Foi publicado hoje, dia 03 de agosto de 2023, no portal da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), o lançamento do pedido de proposta / pedido de licitação (“request for proposal” – RFP / “request for tender” – RFT) nº 01/2023 para a obtenção da viatura blindada de combate obuseiro autopropulsado 155mm sobre rodas (VBCOAP 155mm SR) do Exército Brasileiro (EB), por meio da Chefia de Material (Ch Mat, ex-DMat), órgão do Comando Logístico (COLOG).
O projeto visa 36 viaturas, através de dois contratos (como ocorreu no VBC Cav): duas iniciais, para um lote protótipo de avaliação, e as 34 após a homologação, com as entregas ocorrendo ao longo de oito anos, de forma compatível com a disponibilidade de recursos e necessidades operacionais das unidades blindadas do EB. O objetivo final é dotar três grupos de Artilharia divisionária ou brigadas mecanizadas, com doze viaturas cada.
A documentação referente ao processo e orientações para participação estará disponível para download, a partir do dia 17 de agosto de 2023, no Portal VBCOAP155.
Histórico
O projeto remonta de 2016, com a criação do Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC), do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP), com a primeira edição dos requisitos operacionais (EB20-RO-04.021) e técnicos, logísticos e industriais (EB20-RTLI-04.010), publicadas em 2018.
Em agosto de 2022, já transferido para o Prg EE Forças Blindadas, foi lançada a consulta pública (“request for quote” – RFQ) número nº 01/2022, para sondar os mercados nacional e internacional acerca da capacidade de fornecimento deste sistema de armas; realizar pesquisa de preços; e coletar informações para o aperfeiçoamento e refinamento da segunda edição dos requisitos aprovados em abril 2022. Vinte empresas entraram em contato com o COLOG/DMAt, sendo que 19 se habilitaram a receber a documentação; oito responderam e uma informou que apresentará apenas quando do inicio efetivo do processo, a publicação do RFP.
No Boletim do Exército do dia 28 de julho último, foi publicada a terceira edição do RO e RTLI do projeto, com alguns dos refinamentos propostos após a sondagem do RFQ, como a inclusão da plataforma utilizar o chassi Tatra T-815 (o mesmo da família ASTROS 2020 MK6 e viaturas de batalhões de Engenharia de combate blindados), como requisito técnico desejável (RTD), e ser integrado ao Sistema Gênesis, como requisito técnico absoluto (RTA).
Conforme publicado no relatório Nº 01 da consulta pública, o RFP busca compor uma “shortlist” com até cinco modelos, que deverão ter “produção seriada inicial ou consolidada” e “que uma quantidade já tenha sido fornecida em definitivo para o país de origem ou exportada”, sendo informado também que apenas o “contrato assinado” não será considerado.
Dentre as empresas que já demonstraram interesse em participar do certame estão a francesa KNDS, com o CAESAR; a israelense Elbit Systems, com o ATMOS; a sueca BAE Systems Bofors, com o Archer; a chinesa Norinco, com o SH15; a turca MKE, com o Yavuz; a sérvia Yugoimport, com o Nora-B52 M21 e Aleksandar MGS-25; e a eslovaca Konštrukta, com o EVA. Porém, os modelos da China e da Sérvia PODEM (destaque do autor) ser prejudicados pelo requisito que obriga a integração com os equipamentos de comando e controle (C2), caso sejam considerados sistemas sensíveis e sobre o controle de países membros da OTAN, como os rádios Harris RF-7800-VS560 padronizados na Força Terrestre, da mesma forma que ocorreu com a viatura ST1 no Projeto VBC Cav.
Com informações do Comando Logístico e da Chefia de Material
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Respostas de 30
Leve sensação de que a escolha será rápida.
Muito bom !!
Pelas imagens o ATMOS é bem maior que os Veículos Trata que o EB recebeu… dever ser outra versão .. ou posso esta engando com as imagens
O chassi Tatra T-815 tem várias versões, de 4×4 a 12×12. O Astros é 6×6 e o Atmos é 8×8.
