Exército testa radar contrabateria nacional

Entre os dias 12 a 20 de junho aconteceram os primeiros ensaios de Engenharia do demonstrador de tecnologia do radar contrabateria (DTCBia) com coleta de dados de alvos reais. Esta é primeira etapa do projeto Radar Contrabateria Multifunção, desenvolvido pelo CTEx, junto à Base Industrial de Defesa e Segurança (BIDS).

Os ensaios foram realizados nas instalações do Centro de Avaliações do Exército (CAEx), sendo conduzidos pela equipe do Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e por colaboradores da empresa Embraer, com o apoio das equipes do CAEx e do Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (AGR).

O objeto das coletas de dados foi, principalmente, engenhos disparados pelos morteiros 120mm e 81mm. Ainda foi possível detectar e coletar dados de drones que faziam a cobertura de imagens dos ensaios e do tráfego aéreo comercial da região, além de reflexões proporcionadas pelos movimentos das águas costeiras (clutter marítimo).

O radar de contrabateria na Artilharia de campanha localiza as peças e os arrebentamentos de granadas pela determinação de origem ou término da trajetória de um engenho detectado, fazendo uso de modelos físicos e cálculos baseados em suas trajetórias. Dentre suas missões, destacam-se: localização dos canhões, obuseiros, morteiros, etc, inimigos, regulação e ajuste do fogo de contrabateria, e alerta de fogo iminente.

Já um radar contrabateria multifunção, além das funcionalidades típicas previstas, agrega a capacidade de detecção de alvos aéreos, em especial aeronaves remotamente pilotadas, que são uma grande fonte de preocupação no cenário bélico atual. Isso é possível graças à tecnologia AESA, que permite a implementação de diversas formas de apontamentos e conformação de feixe eletromagnético, aliadas a variadas estratégias de varredura.

O sistema de busca de alvos da Artilharia de campanha atualmente não dispõe de um radar contrabateria. A busca pela obtenção por pesquisa e desenvolvimento (P&D) deste sistema e material de emprego militar (SMEM) posicionará o Brasil no grupo de países que dominam tal tecnologia e fortalecerá a soberania nacional.

Fonte: Centro Tecnológico do Exército

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Comentários

8 respostas

  1. Já!
    Que maravilha, agora estou orgulhoso com o EB e seu sistema de P&D.
    Espero que o produto oriundo desse projeto, fique em “mãos” nacional e utilizem o maior número possível de componentes nacional e livres de embargos.
    Uma dúvida, e quanto ao Saber M-200 ?
    Alguma previsão de aquisições ?

  2. No link ” projeto Radar Contrabateria Multifunção” estão as características do radar:

    Ser capaz de detectar automaticamente, no mínimo, granadas de morteiros de calibre de 60 mm, obuses de calibre de 105 mm e foguetes;
    Possuir alcance instrumental em distância de, no mínimo, 60 km;
    Detectar granadas de morteiro a partir de 120 mm a uma distância de 18 km;
    Detectar dez alvos simultaneamente;
    Classificar os alvos detectados entre (pelo menos) as seguintes classes: morteiro e artilharia (obuseiro ou foguete);
    Possuir plataforma de transporte baseada em viatura compatível com as utilizadas pelo EB;
    Ser transportável, em um único translado, nas aeronaves de transporte de carga da Força Aérea Brasileira, incluindo sua plataforma de transporte e seus acessórios.

  3. Excelente notícia! Isso só mostra que a indústria de defesa do Brasil pode perfeita desenvolver produtos de defesa com alto teor tecnológico nacional diminuindo a dependência de material estrangeiro. Se o governo investissem como deveria ser na sua indústria de defesa, as Forças Armadas do Brasil seria uma das mais modernas da América Latina. O Brasil por diversas vezes mostrou ser capaz de desenvolver material de defesa de alta tecnologia. Exemplos não faltam como o kit inteligente SMKB para bombas MK 82/83, Míssil MAR-1 , MAA-1 A/B Piranha, projetos que ficaram no esquecimento por pura falta de interesse e investimento.

    1. mas as forças armadas do BR são as mais bem armadas e com maior nivel tecnológico da América Latina

  4. Estou curioso para saber em que pé está a finalização do desenvolvimento do radar M200 Vigilante, uma vez que nada mais se soube desde os testes realizados em Parintins\AM há um ano atrás. Da mesma forma, qual a situação do M200 Multimissão, já que ambos radares da Embraer, em tese, devem\deveriam compor junto aos futuros mísseis AAe média e grande altura\alcance os GAAe do exército, quiçá da FAB e MB\CFN.
    Estou surpreso que a Embraer tenha conseguido a celeridade necessária no desenvolvimento desta versão dos seus radares, uma vez que o progresso feito com os M200 devem ter ajudado, e muito, no apronto deste modelo.
    A ver se este radar será o único do EB voltado para a artilharia ou se haverá mais, uma vez que existe mais de RO para radares terrestres emitidos pela força terrestre.

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