes da nova geração de carros de combate.
Com um peso na faixa das 35 a 40 toneladas, dependendo da configuração, pode ser equipado com uma motorização de 1.100CV, que garante uma excepcional mobilidade nos mais diversos tipos de terreno.
Outra novidade da feira francesa foi finalmente a apresentação do Lynx 120, cuja concepção havia sido anunciada em 2022, mas com a torre italiana.
Baseado na plataforma KF-41 Lynx, que já foi selecionada pela Hungria e atualmente está em avaliação pelo US Army, a versão com a torre HITFACT MkII, a mesma do Centauro II, torna-se a principal opção para programa italiano Sistema de Combate de Infantaria Blindada, que visa adquirir uma nova família de blindados sobre lagartas até 2035, principalmente após o rompimento do acordo Leonardo / KNDS.
PARA O BRASIL
Para o inicio deste semestre está prevista o anuncio da realização da consulta pública (“request for information” – RFI), dos projetos de aquisição da viatura blindada de combate de fuzileiros (VBC Fuz) e da nova viatura blindada de combate carro de combate (VBC CC) sucessora do Leopard 1A5 BR, cuja diretriz para a prospecção inicial foi publicada em dezembro de 2022.
O objetivo inicial a obtenção inicial de até 78 VBC Fuz e 65 VBC CC, considerando o prazo até 2040, conforme o planejamento do Programa Estratégico do Exército Forças Blindadas (Prg EE F Bld), verificando a viabilidade de serem baseadas na mesma plataforma (conceito de horizontalidade), visando à facilitação logística e considerando participação da base industrial de defesa nacional, mas com um limitante de peso de 45 toneladas para as VBC Fuz e 50 para a VBC CC, porem estes valores poderão ser alterados em um possível refinamento dos requisitos (que já está em sua 3ª edição).
Diversas empresas já demonstraram interesse em participar da contenda, como a Anselsan, Elbit, NORINCO, Rheinmetall e outras, sendo que a BAE Sytems trouxe o CV90 para uma apresentação no Brasil e a FNSS Savunma tentou fazer o mesmo com o Kaplan-MT, porem esta foi frustrada por problemas aduaneiros da torre na Europa e devido à tragédia ambiental ocorrida no Rio Grande do Sul, sendo uma incógnita que esta apresentação ainda irá ocorrer.
Dentre todos os candidatos, o fato do Tupar e do Lynx já apresentarem uma versão com a torre HITFACT MkII, a mesma da VBC Cav Centauro II BR, que garantiria uma grande comunalidade e padronização de calibres entre as viaturas, já lhes garante uma vantagens entre os demais.
Todavia, no caso da viatura alemã, problemas relacionados à falta de acordos de cooperação mais direta entre os dois países poderão prejudicar o projeto, como ocorreu caso do embargo de componentes da VBTP 6X6 Guarani para à Filipinas, que atrasou a entrega das viaturas em cerca de seis meses, e a recente retenção do primeiro exemplar do Centauro que estava a caminho do Brasil, no porto de Hamburgo, alegando problemas alfandegários (porem existe a chance de haver outros motivos envolvidos), e que pode comprometer a avaliação final da viatura, tornando a opção turca mais segura.
Mais informações na próxima edição da revista Tecnologia & Defesa
Respostas de 26
Como assim falta de acordo? Que palhaçada é essa? Estamos gastando bilhões em navios de origem alemã. E é isso que estão dando para nós? Embargos e dificuldades?
“…78 VBC Fuz e 65 VBC CC, considerando o prazo até 2040…” sem comentários!
Já em relação ao Centauro II BR mais uma vez os alemães atrasando o lado dos outros. Parece-me que eles não gostam de dinheiro, pois não é possível que isso repita. O Centauro II BR permanecerá no porto, “mofando” até quando? Onde estão as autoridades brasileiras para conversar e ajudar a resolver qualquer problema, seja qual for? É inadmissível isso acontecer novamente!
os centauros foram uma opção certeira do exército brasileiro.
