Há tempos o Exército Brasileiro (EB) tem buscado, através do Escritório de Projetos (EPEx) e com o apoio da Diretoria e Fabricação (DF), a modernização de sua Artilharia autorebocada, verificando as opções existentes no mercado para uma aquisição direta, ou obtenção de licença para fabricação em território nacional, dos obuseiros de 105 e 155mm, no escopo do do Subprograma Sistema de Artilharia de Campanha (SPrg SAC). Caso se opte pela produção local, estuda-se a utilização dos Arsenais de Guerra do Rio (AGR) e de São Paulo (AGSP), para a instalação de suas linhas de produção.
Diante disso, a DF vem mantendo contato com diversas empresas, afim de obter informações iniciais a cerca da possibilidade de internalização das capacidades de produção sob licença dos obuseiros pelo Sistema de Fabricação (SisFab), sendo que a maioria demonstrou interesse e algumas delas já tomaram à dianteira, oferecendo diversos níveis de parcerias. Uma delas é a BAE Systems, que produz os obuseiros M777, de 155mm, e o M119A2, de 105mm e que é uma versão nais moderna dos L118 Light Gun em uso no EB e Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Em 2022, a empresa visitou o AGSP (repetindo neste ano) e, no último dia 10, o AGR, para conhecer a capacidade industrial dessas organizações militares, como parte dos estudos para a fabricação, sob licença, inicialmente, do obuseiro 105.
Já a italiana Elsel, empresa parceira do Grupo Leonardo, produz atualmente o obuseiro Oto-Melara 105-14 mod.56 (também em uso pelo EB), que passou por um grande processo de melhorias, principalmente no quesito precisão e controle de tiro. Atualmente, existe um estudo do Exército Italiano para aumentar seu tubo visando obter um alcance de até 20km. No mês passado, o diretor de Fabricação do Exército, general-de-divisão Tales Eduardo Areco Villela, esteve em La Spezia, aproveitando uma das reuniões de aprovação da VBC Cav na Itália, e conheceu o processo e tecnologias aplicadas ao armamento. Nas próximas semanas é esperada a visita de representantes da empresa para conhecer os Arsenais de Guerra do SisFAB.
As KNDS, da França, e NORINCO, da China, que participaram da concorrência das VBCOAP 155 SR e ofereceram a fabricação de seus armamentos no Brasil, produzem os dois tipos de armamento. A Elbit Systems, de Israel, vencedora da contenda (e cujo contrato será assinado nas próximas semanas), possui apenas a peça de 155mm, o M-71, que deverá ser oferecido como compensação (“offset”). Além desses, existem outras opções sendo sondadas no mercado.
O projeto está na fase final de estudos, que serão aprofundados. Para tal, espera-se para ainda este ano o lançamento de um requerimento para informações (“request for information” – RFI), iniciando o processo, mas não foi decidido se irá considerar os dois calibres ou apenas o de 105mm.
Respostas de 20
Outra Vergonha pra esses Generais em pleno 2024 , somos incapazes e temos que pedir Benção.
Tomem vergonha na Bunda , por que na cara a população jat está cansada de mandar
Nada seria mais interessante o EB, aproveitando os conhecimentos do projeto morteiro 120 mm, partir para um projeto e produto próprio?
Recentemente houve a modernização de peças de artilharia por parte das instalações acima citadas, e com certeza houve grande aprendizado nesse processo.
Outra grande oportunidade, seria uma parceria de desenvolvimento com países do BRIC,S ( fugindo da órbita das grandes empresas européias ou norte americanas).
Sabe se que a Argentina tem muitos projetos próprios nessa área, que com investimentos e aporte tecnológico, seria de grande valia para ambas as nações !
Isso mesmo temos que partir em cooperação com países do BRICs.
Srs b dia. Tenho notado nos últimos tempos que existe uma certa “estranheza” de algumas pessoas com relação aos produtos militares fabricados nos EUA ou países da UE. Srs. o Brasil é um país do bloco Ocidental! Nossa cultura e raizes são ocidentais e assim seremos para sempre. Nossos ideais sao alinhados com países livres e democráticos e não ditaduras. Lutamos na 2 Guerra ao lado dos países ALIADOS e nossas Forças Armadas usam e sempre usarão produtos OCIDENTAIS. Lembrem-se dos helicópteros Russos que compramos e foram apenas uma fonte de dores de cabeça…
Essa tua avaliação é de um povo submisso a vontade de grandes potências ocidentais já temos exemplos de mais vide argentina guerra das Malvinas devemos comprar armas de quem quizermos somos livre como nação caso como exemplo da Índia comprra de ocidentais e orientais e também fabrica seus próprios equipamentos esse é o exemplo a seguir.
