Mudanças nos sistemas de defesa antiaérea do Exército Brasileiro

No Boletim do Exército de hoje, 24 de março, foram publicadas as portarias EME/C Ex 993 e 994 que desativam os sistemas de defesa antiaérea Oerlikon/Contraves, de 35 mm, e Bofors /FILA, de 40 mm, respectivamente. Estas entram em vigor no dia 3 de abril de 2023.

O sistema de Oerlikon Contraves, composto por dois canhões automáticos geminados de 35×228 mm, com 90 calibres, e um equipamento de direção de tiro (EDT) Superfledermaus, começaram a chegar ao Brasil no 1º semestre do ano de 1977. Já o sistema Bofors, composto por um canhão automático de 40×365 mm R, com 70 calibres, e um EDT FILA (“Fighting Intruders at Low Altitude”, ou “atacante de invasores à baixa altura”, em português), que foi desenvolvido na década de 1980 pela empresa Avibrás Aeroespacial, juntamente com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx) e em cooperação com a empresa sueca Bofors, foi adquirido em 1983. Ambos eram sistemas autorebocáveis e representaram, na época, uma enorme evolução na capacidade antiaérea do Exército.

Com a desativação destes sistemas, a defesa antiaérea da Força Terrestre contará apenas com as 34 viaturas blindadas de combate Gepard 1A2 (dotadas com os mesmos canhões Oerlikon de 35 mm) e os mísseis de curto alcance Ptt 9K338 Igla-S, russo, e RBS 70, sueco, ambos do tipo MANPADS (“man-portable air-defense systems”).

Canhão d 35mm Oerlikon C90 (Foto: EB)

Cientes da carência neste importante espectro da guerra moderna, o EB é a Força líder no programa de obtenção conjunta do Sistema de Artilharia Antiaérea de Média Altura/Médio Alcance do Ministério da Defesa, que pretende adquirir um novo sistema com capacidade de engajamento horizontal mínimo de 2.000 metros e máximo de 40.000 metros; e vertical mínimo de 50 metros e máximo de 15.000 metros, contra aviões, helicópteros, drones ou mísseis de cruzeiro, de alta ou baixa performance, em qualquer perfil de voo, desde velocidade zero até 2.880 km/h, e integrados ao SISDABRA.

O projeto busca a aquisição de até 15 baterias para as três Forças, sendo esperado o lançamento da consulta pública para ainda este ano. Diversas empresas Já manifestaram interesse m participar do certame, sendo os sistemas mais cotados o europeu IRIS-T e os israelenses Barak e Spider-MR.

Além disso, o EB também já estuda a aquisição de um sistema de defesa antiaérea para suas brigadas mecanizadas com o desenvolvimento de nova versão para sua viatura blindada 6X6 Guarani, cujo conceito será apresentado na próxima edição da LAAD.

Canhão 40mm M985 L70 Bofors (Foto: Roberto Caiafa)

 

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Comentários

20 respostas

  1. Torcendo para o Barak MX. Acredito que seja o melhor custo/benefício. O Iris-T SLM acredito que seja mais caro.

  2. gostaria de saber sobre a AVIBRÁS ela faliu não está produzindo mais nada, tenho observado que tecnologia e defesa não fala mais nada sobre a AVIBRÁS

  3. Caro Bastos, aproveito seu artigo p/ me solidarizar a vc e sua família pelo falecimento de seu pai. Valorizo muito a família, cuidei dos meus pais até o fim, pra mim foi apenas uma retribuição parcial ao que me fizeram. Fiquem c/ Deus, amigo.

  4. Sem dúvida o ideal para baixa altitude seria uma solução envolvendo o Guarani 6×6, com canhões e mísseis, de preferência.

  5. Estes sistemas de defesa antiaérea Oerlikon/Contraves, de 35 mm, e Bofors /FILA, de 40 mm não serve para proteção contra drones dos pelotoes de Fronteira na região Norte do Brasil ou já sao fim de carreira mesmo e não serve pra nada!

  6. Pela mateira lida acima, vão substituir canhões por mísseis q são mais tecnológicos e de maior precisão.
    A triste guerra da Ucrânia nos estão ensinando por exemplo como estão conduzindo o teatro da guerra moderna pelos equipamentos/armas/politica/estratégias…, logo penso q seria bom o Brasil comprar vários sistema de mísseis diferentes e de fornecedores diferentes ao mesmo tempo, p q os militares brasileiros saibam utilizar todos os sistemas modernos existentes na atualidade, e em caso de embargos, sempre avera um q irá dar continuidade às entregas, sem precisar de “contrabando de armas” ou cobrar mais pela “exploração de mercado”…

    Mudando de assunto, e real a informação de falecimento do membro da família do editor Paulo, se for, gostaria de desejar meus pêsames ao editor e toda a sua família, pois sou membro da grande “família de entusiastas, especialistas de assuntos e temas millitares”, e nesta hora o lado humano ou “amai- vos uns aos outros como eu vos amei – Jesus Cristo, o Messias, valores Cristãos.
    Orações, preces, leituras edificantes ou espiritualistas e o tempo é o melhor conforto no momento. Deus é pai e não padrasto e sabe o que faz, é só acreditar/confiar, ter fé!!!
    Forte abraço, crê em Deus, e Paz e Luz para todos!

  7. Barak MX ou Spider MR dão conta, suficientemente. Além disso, Israel é um parceiro confiável, mais que os europeus.
    Tambem apresento minhas sinceras condolências ao Paulo Bastos, excelente profissional, pelo passamento de seu pai. Já passei por isso e sei como é dolorido, mas Deus proverá conforto.

  8. Guarani Anti Aereo?

    eu imagino uma plataforma de misseis de curto alcance, mas tera canhoes junto ou sera apenas misseis?

      1. De todas as versões, a mais me trouxe curiosidade é a versão Ldr.
        Bastos, existe já alguma definição inicial de suas características?
        Uma nova versão Saber sobre uma plataforma elevada?

    1. Eu creio que alcance máximo de 40 km seja o requisito mínimo.
      A última vez que li, se não me engano, falava em 40 km como mínimo e 80 km como desejável.

  9. ja que eles vão ser retirados da linha de frente, porque não soldar alguns na carroceria de um caminhao da Agrale e usar como apoio da infantaria no estilo Technical? Pode ser que pra anti aerea ele não sirva mais, mas para causar dano em uma unidade entocada em um predio ele ainda faz um belo de um estrago.

    1. Compartilho do seu pensamento, poderiam fazer adaptações ou sistemas de engenharia e instalar os canhões e até canhões e encima do canhão, metralhadora acopladas p melhor aproveitamento e escolha do atirador. Montar encima de caminhões ou pick-up ou veículos blindados p proteção e defesa os ocupantes ou “combatentes”…
      Falta criatividade, ideias, vontade, fé…, e é por isso q nos damos ideias….
      Abraços.

  10. 15 baterias séria suficiente para o tamanho do Brasil ?

    Uma dúvida quantas baterias de disparo teria com 15 unidades ?

  11. Minha torcida é para que o EB faça o processo direito, e não correndo, pra evitar erros básicos de requisito e não virar tomada de decisão ao gosto do general do turno.

    “Se tem placa, tem história”.

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