Na última sexta-feira, dia 13 de setembro, foi realizado o sétimo lançamento do míssil MANSUP em sua fase de desenvolvimento e homologação. Este evento ocorreu poucas semanas após a assinatura o contrato entre a Marinha do Brasil (MB) e o Grupo EDGE, garantindo a conclusão do projeto até o final de 2025.
Entre os dias 11 e 15 de setembro, a Marinha do Brasil (MB) conduziu a operação “Lançamento de Armas IV/2024” na área marítima ao sul de Cabo Frio, no Rio de Janeiro. Esta atividade teve como principal objetivo testar a eficácia do MANSUP e aprimorar o adestramento dos meios navais e aeronavais da Esquadra.
A operação iniciou com o reboque de um alvo desde a Base Naval do Rio de Janeiro (BNRJ) até a área de testes. No dia seguinte, as fragatas Rademaker (F49), a responsável pelo lançamento, e Independência (F44) desatracaram da BNRJ.
A HISTÓRIA E O FUTURO DO PROGRAMA
O inicio dos estudos para o desenvolvimento de um míssil antinavio nacional ocorreu no inicio da década de 80, com o projeto “Barracuda”, entre a MB e a empresa brasileira Avibras Aeroespacial. Devido aos inúmeros desafios financeiros e tecnológicos da época, o projeto não avançou, porém a Força Naval não abandonou a ideia do projeto, já que acreditava que este se mostraria viável no futuro. E a oportunidade surgiu mais de duas décadas depois…
Em 2009 foi assinado um acordo entre a empresa européia MBDA, fabricante do míssil Exocet MM40 Block II, em uso pela MB e que teria sua produção descontinuada, e as empresas Avibras e Mectron Engenharia para a transferência de tecnologia para sua remotorização e atualização de componentes eletrônicos, com o lançamento do primeiro exemplar modernizado, denominado MAN-1, sido efetuado pela corveta Barroso (V34), em 18 de abril de 2012. Diante dos bons resultados alcançados, a MB retornou com seu antigo projeto, agora com a denominação de Míssil Antinavio de Superfície (MANSUP), em parceria com as empresas Avibras, Mectron, Atech, Omnisys e a Fundação Ezute.
Em 2015, com as dificuldades enfrentadas pelo Grupo Odebrecht (que adquiriu o controle acionário da Mectron), os funcionários fundam a Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico (SIATT), que assume o lugar da antiga empresa, mantendo a continuidade do programa.
Em 2018, após um longo período de desenvolvimento e superando diversos obstáculos, finalmente o primeiro protótipo foi entregue para a MB iniciar os testes de lançamento, seguindo o seguinte cronograma:
Lançamentos efetuados | ||
Nº | Data | Vetor de lançamento |
1 (Protótipo) | 27/11/2018 | Corveta Barroso (V34) |
2 (Protótipo) | 20/03/2019 | Fragata Independência (F44) |
3 (Protótipo) | 10/07/2019 | Fragata Independência (F44) |
4 | 20/09/2022 | Fragata Constituição (F42) |
5 | 26/04/2023 | Fragata Liberal (F43) |
6 | 21/02/2024 | Fragata Defensora (F41) |
7 | 13/09/2024 | Fragata Rademaker (F49) |
Em 2021, após o lançamento do terceiro protótipo, encerrou-se a fase de desenvolvimento e a MB encomendou um lote-piloto a SIATT, que passou a ser a “prime contractor” do projeto, iniciando a fase de aperfeiçoamento e homologação do míssil.
Para finalizar a fase de homologação do MANSUP estão previstos mais três lançamentos, sendo que dois deles já estão programados para o primeiro e segundo semestre de 2025, e este último já contará com um novo motor desenvolvido pela SIATT.
Após a o término deste processo, iniciará a fase de industrialização na nova unidade fabril da SIATT, agora uma empresa do Grupo EDGE, que está sendo construída em São José dos Campos (SP), para iniciarem as entregas para as Marinhas do Brasil, Emirados Árabes Unidos e um país africano ainda não revelado, juntamente com uma versão de alcance estendido, o MANSUP-ER, tornando-se produtos de alta tecnologia, totalmente nacionais, que ampliarão as capacidades operacionais da MB e trarão mais recursos para o país com suas exportações.
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
- Tipo: míssil superfície-superfície, antinavio, para lançamentos a partir de navios;
- Alcance: aproximadamente 70 km;
- Velocidade: 300 m/s (cerca de 1.000 km/h);
- Guiagem: inercial e radar ativo na fase terminal;
- Propulsão: motor-foguete com propelente sólido;
- Perfil operacional: voo em altitude “sea skimming” (rente ao mar) e operação em quaisquer condições meteorológicas.
Respostas de 6
“este último já contará com um novo motor desenvolvido pela SIATT.”
Isso é adeus para a Avibras
Avibras não existe mais meu amigo,todos os engenheiros que eram da Avibras estão na SIAAT,MACJEE e em outras empresas ai
Até onde eu saiba, a EDGE grupo, não e sócio majoritário, grande parte do capital e da própria Siatt, isso na prática e até que bom ver a Siatt crescendo desse jeito, fora que a Avibras e outra história.
Não tem nada haver,empresas distintas projetos distintos.A avibras desenvolve o míssil de cruzeiro,AVM-300
O Motor do Mansup tbm era deles
Muito bom,mas o Brasil precisa de desenvolver e fabricar mísseis estratégicos de médio alcance!