Rafale para a Colômbia – Uma reviravolta

O Ministério da Colômbia paralisou o processo de aquisição de caças que visa a substituição da obsoleta frota de IAI Kfir. Apesar das constantes modernizações, o Kfir tem mais de 40 anos de idade e já chegou ao fim da sua vida útil. Escrevemos uma breve análise sobre o caso anteriormente.

Estranhamente, contrariando a aparente preferência da Força Aérea Colombiana pelo F-16V e do próprio Ministério da Defesa que sinalizava para o Gripen E, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou em 20 de dezembro que o Rafale tinha sido pré-selecionado no processo.

Entretanto, a verba inicial alocada, que cobria parte dos custos do contrato total de aquisição para 16 aeronaves, tinha que ser usada até 31 de dezembro por meio da assinatura do contrato. O prazo, exíguo, não possibilitou que o mesmo fosse concretizado e, assim, uma nova verba terá que ser aprovada.

Dos quatro competidores, o Rafale é um dos mais caros e complexos ao lado do Eurofighter Typhoon, que também concorre ao certame.

O Gripen E, que está operação na Força Aérea Brasileira desde 19 de dezembro de 2022, em breve vai iniciar os alertas de defesa aérea a partir da Base Aérea de Anápolis com o 1º Grupo de Defesa Aérea.

O Gripen NG, da Saab, é um dos candidatos para substituição dos Kfir (Foto: Saab)

O caça sueco vem de uma linhagem que possui operação consagrada, tendo participado da Operação na Líbia em 2011 em missões de patrulha aérea de combate e reconhecimento tático, além de integrar, em diferentes ocasiões, o Baltic Air Policing com a Bulgária e a República Tcheca, demandando uma série de acionamentos de defesa aérea numa das áreas mais tensas do planeta por ficar nas proximidades com a fronteira com a Rússia.

A baixa necessidade de apoio logístico de solo (pessoal e ferramental) e a capacidade de operação de locais remotos ou de rodovias, favorecem o seu uso em algumas localidades na Colômbia. O Gripen E também possui arquitetura modular e aberta que contribui para a fácil integração de novos sistemas e armamentos.

O F-16 também apresenta uma vantagem do custo de aquisição e operação comparado ao Rafale, apesar de ser mais caro que o Gripen. Trata-se de um vetor amplamente operado em todos os continentes, tendo atuado em diferentes conflitos. O F-16V oferecido à Colômbia é a mais avançada variante deste caça da Lockheed Martin, assim como é o caso do Gripen E. Ambos são monomotores, o que facilita a sua manutenção diária e complexidade a médio e longo prazo. Em Israel, o F-16 é integrado com os mesmos tipos de armamentos que compõe o arsenal colombiano, como os mísseis Python V e Derby e as bombas guiadas Spice 1000.

O que parecia ser uma certeza de vitória para os franceses, agora se mostra como um longo caminho até que a decisão final seja tomada.

F-16V Viper (Foto: Lockheed)

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Comentários

9 respostas

  1. Eu (e vários outros ai kkkkkk) já imaginava que isso iria ocorrer! muito provavelmente a Colômbia vira a adquirir o Gripen ou ainda com uma chance maior…o F-16.
    O Rafale é um excelente caça, mas o custo de operação é muito salgado. Ai é a mesma coisa de você comprar sei lá…um Camaro por exemplo…mas não poder andar muito com ele, já que o custo de você utiliza-lo é muito alto! kkkkkkkkkk

  2. João Paulo

    Bom dia.
    Parabéns pelo trabalho impecável que vocês entregaram em 2022.
    Um excelente ano para você e todos do TECNODEFESA.
    Em linhas gerais, seria correto afirmar que o GRIPEN NG é superior ao F16 VIPER?

    1. Eu diria que sim. Embora sejam da mesma categoria. Pela juventude do projeton Gripen NG. O Viper é um “tranch” em cima de um projeto do final da década de 70.

    2. Olá Silvio,

      Enxergo que são aeronaves equivalentes em alguns pontos. Mas, ainda assim, o Gripen é um projeto novo, deste século, mesmo sendo inspirado num caça consagrado e desenvolvido a partir dos 1980, bem como algumas funcionalidades que são únicas no seu caso. Dentre elas, a integração de novos sistemas e armamentos facilitam as atualizações e tornam esse processo mais rápido e menos custoso. É um caça projetado para dispor de baixa infraestrutura de solo (ferramental e pessoal) e tem pousos e decolagens otimizados para pistas curtas.

  3. Acho que a questão aqui vai mais além. Porque o presidente anunciou a compra do Rafale antes mesmo do processo ser definido pela força aérea? Para mim, há indícios de corrupção e só não foi concretizada porque alguém deve ter avisado ao presidente que ficou muito na cara o que ele fez. Quanto a aquisição, acho o Gripen a melhor opção por ser uma plataforma mais moderna que o F16, ainda há a questão da transferência de tecnologia que a Saab se mostra bem favorável; sem contar que isso também pode ocorrer de forma reversa haja visto que hoje os Gripen suecos já operam com telas do nosso projeto pois a Saab as considerou superiores as que eles usavam.

  4. salve galera.
    A compra de uma aeronave desta linhagem envolve muitas avaliações,assim como foi ressaltada por algum de vocês
    Pra mim, em minha humilde opinião a melhor delas é avaliar oque é melhor pro país.
    e naturalmente quanto eu posso gastar, e quanto eu tenho pra manter essas aeronaves.
    Não adianta comprar e não ter como manter, não adianta comprar, e não poder operar em situações adversas.
    A comprar do caça tem que suprir e se encaixar em todas,ou na maior parte das necessidades do país.
    Assim como disponibilidade de tecnologias,atualizações e etc…

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