CV90, o Dracar moderno

 Por Paulo Roberto Bastos Jr.

Durante o período histórico conhecido como “Baixa Idade Média”, que ocorreu entre os séculos VIII e XI, povos guerreiros oriundo das gélidas Terras do Norte, de forte tradição militarista e que tinham em suas crenças e práticas sociais que os conflitos eram uma forma natural viver, conhecidos como Vikings, iniciaram grandes invasões que impactaram boa parte do Velho Mundo.

Um dos símbolos máximos desses povos eram os Dracares (ou Drakkars), as famosas embarcações com cabeça de dragão e com um desenho de casco único, de baixo calado, permitindo a navegação tanto em mares agitados quanto nos rios mais rasos, numa mobilidade que surpreendeu todas as estratégias da época. Eram leves e ágeis, mas extremamente mortais, assim como o CV90, BAE Systems.

Dracar, o mítico navio viking

A origem

Ao final da Segunda Guerra Mundial, o mundo se viu dividido em dois grandes blocos; um liderado pelos Estados Unidos da América; e o outro, pela extinta União Soviética, iniciando período que ficou conhecido como “Guerra Fria”. Contudo, inúmeros países seguiram uma terceira via e optaram por uma política de neutralidade, como foi o caso da Suécia.

Situada geograficamente em uma posição limítrofe entre os blocos antagônicos, o governo sueco decidiu por uma maior independência econômica e política, o que acarretou na criação de toda uma cadeia de desenvolvimento e produção de sistemas de armas, criando soluções inovadoras e específicas para suas demandas, como o Stridsvagn 103 (Strv103), conhecido como S-Tank.

O Strv103, um exemplo da inovação sueca, foi projetado para ser utilizado como um MBT (Foto: Tank Museum)

Dessa forma, no início da década de 1970, diversas empresas começaram a criar projetos e soluções próprias para atender as demandas locais para viaturas blindadas, entre essas a Bofors e a Hägglunds. O governo criou o programa UDES (Underlagsgrupp Direkt Eld Stridsfordon, ou família de veículos de veículos de combate de superfície, em uma tradução livre), um grupo de trabalho composto por engenheiros, civis e militares, liderado pela Administração de Material de Defesa da Suécia (Försvarets Materielverk – FMV), com o objetivo coordenar aquelas iniciativas e as apresentar de uma forma padronizada.

Concluídos os estudos iniciais, foi definido que o programa se concentraria em encontrar soluções para o desenvolvimento um carro de combate que atendesse os requisitos definidos e as especificidades do teatro de operação sueco, principalmente em relação à mobilidade e custos, e que fosse equivalente ou superior em alguns aspectos a outros modelos do exterior. Assim,seguindo a tendência em inovar, surgiram dezenas de projetos com diferentes configurações,como utilizar ou não uma torre, ser articulados ou outras soluções tecnológicas consideradas avançadas até para os dias atuais.

Foram, então, produzidos modelos em madeira com escala real de pelo menos seis tipos, e outros na escala 1/10, além de adaptar uma viatura blindada de transporte de tropas (VBTP) Pansarbandvagn 302 com algumas das soluções propostas, o que possibilitou comparações com veículos existentes, observando-se as dimensões, posicionamento de componentes, operação do armamento, recursos de observação e outras características.
Durante os estudos e testes, as viaturas aumentaram de peso e volume devido às exigências de maior carga útil e, ao mesmo tempo, a utilização no Norte do país foi priorizada, pensando-se na operação em ambientes com neve profunda e pântanos. Naquela época, considerando a mobilidade dos carros de combate Centurion Mk10 e S-Tank, que eram a “espinha dorsal” da força blindada sueca, a opinião dominante é que era impossível utilizar viaturas blindadas de combate na região. O programa foi cancelado, mas a experiência adquirida com mais de 50 projetos diferentes foi aproveitada nos anos seguintes.

