Operação Escudo Yanomami é deflagrada pela FAB em Roraima

Zona de Identificação de Defesa Aérea será criada em território Yanomami

 Por Agência Força Aérea

Com base no Decreto Presidencial N° 11.405, de 30 de janeiro de 2023, a Força Aérea Brasileira (FAB) ativará, a partir das 00h desta quarta-feira (01/02), uma Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA) no espaço aéreo da região norte do país. A medida tem por finalidade incrementar a capacidade de Defesa Aérea em uma área que compreende a Terra Indígena Yanomami e adjacências, contribuindo para o combate ao garimpo ilegal em Roraima (RR).

De acordo com o dispositivo, a ZIDA é composta por: uma área reservada (Área Branca); uma área restrita (Área Amarela); e uma área proibida (Área Vermelha),  competindo ao Comando da Aeronáutica a adoção de Medidas de Controle do Espaço Aéreo contra todos os tipos de tráfego aéreo suspeitos, conforme previsto no Código Brasileiro de Aeronáutica. Cabe ressaltar que na Área Vermelha, somente as aeronaves envolvidas na Operação Escudo Yanomami 2023 serão autorizadas.

As aeronaves que descumprirem as regras estabelecidas nas áreas determinadas pela Força Aérea, estarão sujeitas às Medidas de Policiamento do Espaço Aéreo (MPEA).

O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) é o responsável pelo planejamento, coordenação e execução das Ações de Força Aérea voltadas para a Tarefa de Controle Aeroespacial durante a Operação Escudo Yanomami 2023, conduzindo os meios aéreos necessários para identificação, coerção ou detenção dos tráfegos voando na área de interesse.

A Força Aérea Brasileira planeja, ainda, a instalação de um radar modelo TPS-B34, que pode ser aerotransportado de Santa Maria (RS), com o objetivo de aumentar a capacidade de defesa aérea, reforçando assim, o poder de detecção e controle. As aeronaves radar E-99 e R-99 já estão na região e o alerta de Defesa Aérea de Boa Vista foi reforçado.

R99 e E99

O Decreto N° 11.405, de 30 de janeiro de 2023

Em caráter geral, o Decreto dispõe sobre medidas para enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e de combate ao garimpo ilegal no território Yanomami a serem adotadas por órgãos da administração federal.

Segundo o documento, ficam os ministros de Estado da Defesa, da Saúde, Desenvolvimento Social e Assistência Social, Família e Combate à Fome e dos Povos Indígenas autorizados a efetuar as requisições de bens, servidores e serviços necessários: ao transporte de equipes de segurança, de saúde e de assistência; ao abastecimento de água potável, à alocação de cisternas e à perfuração de poços artesianos; ao fornecimento de alimentos relacionados com a cultura, as crenças e as tradições indígenas; ao fornecimento de vestuário, de calçados e outros gênero semelhantes; e à abertura ou à reabertura de postos de apoio da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de unidades básicas de saúde do Ministério da Saúde.

O Ministério da Defesa atuará no fornecimento de dados de inteligência e no transporte aéreo logístico das equipes da Polícia Federal, do Ibama e dos demais órgãos e entidades da administração pública federal que participarão diretamente na neutralização de aeronaves e de equipamentos relacionados com a mineração ilegal no território Yanomami.

O acesso de pessoas ao território Yanomami ocorrerá de acordo com o disposto em ato conjunto editado pelo Ministro de Estado da Saúde e pelo Ministro de Estado dos Povos Indígenas, com vistas à prevenção e à redução do risco de transmissão de doenças e de outros agravos.

Texto: ten Wanessa Liz e asp Vieira / Agência Força Aérea
Imagens: Força Aérea Brasileira

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Comentários

13 respostas

  1. perguntar não ofende. onde estava a FAB nos anos anteriores onde centenas de voos ilegais aconteciam nessa área todo mês ??? cometendo ilícitos e pondo em risco a aviação comercial

    1. Perguntar onde estava a FAB? Mas justamente para ter essa operação teve que existir um decreto presidencial, não foi a FAB e sim o antigo governo que nunca tomou nenhuma providência antes…

        1. Sim, a FAB faz isso, inclusive tem Super Tucano implantado em Boa Vista, o problema é que é difícil dar conta de tantos. Agora foram alocados diversos meios para essa operaçāo: R – 99; E – 99, talvez Super Tucanos de outros esquadrōes e ainda os radares de defesa TPS-B34. Entretanto, todos precisam ser deslocados de pontos distantes como Anápolis no caso dos R/E -99 ou Santa Maria no caso do radar aerotransportado e o mais importante, precisam ser alocados recursos extraordinários para pagar uma operaçāo de tal nível.

  2. Tem mais é que tratar esses garimpeiros como terroristas que são. E uma organização criminosa que tomou posse de parte do território nacional, usa de violência para sequestrar e fazer coerção de cidadãos brasileiros, além de matar. Eles tem braço político, tem dinheiro ilegal até os tubos pra pressionar e corromper em favor do crime organizando e tem muitos meios e armamento….. é uma força paramilitar que tenta dominar uma região, tem que botar na cadeia ou passar fogo se resistência houver, e os financiadores e representantes políticos tem que ir pra cadeia também.

    1. “tem que botar na cadeia ou passar fogo se resistência houver, e os financiadores e representantes políticos tem que ir pra cadeia também.” … A primeira parte pode acontecer, a segunda, no Brasil? Não…. certo que não….

  3. Por que índios Warau fugiram da Venezuela e índios yanoma que dividem a fronteira da reserva não se acudiram no Brasil?

    1. Marco, a questão dos índios Warao em nada tem a ver com a atual tragédia dos Yanomami.
      São de etnias e costumes diferentes.
      Acredito que a fakenews que o Antônio esteja se referido seja a que classifica os Yanomami como venezuelanos e brasileiros, e isso sim é falso.
      Os Yanomami, ao contrário dos Warao, são povos nômades, e seu território se estende pelo Brasil Venezuela, e para eles não existe essas diferenças políticas.
      Os motivos desta tragédia é que garimpeiros invadiram este território e estão exterminando a população.

  4. Eu sei que são de etnias diferentes e que os Warao vieram para o Brasil atras de comida.
    Quanto aos yanomamis são nômades então dentro do território deles , ou seja na parte venezuelano onde seu povo padece de fome e na parte brasileira. Resta saber se são vindo da Venezuela esses que estão passando necessidade pois o histórico complica a Venezuela e não o Brasil. Alias o erro começou no gov. Collor que teve a infeliz ideia de demarcar terras na fronteira entre os dois países. Correto seria território dentro do Brasil afastado da linha de fronteira.

    1. Então, respondendo a sua pergunta (dentro de sua lógica): não, este índios não vieram da Venezuela agora para receber ajuda.
      Existem denuncias do que está ocorrendo desde 2020.
      O Exército ajudava dentro de seus limites, mas existia sim uma política governamental para abandoná-los a própria sorte, em apoio ao garimpo, o que impedia uma ajuda mais efetiva como a que está ocorrendo neste momento.
      Esta situação calamitosa causados pelos conflitos entre os garimpeiros e os índios ocorre há anos, tanto que houve uma CPI em 2007, que acabou levando muitas melhorias e uma melhor proteção para aquele povo, porém, independente da opinião política de cada um, este governo (por dolo ou negligência) a transformou na tragédia que estamos vendo agora!

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