Leia: http://tecnodefesa.com.br/atmos-o-conceito-de-artilharia-israelense/
Obrigado, Paulo.
Sim Rafael, Estou dizendo do 8×8 Trata (VE-Eng TRNP PRTD) 8X8 T-815-7) que o EB recebeu , o link na materia.
Entendi, Bueno.
Esse conflito na Ucrânia pelo menos serviu para desmistificar a crença de que a artilharia estava ficando obsoleta. No tocante ao veículo, apenas acho que os sistemas franceses e suecos não seriam interessantes, pois estão sob o guarda-chuva da OTAN…e obviamente, sujeitos à vontade da mesma.
Parabéns Bastos por mais um furo jornalístico em primeira mão. Sempre com conteúdos relevantes e objetivos. Uma dúvida: A definição na sua opinião sai ainda este ano?
Obrigado pelas palavras.
Vamos aguardar a abertura do Portal VBCOAP155 para publicar mais informações sobre o projeto, incluindo o cronograma previsto.
Bastos, qual o total de viaturas Guarani estão de fato previstas?
O contrato em vigor é de 1.580 viaturas, que pode (por lei) ser reduzido em até 25% (mas isso não significa que o será), ou seja, o numero mínimo a ser adquirido, sem alterar o contrato é de 1.185 viaturas.
Considerando o pagamento previsto a perder de vista, compensa gastar um pouco mais com o Archer e, a exemplo da vbcc adquirir o estado da arte no armamento.
Parabens Bastos outra grande matéria, aguardamos o dia 17, mas acho que vai dar o francês ou israelense.
acho que a briga será entre ATMOS E Caesar.
Caro Bastos
E munição inteligente? há alguma demanda nesses requisitos do EB?
Desde o inicio do programa, ainda no Sprg SAC em 2016, já se discutia munições guiadas, como a “Excalibur” (citada nos documentos), e atualmente existem requisitos operacionais absolutos com “munição assistida” e “munições especiais”, portanto isso está sendo levado em conta.
alguém tem mais informações sobre o sistema eslovaco?
Bastos, desculpe o off topic, mas o EB já recebeu as viaturas VBE-Soc, adquiridas nos EUA, para operar em apoio ao Guarani?
Sim.
Obrigado. E elas estão em quais Unidades, saberia informar?
Bastos, estranho ninguém mostrou elas chegando ao Brasil! !
Agora posso divulgar corretamente: http://tecnodefesa.com.br/chegam-as-viaturas-de-socorro-do-guarani/
A Konštrukta EVA já faz uso do chassi tatra 815, isso pode ser um ponto favorável
Duas perguntas: Por que isso foi publicado numa comissão do exército em território estrangeiro e não do Brasil ? E por que o exército brasileiro continua usando sistemas de comando e controle fabricados fora do país ? Ou esses desenvolvimentos de rádio que a Imbel faz não passam de piada e conversa pra boi dormir ?.
Paulo Roberto esse chassi Tatra do Astros poderia ser feito aqui no Paraná,na fábrica de Ponta Grossa?
Muito se aprendeu com a guerra da Ucrânia e ninguém duvida que precisamos destes meios mas o Brasil precisa muito de sistemas antiaéreos e também contra drones e mísseis de nada adianta ter baterias móveis sem proteção eficaz. há alguma licitação ou estudo em andamento para aquisição de antiaérea ?
Senhores..a empresa eslovaca com o EVA pode levar a disputa.. histórico a empresa tem, os produtos funcionam a décadas.. valor acredito ser o ponto maior. A Turca MKE com o YAVUZ também não podem ser desacreditada. Em opinião pessoal e até mesmo arrogante, espero o ATMOS como vencedor.
Produto de origem israelense nesse governo? Duvido…
O modelo Denel T5-52 não chegou a ser cogitado para o short list?