Nasce uma lenda

Ainda em 1977 o Exército Sueco iniciou uma completa reformulação na mecanização, abrindo espaço para uma nova família de viaturas blindadas, mais leves, ágeis e com capacidade para apoiar as tropas de forma eficiente, dentro da estratégia de defesa do país. Os estudos ficaram sob a responsabilidade da HB Utveckling AB, uma “joint venture” entre a Bofors e a Hägglunds.

Os requisitos iniciais colocados para esta nova viatura eram:

  • Extrema mobilidade em terreno severo;
  • Efetividade contra alvos blindados;
  • Efetividade contra alvos aéreos (helicópteros);
  • Sobrevivência e proteção;
  • Mobilidade estratégica;
  • Fácil manutenção e confiabilidade; e
  • Potencial para desenvolvimentos futuros.
Ikv 91 (Foto: Svenska Armén)

O fator principal continuava a mobilidade nos terrenos nortenhos, que exigiam uma baixa pressão no solo, que não afundassem durante o deslocamento, o que foi atingido em 1974, com a entrada em operação do carro de combate leve Infanterikanonvagnen 91 (Ikv 91), com cerca de 16 toneladas. O Exército tinha, então, uma viatura que atendia às necessidades operacionais e que serviu de modelo para os requisitos da nova família.

No início dos anos de 1980, os trabalhos se concentravam em blindados dotados de armamento com capacidade de penetrar nas laterais dos carros de combate da época e com capacidade para o transporte de um grupo de combate com oito fuzileiros. O armamento estudado s iniciou em uma faixa entre os calibres 25 e 60mm, mas como o cenário de ameaças incluiu também helicópteros e aeronaves voando a baixa altura, destacaram-se os canhões antiaéreos Bofors 40 e 57mm.

O esboço conceitual da primeira versão do UDES 09 foi refinado e serviu de base para o CV90

O desenho final ficou muito próximo a uma versão ampliada das primeiras concepções do UDES 09, equipada com uma torre para dois homens, armada com um canhão de 40mm e capacidade para transporte do grupo de combate desejado. Por outro lado, isso acabou aumentando o peso da viatura, que deveria ficar abaixo das 20 toneladas mas, novamente, utilizando o UDES e apoiado por experimentos no Canadá, novas soluções para esteiras foram criadas e o veículo conseguiu manter uma faixa de pressão sobre o solo similar ao Ikv 91, mesmo com o maior peso.

Em 1985, foi criado o grupo Stridsfordon 90, composto por representantes das Forças Armadas, FMV e indústria, emitindo os requisitos finais e finalizando o projeto de uma viatura base para compor a nova família de blindados sueca, nascendo assim o CV90, sigla para Combat Vehicle 90.

De partida foram definidas cinco versões que deveriam possuir a maior comunalidade possível, diferenciando apenas nos equipamentos específicos para funções:

  • Stridsfordon (Strf) 90: viatura blindada de combate de fuzileiros (VBC Fuz), equipada com um canhão de 40mm Bofors L/70 (Strf 9040) ou de 25mm M242 Bushmaster (Strf 9025);
  • Luftvärnskanonvagn (Lvkv) 9040: viatura blindada de combate antiaérea (VBC AAe), com um canhão Bofors L/70, mas com maior grau de elevação e radar;
  • Stridsledningspansarbandvagn (Stripbv) 90: posto de comando (VBE PC);
  • Eldledningspansarbandvagn (Epbv) 90: centro de controle de tiro (VBE CDT) paraArtilharia; e
  • Bärgningsbandvagn (Bgbv 90): recuperadora (VBE Rec).
Lvkv 9040, a versão antiaérea do CV90 (Foto: Svenska Armén)

Em 1986, foram encomendados os protótipos do Strf 9040 e 9025, sendo escolhido o de 40mm. Ao todo foram construídos cinco protótipos que passaram por extensos testes, entre 1988 e 1991, durante os quais protótipos para outras finalidades foram encomendados. A produção do CV90 começou em 1993, com as primeiras entregas ocorrendo no ano seguinte. Atualmente Exército Sueco utiliza mais de 500 viaturas em seis versões diferentes.

