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FAB inicia estudo para ativação da segunda unidade de F-39 Gripen em Anápolis

O Estado-Maior da Aeronáutica determinou, por meio da Portaria ENAER Nº 10/6SC2, a constituição de um Grupo de Trabalho com o objetivo de elaborar uma Diretriz de ativação do Núcleo do 1º/4º GAV “Esquadrão Pacau” na Base Aérea de Anápolis (BAAN), no dia 29 de julho de 2024. Atualmente, o Gripen E é operado pelo 1º Grupo de Defesa Aérea, na BAAN.

As informações foram retiradas de um excerto da Portaria divulgado em grupos de WhatsApp.

Apesar de comentários já realizados pela imprensa estipulando que o esquadrão irá cumprir as missões ar-solo, qualquer conjectura nesse sentido, neste momento, é precoce.

 

Histórico

O Esquadrão Pacau, tradicional unidade de caça da Força Aérea Brasileira (FAB) e também conhecido como a “Sorbone da Caça”, pela tarefa que desempeho na espacialização dos pilotos de caça, foi criado em 24 de março de 1947 e ativado em 29 de julho daquele mesmo ano na Base Aérea de Fortaleza.

A missão era de formar os pilotos de ataque utilizando os Lockheed A-28 Hudson e os pilotos de bombardeiro com os North American B-25J Mitchell.

Em 1956, porém, uma mudança impactou no rumo da história do esquadrão a partir daquele momento.

O 1º/4º GAV foi transformado em uma unidade de formação de pilotos de caça, recebendo, em outubro de 1956, todo o acervo de Republic P-47D Thunderbolt do 2º/5º GAV ‘Esquadrão Joker’ que mantinha essa mesma missão em Natal (Rio Grande do Norte). O Joker, por sua vez, passou a cumprir a tarefa do Pacau usando o B-25J, tendo em vista que o Hudson já havia saído de operação.

Naquele momento, a frota de P-47D da FAB estava muito desgastada. Os aviões apresentavam muita pane, o seu custo operacional era alto e a disponibilidade estava baixa. Além disso, o Thunderbolt era o último caça a pistão em operação na FAB, tendo em vista que os Curtiss P-40 estavam fora de serviço e o restante das unidades tinha feito a sua transição, em 1952, para o Gloster Meteor F-8 e TF-7.

Em 1956, quando a FAB pensava no substituto, o Departamento de Defesa dos EUA definiu o Lockheed F-80C como o caça que sucederia o P-47 em operação nas nações amigas.

Via Military Assistance Program, o programa de assistência militar norte-americano à países aliados, o Brasil receberia 29 Lockheed F-80C (depois 33 com a chegada de mais quatro exemplares) e quatro Lockheed T-33A que seriam utilizados ao longo de todo o treinamento, na fase inicial de cada etapa, e na conversão operacional dos futuros pilotos de caça.

A chegada da era do jato colocou uma nova atribuição ao Pacau que, além da formação de pilotos de caça, passou a cumprir a missões de defesa aérea.

Em novembro de 1957 todos os P-47D foram aposentados, sendo a sua missão assumida temporariamente pelos North American T-6.

Os primeiros T-33A chegaram em 10 de dezembro de 1956 e, no ano seguinte, foi dado início na conversão dos pilotos brasileiros para o novo vetor, com as instruções ministradas pelo 102nd Mobile Training Unit da USAF. Em 13 de maio de 1958 chegaram os primeiros F-80C possibilitando o início da formação dos pilotos de caça.

O Pacau foi o único a receber o F-80C, que apesar das suas qualidades foi precocemente desativado na FAB em 1967, sendo substituído pelos AT-33 (TF-33 na designação da FAB) que podiam ser armados com bombas e metralhadoras.

Finalmente, em 1973, os T-33A e AT-33 deram lugar ao Embraer EMB-326GB Xavante (AT-26) continuando a mesma missão.

Em 2002, quando o Xavante alcançou estágios mais avançados de obsolescência, com baixos índices de disponibilidade, a FAB decidiu mudar a sua sede de Fortaleza para Natal, concentrando as frotas do 2º/5º GAV, que também operava o Xavante, e do 1º/4º GAV num único lugar, facilitando a manutenção e aumentando a operacionalidade.

