Desde a aprovação da diretriz de iniciação do projeto viatura blindada de combate obuseiro autopropulsado 155 mm sobre rodas (VBCOAP 155 mm SR) e a criação da equipe para a realização do estudo de viabilidade do projeto (EB20-D-04.005), publicada na portaria Nº 427-EME/C Ex, Tecnologia & Defesa vem acompanhando com proximidade seus trabalhos, principalmente no final de 2020, e, de acordo com fontes do Alto Comando do Exército Brasileiro (EB), a realização da consulta pública (“request for information” – RFI) com objetivo sondar o mercado nacional e internacional, acerca da capacidade de fornecimento deste sistema de armas, deverá ocorrer em fevereiro próximo.
O Projeto VBCOAP 155 mm SR visa à obtenção de um total de até 36 unidades deste sistema de artilharia, com capacidade de engajamento de alvos de forma rápida, eficaz e sistêmica à distâncias de até 40 quilômetros, para equipar de dois a três grupos da Artilharia Divisionária e Brigada Mecanizada.
É esperado que este projeto desperte o interesse de diversas empresas através do mundo, como ocorreu com o VBC Cav, porém duas delas já saem na frente por apresentar seus produtos a Força, inclusive com militares brasileiros visitando os países onde são fabricados buscando parâmetros para o RFI: a israelense Elbit Systems e a francesa Nexter Group.
A Elbit possui o sistema ATMOS (Autonomous Truck Mounted Howitzer System), que já está em serviço em nove países, sendo o que as Filipinas receberam seus primeiros na semana passada. Trata-se de um sistema moderno, equipado com uma peça de artilharia Soltam, com tubo de 33, 39, 45 ou 52 calibres e que pode ser instalado em diversas plataformas, já tendo sido instalado em caminhões 6X6 (MAN e Tatra T815-7) e 8X8 (KamAZ-6350 e Rheinmetall RMMV HX81), que garante grande flexibilidade ao projeto. Uma de suas vantagens seria que a integração deste sistema, na plataforma escolhida pelo EB, poderia ser feito no Brasil, pela empresa Ares Aeroespacial e Defesa, com seus sistemas embarcados da AEL Sistemas, ambas pertencentes ao Grupo Elbit, que garantiria o suporte logístico em nosso país e transferência de tecnologia.
Já a Nexter possui o sistema CAESAR (CAmion Équipé d’un Système d’ARtillerie), o principal sistema de artilharia de tubo do Exército Francês e em operação, ou encomendado, por mais por mais oito países, sendo o ultimo a anunciar foi a República Tcheca. É equipado com um obuseiro de 155 mm e 52 calibres, e já operando em plataformas 6×6 Unimog, Sherpa 10 e Tatra T815-7, 8X8.
A versão 6X6 de ambos os modelos, dependendo da plataforma escolhida, poderá ser transportável por aeronaves do tipo C-130 Hércules ou KC-390 Millennium.
Outro modelo que pode ressurgir é o Sistema de Artilharia 155mm/52 AP SR Tupã, da Avibras Aeroespacial, que em 2014, durante a feira francesa Eurosatory, anunciou uma parceria com a Nexter para adaptar o sistema de CAESAR nos veículos da família Astros MK6, com chassi Tatra T815-7 6X6, aproveitando também toda a estrutura de comando e controle (C2) e meteorológico do Sistema Astros 2020, padronizando a frota da Artilharia. Este programa chegou a ter um convênio entre a empresa, o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e o Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) para seu desenvolvimento, porem diversos problemas na época fizeram que o mesmo fosse cancelado, todavia esse projeto pode retornar e talvez com outro sistema de armas.
Ainda dentro do conceito de independência logística e transferência de tecnologia para empresas nacionais, um ponto que deverá entrar neste projeto será que o acordo de compensação para a aquisição da VBC OAP 155 mm SR deverá contemplar a transferência de tecnologia e produção das munições pelo Brasil, além de sua integração com o sistema Genesis, da IMBEL. O fato é que, caso este projeto se torne uma realidade, diversas empresas nacionais devem se beneficiar.
Como não existe verba no orçamento para a aquisição deste sistema de armas em 2022, é bem provável que o projeto se estenda até, no mínimo, o próximo ano para a assinatura do contrato com a empresa selecionada.
Respostas de 24
Apostando todas minhas fichas no ATMOS.
Apostando todas as minhas fichas no que for melhor para o Brasil!
Conforme muito bem escrito na Materia
“Ainda dentro do conceito de independência logística e transferência de tecnologia para empresas nacionais, um ponto que deverá entrar neste projeto será que acordo de compensação para a aquisição da VBC OAP 155 mm SR deverá contemplar a transferência de tecnologia e produção das munições pelo Brasil, alem de sua integração com o sistema Genesis, da IMBEL. O fato é que, caso este projeto se torne uma realidade, diversas empresas nacionais devem se beneficiar.”