Evoluindo

O CV90, desde seu surgimento, destacou-se de concorrentes por inúmeras qualidades e se tornou modelo a ser seguido (e superado) pelos projetos que vieram depois. Contudo, o avanço da tecnologia militar, bem como as mudanças na forma de combater, levou a uma evolução constante. Atualmente encontra-sena quinta geração, com mais de 1.300 unidades em uso em oito países, e ainda é considerado um dos mais capazes da categoria.

Strf 9040, o CV90 Mk0 (Foto: BAE Systems)

Na primeira geração, depois denominada Mk0, tinha um peso de combate na ordem de 24 toneladas (Strf 40), priorizando alta mobilidade, em lugares que não permitiam viaturas mais pesadas, grande poder de fogo, por isso o nível de proteção balística estava restrita a 12,7x99mm, possuir alta confiabilidade e facilidade de manutenção, podendo ser mantido operacional por conscritos utilizando usando apenas ferramentas da própria viatura.O armamento não era estabilizado, os sistemas eram todos analógicos,limitada capacidade noturna e foi equipado com um motor de 550 HP, que garantia uma relação peso-potência de 16,9 KW/T.

CV90 MkI (CV9030N)

A segunda, ou MkI, com um peso de combate de 26 toneladas, foi uma variante desenvolvida para uma concorrência da Noruega, chamada CV9030N, onde superou o norte-americano M2 Bradley, o britânico FV-510 Warrior e o austro-espanhol Ascod. A torre foi redesenhada e equipada com um sistema de estabilização e novos optrônicos para uma maior probabilidade de acerto nos disparos, com o veículo em movimento ou à noite, contra alvos terrestres ou aéreos, e a proteção balística foi aumentada para o Level 5+, capaz de resistir a impactos de munição cinética de 25 mm. Foi equipado com um motor de 605 HP, com uma relação peso-potência de 17,1 KW/T.

CV90 MkII (CV9030CH)

O MkII, com um peso de combate de 28,4 toneladas, foi uma evolução natural, principalmente em eletrônica embarcada, já digital, mas de 1ª ou 2ª gerações. O armamento era o mesmo da versão MkI e o motor possuía 680 HP, e a relação peso potência de 17,6 KW/T. Foi adotado pela Suíça (CV9030CH) e Finlândia (CV9030 FIN), sendo o casco da versão suíça ligeiramente maior.

CV90 MkIII (CV9035N)

Já o MkIII, também uma evolução, mas com um projeto que aumentava a letalidade, capacidade operacional, arquitetura eletrônica, sobrevivência e mobilidade. O desenho foi radicalmente alterado, principalmente na torre, agora dotada de um canhão Bushmaster III, de 35 ou 50mm, com capacidade de disparo de munições de explosão programável do tipo ABM (“airburst ammunition”), com a tripulação dispondo de grande suíte de sensores, em uma arquitetura eletrônica completamente digital, de 3ª geração, permitindo o engajamento contínuo do alvo e acompanhamento automático (“auto tracking”) e a função “hunter-killer” (caçador-matador), que possibilita ao comandante trazer o armamento para a direção em que estiver observando, mantendo-o em seu controle e efetuando o disparo, sem a interferência do atirador

CV90 MkIIIb (CV9030N)

A proteção balística também foi reprojetada, aumentando os ângulos e incluindo kits adicionais de blindagem composta, elevando a proteção para o Level 6+, contra impactos de 30mm APDS, além de minas e ataques vindo de cima. O peso máximo de combate estáe m 35 toneladas, mas a motorização é de 810 HP, o que dá uma relação peso-potência de 17,3 KW/T, com um novo sistema de suspensão, que melhorou ainda mais a mobilidade, mesmo com o aumento do peso. Foi adquirido pela Holanda (CV9035NL) e Dinamarca (CV9035DK). Uma versão ainda mais moderna, a MkIIIb, foi para a Noruega (CV9030N e outros modelos).