De 2006 a 2008, sete Atlas Impala Mk.II, de um lote de 22 exemplares do Impala Mk.I e Mk.II adquiridos da África do Sul pela FAB para serem usados como fonte de peças de reposição, foram colocados em serviço. Quatro foram operados pelo Pacau, dois permaneceram no Parque de Manutenção de Recife e um foi enviado para o Museu Aeroespacial, no Rio de Janeiro.

Em 22 de novembro de 2010 a unidade foi transferida com os AT-26 Xavante para Manaus. Dias depois, a aeronave foi desativada fazendo a conversão para o F-5EM Tiger II. Naquela localidade, o esquadrão permaneceu até 17 de dezembro de 2021, quando foi desativado às vésperas de completar os seus 75 anos de história.

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Respostas de 6

  1. Será que o Pacau será incubido de operar os F-39F? Seria uma boa, em meu entendimento. Tornaria o Pacau um esquadrão de conversão operacional e treinamento dos F-39.

  2. Até entendo essa questão de colocar o segundo esquadrão em Anápolis… Tem a ver com logística, manutenção, desenvolvimento de doutrina e treinamento… Mas se porventura, a FAB adquirir um novo lote, espero que distribuam essas aeronaves por outros esquadrões em outros pontos do território nacional. Entendo que o sul do país, o norte e o saliente nordestino, precisam ter uma capacidade de deterrência. Sei também do conceito de bases de desdobramentos, rodopistas, etc… mas sempre fui a favor da capilaridade… talvez eu esteja antiquado…

  3. Sou filho de um oficial aviador da turma de 46, declarado “aspira” en 1950.
    Tão logo 2o Tenente, foi para Natal em Janeiro de 1951.
    Eu nasci em Out/1951 e com poucos dias, fui com minha mãe, de B-25, pra Natal.
    Até o final de 2011, estive presente nas reuniões da turma dele.
    Conheço a história publicada por vc, e muitas outras que eles reviviam, por muitos anos.
    Saudades do meu pai e seus colegas!

  4. Até que a FAB consiga um segundo lote do Gripen E\F, e não estou falando das 14 ou 15 unidades propostas agora em troca do KC-390, isto tem a ver somente com o adendo ao contrato atual, vai ficar difícil a FAB manter mais de um esquadrão destes caças fora de Anápolis.
    Esse segundo lote, seja lá qual for a quantidade estimada, deverá servir de substituto imediato dos F-5 e A-1 que estão pela hora da morte, e com data de desativação já marcada para 2033 e 2025, respectivamente, salvo engano.
    Mesmo que eles recebam estes 14\15 caças adicionais, suponho que a FAB dará início a substituição dos F-5 do 1o GAAv em Santa Cruz, dado ser a unidade de caça mais tradicional da força, e um núcleo pensante e operacional da caça no país.
    Enfim, sem quantidade não tem como fazer milagre com o Gripen ou qualquer outro caça que se compre.
    Resta esperar que o governo resolva logo esta venda dos aviões da Embraer no menor prazo possível e, no mínimo, demonstre interesse e previdência em deixar amarrado desde já um segundo lote, que só começaria a ser entregue na próxima década.

    1. Concordo com o Fábio em parte. Por mais tradição que o 1° de Caça tenha, não acredito que seja o próximo esquadrão de Gripens, fora de Anápolis. Acho que será Canoas-RS. Explico: todo o suporte de manutenção do F5 está no Sudeste. Uma aeronave antiga, precisa de manutenção constante. O mais lógico é empilhar os F5 em Santa Cruz, e deixar eles terminarem os seus dias na base em que mais foram operados. Além disso, por mais que a Argentina não seja uma ameaça, a região sul é de longe a única área onde um país pode invadir com chance de sucesso, se não for protegida. O Peru, a Colombia, e a Venezuela, teriam que vencer a Amazônia. Mas no Sul, um oponente poderia atingir pontos estratégicos em distâncias menores. No Rio de Janeiro, só por mar.

      Na minha opinião, talvez não haja um segundo lote. Talvez fiquemos em 50 unidades, mais ou menos. Talvez outra aeronave seja escolhida para operar em Santa Maria-RS e em Santa Cruz-RJ, em mais alguns anos.

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