Com o atual governo ficamos mais próximos da Itália e de Israel, o que é excelente. Acho que vai dar Centauro II pra VBC Cav e ATMOS pra obuseiro autopropulsado. Que evolução pro EB!
Tbm estou contigo nestas duas escolhas possíveis meu caro.
AVIBRAS / TUPÃ.
Minha torcida.
O EB quer o CAESAR.
sua cartomante te falou isto? 😉
Então aguarde…
Ele tem razão no que diz, pois há vários anos o EB vem demonstrando forte interesse no CAESAR, é só dá uma pesquisada e você verá.
Se o Caesar é o unico capaz de ser “nacionalizado” junto a Avibras + Genesis, passo a acreditar que é mesmo o “preferido” do EB, por motivos estratégicos, de longo prazo. Por motivos táticos, tendo vista unicamente o material, imagino que o EB iria querer o Atmos, até porque os franceses não merecem nosso dinheiro.
Como torcedor, a minha opinião é que se for para ajudar o Tupã sair do papel, que seja o Caesar. Se não, que vá de material israelense, com chassi feito e integrado no Brasil.
Creio que o que seria o Tupâ (Avibras Astros com recheio Nexter Caesar), o será no caso com Astros 6×6 e recheio Atmos .
Não é o Atmos o preferido. O EB já elegeu seu favorito e faz tempo: CAESAR.
Esquece produto Francês no EB. Só se não tiver outra opção.
Essa é sua opinião. Que aliás, diga-se, erra bastante.
Boa tarde!
Interessante aquisição se sair do papel!
A dúvida que tenho é como seria feito a proteção dessas unidades de artilharia.
Teríamos artilharia antiaérea para proteção dessas unidades?
Por ser em um caminhão, da para atirar e correr, não necessitando de tanta proteção para elas?
Como é feito o remuniciamento dessas baterias? É um caminhão orgânico para cada canhão após usado toda munição?
Obrigado pela atenção!
CWB, li na S&D que vários desses sistemas tem remuniciamento automático, mas pode ser semi ou manual tb. Por ser mais flexível do que as VBO AP de 155mm M-109, pode atirar e se mover, evitando o fogo de contra bateria. Mas esses obuseiros SR não substituem os de lagartas, cada um tem sua aplicação no TO. O importante é o EB se diversificar. Torcendo agora pela RFI da Artilharia Ainti Aérea de médio alcance. Mas, não sou especialista, sou entusiasta. Acho que o Paulo Bastos pode responder melhor suas questóes. Grande abraço!!
Torcendo para que a AVIBRAS e NEXTER levem essa! independência na produção de tecnologia militar, (não apenas militar, mas também no que for possível em outras áreas) esse é o destino que eu desejo para o meu Brasil.
Lógico que o ideal é o Brasil injetar recursos e reerguer por si só o projeto Avibras/Tupã, pois assim estaremos desenvolvendo o nosso próprio obuseiro autopropulsado sobre rodas, sem precisar depender da tecnologia de outros países.
O Brasil precisa ser independente e autônomo no seu setor de defesa.
Parabéns Paulo pela mateira fantástica.
Para mim, se esse obuseiro sobre rodas não é uma emergência então a continuação do desenvolvimento do Tupã seria mais interessante e até proveitoso para indústria brasileira.
Invés disso Estou esperando alguma boa notícia de sistemas anti aéreos de longo alcance para o Brasil; isso sim é urgente ….
Cara, não viaja na maionese. O Obuseiro seria tão nosso quanto o EC 725.
Chassi Tcheco, canhão Francês. Sobra o que mesmo.
Montagem do faz de conta que e.
Exatamente, não sei onde estão enxergando a tal independência na “montagem” desses possíveis 36 obuseiros “brasileiros”, realmente estão viajando nível Hélibras.
Já falando em CFN, como anda, se é que anda, a compra dos JLTV? E quanto aos obuseiros 155mm, há algum projeto para substituição? Algum interesse do CFN nesse 6×6 da matéria?
Sobre o JLTV: ”Essa aquisição, que representará considerável ampliação do poder de combate do CFN, sucede-se a outro contrato recentemente celebrado entre a MB e o governo dos Estados Unidos, para a obtenção de um sistema composto por 12 Viaturas Blindadas Leves Sobre Rodas 4×4 JLTV (Joint Light Tactical Vehicle), com entregas previstas a partir de 2022.”
http://tecnodefesa.com.br/marinha-anuncia-a-aquisicao-de-caminhoes-unimog-e-blindados-jltv-para-os-fuzileiros/
HEHEHE
Todo mundo fazendo suas apostas.
Não acho que Avibras venha a ganhar, falta cadencia de produção, a não ser que o EB de uma de muito patriotismo.
Vai dar uma empresa estrangeira.
É certeza absoluta.