A quinta e atual geração, a MkIV, teve o peso máximo aumentado para 37 toneladas, mas foi equipada com um novo motor de 1.000 HP e a transmissão X300, passando a relação peso-potência para 18,0 KW/T, o que elevou sua capacidade de carga, ao mesmo tempo em que melhorou a mobilidade.

Com arquitetura eletrônica completamente nova, de 4ª geração, já desenhada para permitir a implementação de evoluções e possibilitando a utilização de tecnologias de realidade aumentada, como o conceito “iFighting”, que combina dados de diferentes sistemas dentro do veículo para filtrar e priorizar as informações mais críticas, permitindo uma tomada de decisão mais rápida e melhor desempenho, sendo a primeira VBC Fuz da OTAN com um sistema de proteção ativa certificado pela aliança. Foi incorporado por República Tcheca e Eslováquia.

CV90 MkIV (Foto: BAE Systems)

A família CV90 é considerada uma das mais capazes dessa categoria, com mais de 1.300 unidades em serviço em oito países, incluindo quatro membros da OTAN, em mais de 15 versões.

Em ação 

A primeira participação do CV90 em um conflito real ocorreu em 2004, quando o governo sueco enviou de um destacamento, equipado com o CV9040, para a Força de Manutenção da Paz da ONU na Libéria (United Nations Mission in Liberia – UNMIL). Os veículos participaram de patrulhas e escolta de comboios na região, com alguns enfrentamentos a rebeldes armados.

Um Strf 9040C (CV90 Mk0) em ação na Libéria (Foto: BAE Systems)

Todavia, a missão real de combate ocorreu nas mãos dos noruegueses, no Afeganistão. Em novembro de 2007, durante a operação “Harekate Yolo”, quando os CV9030N responderam a um ataque das forças talibãs contra o Exército Afegão, na Província de Ghormach, causando varias baixas aos atacantes.

Em maio do ano seguinte voltaram ao combate ao defender um batalhão, o Telemark, que estava sob ataque pesado, incluindo metralhadoras e lançadores de granadas (RPG), na província de Badghis. Com a chegada dos blindados, o ataque foi rechaçado, sem nenhuma baixa norueguesa, mas com mais de uma dezena do lado talibã. Em 2010, um soldado morreu depois que um CV90 foi atingido por um artefato explosivo improvisado (IED), nessa mesma região.

CV9030NF1 (CV90 MkI modernizado), na região de Fariab, Afeganistão (Foto: Hæren)

A Dinamarca também participou de conflitos com seus CV90.Em fevereiro de 2010, foram enviados dez CV9035DK para reforçar o contingente que atuava na província de Helmand. Os veículos pertenciam ao Regimento Den Kongelige Livgardee operaram, ao lado de outros blindados de combate, como os Piranha III e Leopard 2A5DK, e apoiaram as tropas em diversas situações. Já em abril, dois foram atingidos por IEDs, mas seus ocupantes se salvaram. Em agosto, outro foi atingido, com a perda de dois soldados e ferindo outros três.

Um CV9040C ucraniano, de primeira geração, está sendo muito empregado na Guerra com a Rússia

Com a invasão russa na Ucrânia, diversos países europeus enviaram ajuda militar, entre eles a Suécia, que anunciou a doação de 51 CV9040C, junto a suporte logístico e treinamento das tripulações. Os blindados são empregados na contraofensiva na região de Bakhmut, onde contribuem para desalojar os russos entrincheirados, mas, como todos os blindados empregados, sofrem com a ação dos drones, armas anticarro e fogo de Artilharia de precisão. Em julho, as mídias russas divulgaram um vídeo onde aparece um desses blindados capturado praticamente intacto depois de um aparente impacto de um RPG, que teria causado a morte de seu comandante.

Para o Brasil?

