Em meados deste mês, a Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW) comunicou a revogação do pedido de cotação através de consulta pública internacional (“request for quote”) RFQ-0007/2024, referente à aquisição de um sistema munições remotamente pilotada (SMRP), mais conhecidas como “loitering munition”, “drones suicidas” ou “drones kamikazes”.
Este projeto consistia na aquisição de dois modelos diferentes SMRP para avaliação e experimentação doutrinária, de modelos já em fabricação e uso, treinamento e pacote de suporte logístico, sendo um de categoria 1 (alcance entre 5 e 12 km) e o outro de categoria 2 (entre 12 e 50 km), além de 14 e 6 MRP operacionais, respectivamente, simulador, munições inertes e equipamentos de apoio.
Onze empresas responderam à cotação, sendo estas:
- Advanced Technologies Security e Defense Startup Ltda ( Brasil);
- Aeroelectronica International Ltd (Brasil), representando a Elbit Systems (Israel);
- BRVANT – Soluções tecnológicas (Brasil);
- MSP Inn Tech Ltd (Polônia);
- Quartzo USA Defense Solution (Brasil);
- Skyborne Technologies PTY Ltd (Austrália);
- SPIRA Teknoloji Anonim Sirketi (Turquia);
- Stella Tecnologia, Indústria e Comércio Aeroespacial Ltda (Brasil);
- STM Savunna Teknolojileri Mühendislik ve Ticaret (Turquia);
- TATA Advanced Systems Ltd (India); e
- UVision Air Ltd (Israel).
De acordo com o Exército Brasileiro (respondendo a questionamentos de T&D), o motivo para o a revogação do processo licitatório foi que “não houve proposta válida” e que, “com base nas informações adquiridas, o Estado-Maior do Exército decidirá sobre o prosseguimento da aquisição”. Espera-se que o mesmo seja revisado e retomado no próximo semestre
A história deste projeto surge em junho de 2023, com a publicação do requerimento para informações (“request for information”) RFI-0144/2023, pela CEBW, seguido da aprovação das diretrizes de experimentação doutrinária dos SMRP de categorias 1 e 2 (EB70-D-10.023) no mês seguinte, porém esta foi revogada antes do lançamento do RFQ-007/2024, em abril deste ano. Este processo de aquisição faz parte das ações complementares do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) ASTROS.
Respostas de 3
Me parece que o eb foi pego de surpresa pelas propostas de empresas nacionais, e quer dar mais um tempo para que as mesmas possam maturar seus conceitos e produtos. Similar ao que aconteceu com a modernização dos EE-9, está competição existe para uma empresa brasileira ganhar, os competidores internacionais estão aí para agradar o TCU.
Está é minha opinião.
Sem querer defender governo e não discutindo a questão do ponto de vista político! Mas acho tiro no pé comprar drones e “loitering munition” de fora. Nós com uma Xmobots, Stella, faríamos tranquilamente um drone do nivel do Hermes 900 quiçá MK 9 Reaper! Quanto a sensores? Na Europa ou até Israel msm acha a rodo, hendsolt, etc… Teríamos drones e “loitering munition” quase nacionais ou com boa parte de tecnologia nossa, importando somente sensores mais críticos e até entraríamos de cara nesse negócio mundo a fora!
Já algum tempo eu vejo publicações falando que tanto o EB, quanto a FAB (não sei se a MB também tem) usam escritórios nos EUA para aquisição de equipamentos e suprimentos. A minha pergunta é, do por quê disso? Questão da legislação brasileira que dificultam fazê-lo por aqui?! Questões tributárias?! Quais facilidades usar escritórios no estrangeiro faz/trás?! E/ou, não seria um problema (do ponto de vista de fragilidade estratégica geopolítica) usar desse expediente?!
Quero entender melhor que possa ajudar, desde já agradeço.
Até mais!!!