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Migs e Sukhois da Catumbela: Um Ilustrador brasileiro em Angola!

O brasileiro Ricardo Nunes trabalha como ilustrador há mais de vinte anos, e nesse período realizou diversas atividades com as forças armadas do Brasil, em especial a Força Aérea Brasileira.

Nunes também levou sua arte até a Marinha dos Estados Unidos (Us Navy), atuando no Naval Aviation Safety Center.

Mapa de Ricardo Nunes.

Especializado em mapas caricaturados, que basicamente são informações geográficas passadas de maneira lúdica sobre pontos de referência de localidades turísticas e comerciais das cidades citadas, Nunes foi contratado pela construtora Odebrecht para mapear obras importantes da empresa sendo executadas nas províncias de Luanda e Lobito, em Angola.

A ideia era mostrar os mapas para as principais autoridades do governo angolano, para que entendessem a logística empregada nas obras. Na época, Angola era um dos maiores canteiros de obras da Odebrecht, e o fato de portar um crachá da empresa brasileira literalmente abria portas.

Tal facilidade propiciou ao ilustrador brasileiro obter acesso pleno a lugares como a Base Aérea da Catumbela (Força Aérea Nacional ou FAN), pois nesta ocasião o aeroporto internacional estava em obras e o acesso era feito pela referida base.

O motorista do brasileiro, um angolano veterano de muitos combates, não gostava de falar da guerra, mas depois de algumas cervejas até soltava alguma coisa básica, sem entrar em maiores detalhes.

Sobre a base da FAN, na parte operacional podia-se notar a presença de alguns jatos de ataque ao solo Sukhoi Su-22 e aeronaves biplaces de treinamento/ataque leve L-39 Albatros, essa aérea de segurança contando com forte presença armada.

Na foto de Ricardo Nunes, dois Ilyushin Il-76TD, pelo menos um Antonov An-74, dois AN-26/32, e pelo menos dois MI-17 Hip helicópteros de transporte – Base Aérea da Catumbela.

Já o cemitério de aeronaves, que seria destinado ao aeroporto, estava lotado de carcaças de antigos jatos soviéticos aguardando remoção, e podia ser acessado sem maiores preocupações.

Naquele espaço Nunes pode fotografar dois aviões de fabricação russa, um Sukhoi SU-22 Fitter-J (biplace de conversão operacional com capacidade de combate) e um monoplace de ataque ao solo Sukhoi SU-25 Frogfoot, ambos abandonados e canibalizados em suas peças e partes.

Ricardo Nunes no SU-25A sucateado.
Ricardo Nunes no SU-22UB.
SU-22UB e SU-25A, sucateados.
SU-22UB e SU-25A, sucateados.

Existiam aeronaves abandonadas em outro setor, e Nunes conseguiu observar pelo menos um MiG-23 Flogger bem sucateado, sem as famosas asas de geometria variável.

Como ainda existiam munições não deflagradas nessa outra área, era proibido ir a este sítio.

Aconteceram muitos casos em que as obras foram paralisadas por horas ou mesmo dias, pois haviam sido descobertas munições no terreno, ou mesmo minas terrestres.

Catumbela também é a sede da Academia da FAN, e de pelo menos 3 esquadrões de combate armados com uma miscelânea de aeronaves russas como os caças SU-27 – SU-30, os jatos de ataque SU-25 Frogfoot e Sukhoi SU-22, todos estão baseados no aeroporto, assim como aeronaves de transporte e helicópteros de diversos modelos, a maioria, russos.

Um caça Sukhoi SU-30MS da FANA na final para pouso no Aeroporto Internacional de Luanda, em Angola.

Após a experiência na base aérea, Nunes foi para a capital do País, Luanda, onde também retratou a cidade em um mapa.

Segundo o brasileiro observou em suas viagens por Angola, nos deslocamentos das pessoas de uma província para outra, o estado angolano mantém uma vigilância rígida, sendo necessários vários carimbos no passaporte para poder circular pelo país.

O Brasil, pela afinidade de língua, é muito bem percebido pelos angolanos. Muitos sonham com uma vida do outro lado do Atlântico, segundo observou Nunes nas ocasiões em que interagiu com os angolanos.

16 de fevereiro de 2012, Cidade de Benguela, fachadas e laterais da guerra em Angola, foto de Rick Nunes

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