Operação Poseidon 2021 – helicópteros das três Forças no maior navio do Brasil

A cerca de 50 quilômetros da costa de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, o maior navio da esquadra brasileira desloca-se pelo Oceano Atlântico. No céu aberto, helicópteros se aproximam da embarcação de 204 metros de comprimento, o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) Atlântico. Esse foi o cenário de uma das atividades da Operação Poseidon 2021, treinamento conjunto das Forças Armadas iniciado em 28 de agosto e que prossegue até sábado, dia 4, com o emprego 830 militares.

Nesta edição, a Operação Poseidon conta com exercício inédito: pousos e decolagens de helicópteros com o navio em movimento. A atividade reúne as aeronaves “Pegasus” (da Marinha),  “Jaguar” (Exército) e “Caracal” ( Aeronáutica),  todas do modelo H225M, projeto estratégico do Ministério da Defesa.

Na quinta-feira, dia 2, o ministro da Defesa, Walter Souza Braga Netto, autoridades da Pasta e o comandante da Marinha, almirante de esquadra Almir Garnier Santos, acompanharam as atividades a bordo do NAM Atlântico. O ministro Braga Netto foi informado sobre os detalhes do exercício e assistiu a algumas das atividades. Ele permaneceu embarcado no NAM de quinta para sexta-feira, dia 3.

O chefe de Operações Conjuntas do Ministério da Defesa, almirante de esquadra Petronio Augusto Siqueira de Aguiar, lembrou que, em 2020, ocorreu treinamento semelhante, porém, com o navio fundeado no mar. “Agora, nós passamos para uma nova fase, com o navio navegando. Isso tem uma diferença sensível para os pilotos, que precisam se qualificar. Teremos outras fases a serem cumpridas nos próximos anos”, esclareceu.

Dois pilotos do Exército e três da Aeronáutica, com suas respectivas tripulações, participaram da Operação Poseidon 2021. Durante cerca de 90 minutos, cada equipe pousou sete vezes no Navio. Dentre eles, o tenente-aviador Victor Gaia Cardoso, da Força Aérea Brasileira (FAB). Ele explicou que, antes dos voos com a sua tripulação, foram feitas observações dos procedimentos praticados pelos aviadores da Marinha. “A percepção é o que mais impacta. Precisamos ter a noção do momento certo de aterrisagem. Tudo isso foi modificado, treinado e readaptado”, pontuou.

No convés de voo, chamado convoo, local do navio onde os helicópteros pousam, há demarcações denominadas pontos de pouso. “Cada um deles tem uma peculiaridade. O que fica mais à frente, por ser uma área mais aberta, recebe ventos de todos os lados e dificulta um pouco o nosso pouso, enquanto, nos intermediários, são mais tranquilos de pousar”, explicou o tenente.

Além dos pousos, os militares praticaram exercícios de infiltração de mergulhadores de combate, evacuação aeromédica (EVAM) de feridos e tiro real sobre alvo à deriva. Na primeira atividade, chamada Homem ao Mar, houve a simulação de um náufrago, em determinado ponto do oceano.

Na demonstração, os pilotos da aeronave de busca e salvamento recebem a informação, deslocam-se ao local e dois mergulhadores saltam para iniciar o procedimento. “O enfermo é colocado em uma maca, que é içada pelos integrantes da equipe de busca e salvamento, e a aeronave retorna para o ponto de apoio, que é o navio”, detalhou o sargento Rômulo Monteiro, da Marinha.

Navio-Aeródromo Multipropósito

O NAM Atlântico foi adquirido pela Marinha do Brasil em 2018, da Marinha Real do Reino Unido (Royal Navy). O Navio tem capacidade para deslocar, estrategicamente, uma força de helicópteros para atuar em diversos cenários, como em missões de paz. Transporta até 16 aeronaves de asas rotativas, ou seja, helicópteros, e pode receber o pouso de até sete aeronaves simultaneamente, e transportar até 12 aeronaves em seu hangar.

Texto: Mariana Alvarenga / MD
Fotos: Divulgação

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