JCET 2020 – Forças Especiais do Brasil e Estados Unidos na Amazônia

No período de 23 de novembro a 11 de dezembro, o Comando de Operações Especiais (COpEsp), por intermédio do 1º Batalhão de Forças Especiais (1º BFesp), conduziu o JCET 2020 (Joint Combined Exchage Training 2020), Intercâmbio Combinado de Forças Especiais, compromisso internacional assinado em Conferência Bilateral de Estado-Maior entre o Exército Brasileiro e o Exército dos Estados Unidos da América (US Army).

O intercâmbio, ocorrido no Comando Militar da Amazônia (CMA), teve como objetivos a troca de experiências de combate e o aperfeiçoamento de técnicas, táticas e procedimentos de Forças Especiais, tendo como participantes Destacamentos Operacional de Forças Especiais (DOFEsp) do 1º BFesp, da 3ª Companhia de Forças Especiais (3ª Cia FEsp) e do 7º Grupo de Forças Especiais do Exército dos EUA (SFODA 7215), além de observadores do 1º Batalhão de Ações de Comandos (1º BAC) e do Centro de Instrução de Operações Especiais (CI Op Esp).

Na primeira semana, além de medidas administrativas, ocorreram ambientações e reconhecimentos dos locais de instrução. Ainda, os destacamentos puderam realizar um primeiro módulo de tiro, possibilitando que os militares americanos tivessem o primeiro contato com o ambiente operacional amazônico.

Na semana seguinte, ocorreu a abertura oficial do JCET, com a participação do general de exército Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, Comandante Militar da Amazônia, do general de divisão Marcos de Sá Affonso da Costa, Chefe do Preparo da Força Terrestre, do general de divisão Omar Zendim, Chefe do Centro de Coordenação de Operações do Comando Militar da Amazônia (CCOp/CMA), e do general de brigada Gustavo Henrique Dutra de Menezes, Comandante de Operações Especiais. Com o apoio do 1º Batalhão de Infantaria de Selva Aeromóvel (1º BIS Amv), os operadores tiveram contato com técnicas de sobrevivência, na Base de Instrução Nº 2 do Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), facilitando na aclimatação dos participantes estrangeiros ao ambiente de selva.

 

A terceira semana, desenvolvida na Base de Instrução Nº 4, teve como objetivo principal a execução de técnicas de tiro. Os destacamentos realizaram Ações Táticas em Contato com Inimigo (ATCI), módulos de tiro diversos e técnicas aeromóveis (diurna e noturna) com apoio do 4º Batalhão de Aviação do Exército (4º BAvEx).

Na quarta semana, o objetivo principal foi a realização de um exercício combinado no contexto de Combate Contra Forças Irregulares. Nesse exercício, os destacamentos planejaram e executaram missões interligadas de monitoramento, abordagem de embarcações, neutralização de ameaças e resgate de reféns. O exercício contou com a participação de outras Organizações Militares do CMA: a Base de Operações contou com apoio de Comando e Controle prestado pelo 1º Batalhão de Comunicações de Selva (1º B Com Sl), permitindo o acompanhamento em tempo real das operações em andamento; o Centro de Embarcações do Comando Militar da Amazônia (CECMA) apoiou na inserção dos destacamentos com embarcações Ferry Boat e Guardian, enquanto que o 4º BAvEx apoiou na extração noturna das equipes com aeronaves HM-2 BlackHawk e HM-4 Jaguar.

A infiltração utilizando lanchas de assalto, como a Guardian 25, também foi bastante explorada

 

Na continuação do intercâmbio, os destacamentos realizaram adestramentos voltados para o combate contraterrorismo, realizando treinamentos de progressão em ambientes confinados e módulos de tiro contraterrorismo.

A última semana foi marcada por uma visita dos Operadores de Forças Especiais dos dois países à 2ª Brigada de Infantaria de Selva (2ª Bda Inf Sl) e ao Comando de Fronteira Rio Negro / 5º Batalhão de Infantaria de Selva (Cmdo Fron RN/5º BIS), em São Gabriel da Cachoeira, e ao 5º Pelotão Especial de Fronteira (5º PEF), de Maturacá. A visita foi uma oportunidade ímpar de o destacamento americano conhecer um pouco do trabalho exercido pelo Exército Brasileiro na remota fronteira norte do País, com ênfase na tríade “Vida, Combate e Trabalho”.

 

No dia 11 de dezembro, o JCET foi oficialmente encerrado, com a certeza de que a troca de experiências entre as frações de Forças Especiais do Brasil e dos EUA contribuiu para estreitar os laços de amizade entre os dois países bem como ampliar as capacidades operativas dos destacamentos envolvidos.

 

Com informações e imagens do Comando de Operações Especiais

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Respostas de 6

    1. Como assim: ”E agora com Joe Biden…”? Ele foi eleito? Isso já está decidido? Se sim, onde você viu tal afirmação? Meu amigo, a eleição americana só será decidida em Janeiro de 2021, até lá, nenhum e nem outro. Outra coisa, Joe Biden, Trump ou quem quer que seja que irá se sentar lá, nada tem a ver com questões militares e parcerias de décadas que existe entre o Brasil-EUA. Isso é pura falácia e não sei aonde você viu ou achou que Biden sentando lá, ele proibirá tudo e assim por diante. Não é assim que a banda toca, amigo.

        1. Vão cantar a bola tão cedo assim? Espero que você saiba que toda essa questão da eleição americana terminará de facto dia 29 de Janeiro de 2021. O que ocorreu nada mais foi que uma diplomacia, ponto. Porque eu vou comemorar antes do término final de todo o processo que está ocorrendo por lá? Outra coisa, Putin e Brasil já reconheceu Biden como presidente, porém, todos nós sabemos que essa cantada de bola tão cedo assim, pode ser virada a qualquer momento. Então, menos. Vamos olhar a coisa do jeito que realmente é, complexo, e não de modo superficial como muitos estão fazendo.

    2. Alexandre, leia a entrevista que fizemos com o General de Brigada Otávio Rodrigues de Miranda Filho, 5º Subchefe do Estado-Maior do Exército (EME) e responsável pelos assuntos internacionais e diplomacia, e com o Major General Daniel R. Walrath, Comandante do Exército Sul dos Estados Unidos (US Army Soulth), durante a Conferência entre os exércitos do Brasil e Estados Unidos. Essa pergunta foi feita 😉

      http://tecnodefesa.com.br/conferencia-entre-os-exercitos-do-brasil-e-estados-unidos-acertam-proximas-acoes-conjuntas/

  1. Welington S., você é provavelmente ignorante à constituição do seu próprio país, quanto mais a dos Estados Unidos da América, é triste ver! Respondendo a sua pergunta, SIM, a eleição está mais do que decidida.

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