Jorge, somos ocidentais e nos identificamos com valores nobres e de liberdade ocidentais. O modo de vida oriental difere muito, muito mesmo do nosso.
Uma nação que não fabrica suas peças de artilharia e munições, não pode garantir sua soberania.
Boa tarde Paulo.
A Norinco produz o AH-4 155mm, que já é, podemos dizer assim, um velho conhecido. No entanto, em que pese os chineses produzirem canhões no calibre 105mm, isto não se repete no que diz respeito obuseiros AR.
Se existe um modelo a nível exportação, gostaria de saber qual é.
Já ouvi falar que eles fabricariam a cópia do M-56 italiano, mas este obuseiro não atende os requisitos básicos postos no estudo de viabilidade emitidos ano passado.
grato.
Flavio, pelo que fui informado, a NORINCO está desenvolvendo o CS/AH2 com a Tailândia, todavia, já estou em contato com a empresa e eles logo devem me informar quais são suas opções e os dados técnicos oficiais.
Devo escrever um artigo com todas as opções disponíveis no mercado (onde já mapeei cerca de dez) assim que sair os RFI.
Como exemplo de opções, alem dos que descrevi no artigo e do da Norinco, existe o sérvio Yugoimport SDPR M-56/33, sulcoreado o Hyundai WIA KH178 MK1, o indiano GCF Jabalpur IFG e outros.
Aguarde pelo artigo.
Ansioso pela matéria sobre as opções disponíveis.
Paulo, em relação ao Guarani com morteiro 120mm, há alguma novidade? Ou o projeto foi engavetado?
Muito obrigado pela gentileza das respostas.
No aguardo dos seus artigos.
abs.
Essas ideias de modernizar ou produzir material de Artilharia AR no Brasil já no Brasil ,no final dos anos 80….Havia um projeto holandes de trocar os tubo do 105 M101 por um de maior calibre( comprimento de tubo) o que daria mais alcance.S.m.j o Chile teria adquirido algumas peças. Ainda dentro do projeto FT 90 , ocorreram diversos estudos para modernizar a Art 105 AR ,que resultaram na aquisição do 105 M 119 inglês ( 2 GAC e algumas peças AMAN) …..o objetivo final era a aquisição de 5 GAC ,iniciar a produção de sua munição e na continuidade fabricar o M118 no Brasil , visando inclusive o mercado sul-americano. O sucesso da Art inglesa no Conflito das Malvinas influencou a opção pelo M118. Com a extinção da URSS e a queda da Cortina de Ferro….praticamente sobrou somente uma potência hegemônica….No Brasil, os sucessivos governos federais desde aqueles tempos têm procurado buscar e encontrar um rumo em termos de expressão de poder mundial ou mesmo regional. Passados 30 anos novamente estamos na encruzilhada do que fazer com o material AR( 105 e 155)…alguns questionamento? ….fabricar para vender para quem? …a quantidade necessária a atual estrutura EB Art talvez não compensse a criar uma linha de fabricação…..sem alogar-me o importante é ter a capacidade de produzir a munição….
Mario Luiz, apenas em termos de OM a nível bda aqui na região norte, o EB dispõe de 6 brigadas inf slv, das quais, apenas duas possuem GAC Sl. As demais sequer se ouviu falar na criação e\ou transferências de mais unidades de parte do EB.
Em tempo, o planejamento era para termos aqui 8 brigadas, o que ainda estamos muito longe de conseguir. E não há nada por enquanto nos planos do exército que facilitem de alguma forma atingir tal objetivo.
Com 6(8) GAC Sl para equipar, seriam no mínimo 108(144) peças a encomendar, que somadas as de outras bdas das forças estratégicas somariam quantidade suficiente para justificar a produção em algum dos arsenais do EB a custos menores, talvez, do que na iniciativa privada.