Mais um motivo para o Brasil aumentar pra 2 por cento. do PIB para as forças Armadas Brasileiras desenvolverem seus próprios armamentos com Tecnologia Nacional. E uma vergonha um país rico como o Brasil ainda não estar entre os mais poderosos do mundo. Acredito que Brasília está com políticos que não tem a visão necessária dos problemas atuais que estão acontecendo mundo a fora.
pressione seu deputado ,ao invés de ajudar na Comissão de Defesa e segurança ficaram fazendo birra
José, por qual parâmetro você afirma que o Brasil não está entre os países mais poderosos do mundo?
De acordo com a Global Fire Power, em uma análise de 60 fatores, ocupamos a 12ª posição entre os países mais poderosos do mundo, a frente de países como Irã, Egito, Israel, Alemanha…
a Alemanha misturando politicagem com comércio bélico !!!
E o comércio de equipamentos militares alguma vez deixou de estar ligado a questões políticas?
Este texto me permite pensar que um modelo de MMBT não está descartado no EB no lugar dos atuais CC.
Mais uma vez os Alemães nos “passando” a perna.
Primeiro foi a proibição de exportação do Guaraní, agora essa retenção.
Lembram-se do meu post passado, sobre a submissão do Brasil aos interesses da Europa e E.U.A ?
Pois é, olha aí
pior que o Brasil nunca aprende !
ate onde sei, o embargo na venda do Guarani, nao teve nada a ver com o Brasil, mas com o cliente.
Por isso, mesmo com toda a choradeira que pode vir, sou mais o alinhamento com a China. Que esta compre os 49% da Avibras e o governo pegue o restante(já que a empresa deve e muito). Assim compramos do portifólio da Norinco e se nos embargarem outros meios compramos da China tbm uai pois eles são alto suficientes bélicamente e tem muito a nos oferecer.
Lynx 120 é o meu favorito na categoria MMBT!
Ainda prefiro o CV-90120 com a torre hitfact e o CV9030 com torre UT-30BR , me parece uma parceria de nenor risco, padroniza treinamento, facilita a logística, com uma ToT inclusa todo mundo sai feliz sem pedir bênção para ninguém.
Porque o Centauro usa o porto de Hamburgo?
Não seria mais lógico usar um porto italiano?
Também não entendi essa logística.
Já ouviu falar em União Europeia?
Lá eles são unidos, deferente de nós aqui.
pergunta: por que a Bae Systems envia o CV90 pro EB avaliar mas não lança uma versão do produto com a torre da Leonardo? O EB não gostou? Pergunta sincera..
Porque não tem demanda. Para fazer a integração tem custo, e para que isso ocorra tem que ter demanda. Essa opção com certeza vai ser ofertada ao EB, mas o veiculo só vai sair do papel quando for pago o desenvolvimento desta versão.
Eu compreendo, Ary e obrigado pela disposição em me responder. Parece que a Bae Systems não espera que o veículo tenha chances, já os alemães arriscaram ofertar o Lynx com a tal torre, que aliás creio que tenham maiores chances visto que eles possuem instalações em Santa Maria
Os alemães colocaram a torre italiana porque querem vender o Lynx 120 para a Itália. Não é por causa do Brasil. Podem até oferecer futuramente para o Brasil, mas o investimento é por causa da Itália.
Disponha. Se o Brasil levasse a serio, haveria mais chances deles apresentarem esta versão, mas o EB nem sabe o que quer ainda. Vamos ver o que vai ser do projeto FBC Fuz, talvez depois disso podemos ter uma noção do que poderá vir nos carros de combate.
O EB nem comprou direito o Centauro (comprou só duas unidades até agora), por que a BAe irá gastar milhões de dólares comprando a torre italiana e integrando-a ao seu veículo para tentar convencer o EB a comprar o veículo, correndo o risco de o EB não comprá-lo (aliás, tem o risco do EB não comprar nenhum)?
O Exército Brasileiro poderá integrar a torre italiana do Centauro, com o canhão versão 120mm, integrando-a ao seu veículo Leopard 1A5 de 42 Tons, equiparando-o aos Leopard 2A4 chilenos. Temos 220 unidades que ganhariam vida nova.
Os sistemas ópticos e de pontaria dos nossos Leo 1 A5 já são melhores do que os chilenos.
Aí
Seria pelo calibre.
Atualmente os Leopard brasileiros carecem cronicamente de acesso de sobressalentes em razão a guerra na Ucrânia