Com a definição do processo de aquisição da viatura blindada de Cavalaria (VBC Cav) e o inicio da viatura blindada de combate obuseiro autopropulsado 155mm sobre rodas (VBCOAP 155mm SR), cujo processo de aquisição está previsto para ser concluído este ano, o Exército Brasileiro (EB) voltou-se para as suas próximas aquisições, ou seja, a viatura blindada de combate de fuzileiros (VBC Fuz) e a nova viatura blindada de combate carro de combate (VBC CC).

Em dezembro de 2022, o Estado-Maior do Exército (EME) publicou a Portaria Nº 877, aprovando a diretriz para a prospecção inicial das novas VBC Fuz e VBC CC (inicialmente conhecida como VBC CC Futura), ambas sobre lagartas, criando um Grupo de Trabalho (GT) para “avaliar as opções, incluindo o desenvolvimento em parceria nacional ou internacional”, que atualmente é chefiada pelo chefe de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (EPDI), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT).

O objetivo inicial do GT criado é de planejar a obtenção de até 78 VBC Fuz e 65 VBC CC, considerando o prazo até 2040, conforme o planejamento do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) Forças Blindadas, verificando tal viabilidade e essas viaturas serem baseadas na mesma plataforma (conceito de horizontalidade),facilitando a logística,  considerando participação da Base Industrial de Defesa nacional.

O processo de consulta ao mercado (Consulta Preliminar de Informações – draft-RFI) foi lançado em março de 2023, questionando, dentre outras coisas, a possibilidade de ser utilizados os sistemas de armas que já são empregadosou que já foram definidos, como a implantação da torre Leonardo HITFACT MkII, equipada com um canhão de 120mm, na VBC CC, e a UT30BR, com um canhão de 30x173mm, na VBC Fuz, além do SARC REMAX em ambas.

CV90 em testes no CAEx (Foto: BAE Systems)

Uma das empresas que respondeu aos questionamentos, foi a BAE Systems, oferecendo a versão mais moderna e avançada do CV90, o MkIV, como uma plataforma básica e versátil, na qual se poderá construir toda uma família de blindados sobre lagartas que atenda aos requisitos, englobando uma VBC Fuz e especializadas como porta-morteiro, Engenharia, recuperação, etc., culminando em um carro de combate médio (“Medium Main Battle Tank” – MMBT), com um canhão de 120mm, que poderia vir a substituir os Leopard 1A5BR (esta versão será pauta de futuro artigo em T&D).

A BAE Systems já demonstrou interesse em criar parcerias com a indústria  nacional transferindo tecnologia e diminuindo a dependência de importações, utilizar os sistemas de armas propostos e, antecipando-se ao inicio do processo de seleção, enviou  ao Brasil um CV9030 MkIII, modificado para ter as mesmas características de mobilidade e eletrônica de um MkIV, para demonstrações aos militares brasileiros. A viatura estava em sua versão VBC Fuz, equipada com um canhão automático Bushmaster II, de 30×173mm, metralhadora coaxial de 7,62×51mm, lançadores de granadas fumígenas e optrônicos de ultima geração.

Imagem do CV9030 MkIII no Porto do Rio de Janeiro

O exemplar desembarcou em 05 de maio, no Rio de Janeiro, tendo sido transportado pelo navio mercante holandês MV Mitiq, que deixou o porto de Norrköping, na Suécia, em abril, junto a dois caças F-39E Gripen, da Força Aérea Brasileira (FAB). Entre 10 e 21 de julho, exibiu suas capacidades nas diversas áreas de teste do Centro de Avaliação do Exército (CAEx) e, no dia 17, ocorreu uma demonstração específica para o Estado-Maior do Exército (EME) e Corpo de Fuzileiros Navais (CFN) da Marinha do Brasil, que ficaram impressionados com as características, modernidade e desempenho.

A BAE Systems acredita que, a combinação de mobilidade, proteção e poder de fogo do CV90, aliada à versatilidade do projeto, que permite que se adapte às necessidades que surjam, e o grau de modernidade, torna-o um forte candidato para fazer parte da futura família de blindados sobre lagartas da Força Terrestre brasileira.