É um comentário interessante …talvez o material 105 para a selva seja diferente dos aplicados a outras áreas do Brasil, teríamos talvez dois modelos ….de qualquer forma os estudos são necessários …tive a oportunidade de ver a desativação dos 105 M102 ( 25º GAC ) ….esse obuseiro havia sido projetado para a Guerra do Vietnã…fornecido/comprado EUA …era basicamente para ser helitransportado , mas ainda não havia sido reativada a Av EB…dependíamos do apoio da FAB com o “sapão” que o transportava no limite da sua capacidade de carga ……no seu emprego junto a 3ª Bda C Mec era sendo tracionado pelas Vtr 21/2 REO…. como a altura do engate da viatura tratora era mais alto que a altura do centro das rodas ; a tração por terrenos diversos ocasionavam trincas nas estruturadas flechas e para manutenção conseguimos apoio na Base Aérea de Santa Maria( solda em duro alumínio)…ainda as lunetas já com mais de 20 anos de uso , muitas estavam inservíveis e no Brasil não havia como fazer a manutenção pois no interior das mesmas havia um dispositivo radioativo …acharam melhor desativar o material….também muita gente desconhecia que o M102 naquela época com a munição assistida atingia um alcance de 15KM….
Olá Luiz.
A tendência é pela homogeneidade do material a ser adotado, de forma a facilitar a logística e diminuir custos. Ao menos em teoria esse deve ser o caminho.
No caso das bdas slv, os M-56 se mostraram muitíssimo adequados às necessidades dos GAC Sl, apesar do seu curto alcance, e em que pese o transporte destes obuseiros ser feito principalmente via fluvial, ou quando possível, por meio dos helos da AVex.
Sabendo como são as coisas por aqui, e tendo um vislumbre de modernização como cito no texto do Paulo, é bem capaz do EB olhar com mais carinho essa possibilidade, tendo em vista, também, seus custos, acredito, menores que os possíveis concorrentes, além de já dominarmos aqui todo o seu ciclo de manutenção.
Não seria novidade o EB operar mais de um obuseiro leve 105mm, principalmente se levarmos em consideração que de todos os obuseiros citos na matéria, ele é o mais leve, e o de mais fácil transporte. E isso pesa muito para as OM de selva. A nossa logística aqui é muito diferente do resto do país, seja pela precariedade de meios disponíveis, seja pela adversidade própria do ambiente operacional. E a ausência de mais meios de apoio aéreo de transporte, seja AVex, FAB ou aviação naval, só colabora para isso.
Aqui temos a Imbel e a MacJee produzindo muniç]ao de 155mm, sendo que a primeira tbm produz a munição de 90mm do Cascavel, 105mm pra obus ((estava desenvolvendo munição de 105 pros Leo 1A5, de treino tbm ) mas tem ,diferente da MacJee, um parque fabril mixto entre antiquado e partes já com equipamentos e maquinário modernos.
“O saber não preenche lugar”.
Recupera a Avibras e aproveita a capacidade do corpo técnico da empresa para desenvolver um obuseiro nacional ou compra alguma licença e usa as linhas de produção da Avibras para atender a demanda das nossas FA. Não precisa inventar a roda.
O certo é o Brasil ter sua produção, tecnologia, desenvolvimento, ensino, estudos e pesquisas tudo próprio tudo 100% nacional com seu parque fabril próprio que o governo tenha isso como política de estado e não de um governo, que leve a segurança nacional e até mesmo a pública a sério com mais investimentos, orçamento, aumento no percentual do PIB para as forças armadas para um percentual de 3% da fatia do bolo pois não confio nos estados unidos nem na união europeia bem como na OTAN o certo mesmo e fortalecer o bloco dos brincs e a minha opinião. O Brasil precisa ser independente coisa que ainda não é pois, até agora só entrou presidentes sem futuro na presidência como o Bolsonaro e o lula gente sem qualificação e capacidade e conhecimento o povo brasileiro precisa saber Vitor para mudar pois a culpa pela derrota do Brasil e do próprio povo brasileiro na sua maioria analfabetos funcionais e políticos. A transformação de um país requer longo prazo. Aprendam a votar primeiro para poder criticar pois todas as decisões de um país estão na política, forças armadas não são poderes são instituições apenas que servem ao estado em qualquer lugar do mundo a não ser que estejam no poder como um governo ou como uma ditadura, ok. Então forças armadas não têm capacidade de decidir, nem definir, nem votar no parlamento e nem estabelecer orçamentos e políticas de estado ou de defesa ok. Tudo isso que decide são os deputados, senadores e o presidente ok. Reflitam sobre isso.
“O saber não preenche lugar”. Dito popular antigo, mas sempre atual. Temos 48% do território Sul-americano, e domínio na fabricação de artilharia é dissuasão.