Se por algum motivo a pressão da cabine cair repentinamente quando um piloto de combate estiver em alta altitude, isso pode ter consequências fatais.
No Saab Gripen existem sistemas que detectam rapidamente qualquer falha e tomam as medidas necessárias para proteger o piloto.
Como parte dos ensaios do Gripen E, vários testes foram realizados recentemente para verificar esses sistemas.
A partir da segunda aeronave, designada 39-9, o Gripen E passa a contar com um Sistema Gerador de Oxigênio a Bordo (OBOGS) e um novo sistema de inflagem do traje anti-g.
O objetivo dos testes no Karolinska Institutet em Estocolmo visaram verificar os sistemas e seu funcionamento, de acordo com os requisitos definidos, e a compatibilidade da instalação com a montagem de equipamentos que os pilotos usarão no futuro.
O teste demonstrou que o sistema está pronto para o voo e permitiu aos pilotos se familiarizarem com o equipamento antes deste ser montado nas aeronaves de série.
“O foco era verificar se o sistema dava a pressão correta para a máscara de oxigênio e o traje G-suit, dependendo da altitude real. O nível de oxigênio que o sistema gera para o piloto está alinhado com o que é necessário”, afirmou John Färnstrand, engenheiro de testes de voo da Saab Aeronautics.
Os testes foram realizados em duas câmaras de pressão diferentes, onde uma câmara simulava a cabine no avião e a outra simulava um espaço não pressurizado (espaço do dispositivo), onde o sistema OBOGS era montado.
Inicialmente foi utilizado um boneco em conjunto com um simulador respiratório nos testes. Depois disso, um piloto de ensaios entrou em cena para fazer testes correspondentes e avaliar o funcionamento dos sistemas.
As amostras também incluíram a chamada descompressão explosiva, simulando a queda repentina na pressão da cabine em altas altitudes.
Isso pode acontecer devido à explosão ou perda do canopy da aeronave. Nesse caso, o sistema detectará rapidamente a situação tomando as medidas necessárias para proteger o piloto.
“Para conseguirmos recriar o efeito da descompressão explosiva montamos uma grande escotilha entre as duas câmaras permitindo uma rápida equalização da pressão. Obviamente, este ensaio foi feito usando um boneco de testes devido aos riscos para humanos” explicou John Färnstrand.
A Saab teve pessoal de vários departamentos diferentes envolvidos durante os testes, como engenheiros de sistemas, pilotos, técnicos e engenheiros de teste.
Este tipo de ensaio também requer a supervisão um médico de voo responsável pela segurança e monitoramento da saúde do piloto de teste.
Um grupo de pesquisadores do KTH também apoiou de várias maneiras os ensaios.
Este tipo de teste já foi realizado, por exemplo, com o sistema anterior de oxigênio e anti-g usado nas versões A, B, C e D do caça Gripen, e deve ser refeito ao se introduzir equipamentos para o piloto como a nova proteção CBRN (chemical, biological, radiological and nuclear).
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O grande problema desses testes com OBOGS é que não contemplam o estresse corporal do piloto em situação de combate, com alteração dos batimentos cardíacos e da respiração, principalmente em manobras com G’s variáveis.