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Matéria publicada na edição nº 172 da revista Tecnologia & Defesa

 

 

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Respostas de 19

  1. Sr Paulo , o senhor tem informação, se os M-109 A3 do EXÉRCITO serão modernizados ?
    Parabéns pelo seu Trabalho e agradeço antecipadamente sua Gentileza

    1. Em 19 de setembro de 2023, foi publicada a portaria nº 1.139-EME/C Ex, que aprova a diretriz de iniciação do projeto de revitalização das VBCOAP M109A3 e cria um grupo de trabalho para a elaboração de seu estudo de viabilidade.
      Ou seja, o projeto ainda está na fase de definição de que se vale ou não a pena serem modernizados.
      Continue acompanhando o site de T&D que voltaremos a este assunto 😉

  2. Como VBC FUZ acho excelente. Como VBC CC, nem a Suécia o utiliza nessa função, usando Leopard 2.
    Um MBT deve ter proteção blindada bem superior ao do CV-90 em minha opinião.
    Acho que o melhor caminho pata o EB é um MBT de verdade e não um MMBT, mesmo que tenha que adquirir blindados que não sejam da mesma família.

    1. e também tem um fato de que a KMW tem uma subsidiária aqui no país e que pode ser expandida para fabricação dos leo2 aqui mesmo isso e acredito que se ela competir ela vai usa isso como arma de negociação

    2. “Nem a Suécia o utiliza”.

      Sei que deve ter falado isso por ela ser o fabricante, mas não é esse o ponto.

      A Suécia não o utiliza porque ela realmente investe bem seu dinheiro em equipamentos de Defesa. Muito melhor que o Brasil. Não tem nem comparação os equipamentos do exército sueco com os do exército brasileiro.

      Por isso eles usarem CV90 como MMBT seria algo inesperado, pois eles costumam ter equipamentos de ponta, enquanto se o Brasil o adotar será um grande salto tecnológico e de poderio bélico para o EB, pois independentemente do tamanho, um CV-90 120mm é melhor que um Leopard 1 105mm. Se não tiver dinheiro para Leopard 2 novos, eu prefiro CV 90 120mm do que reformar os Leopard 1.

      1. Creio que o CV-90 120 seguiria, de forma mais atual e absurdamente mais moderna e capaz, o mesmo princípio do Leo 1A… que é a agilidade e mobilidade em detrimento da couraça robusta e pesada e nisso ,caso não se modernize etc nossos Leo 1A5, tbm sou favorável ao CV-90 120 (já que VT-4 ou T-90 MS por aqui é quase impossível). Agora, será que a KMW fez alguma proposta ou tem algum projeto de MBT ou MMBT que tenha proposto ao EB ??? Está um silêncio danado!!rs

        1. Nas últimas licitações o EB somente aceitou a participação de veículos em produção.
          Acrescente-se que a encomenda do EB não é tão grande e deve seguir o padrão da do Centauro II com longo prazo para entregas.
          Então imagino que nenhum fabricante irá propor um projeto novo para o EB.
          Ademais, a KMW tem uma oficina de manutenção no Brasil. Transformar ela numa fábrica é outra história. Uma história bem cara por sinal.
          Então é capaz dela nem participar da concorrência.

        2. Este conceito foi abandonado pelos exércitos de 1a linha na década de 70 quando desenvolveram o Leopard 2, o Abrams, etc porque chegaram a conclusão que MBT como o Leopard 1 possuíam uma capacidade de sobrevivência muito baixa em um conflito de alta intensidade.

          O CV-90 IFV é um sucesso de vendas, se não me engano possui 7 países usuários, Nenhum encomendou uma versão MMBT com canhão de 120 mm.

          Quase todos os usuários de CV-90 utilizam Leopard 2 como MBT.

          Porque será?

  3. Boa tarde amigo Paulo Bastos o senhor sabe como o EB vai fazer para manter os Leo 1A5 operacionais por conta da fslta de peças para os blindados?

    Obrigado
    Abs

    1. O EB está se esforçando para nacionalizar os componentes essenciais para os blindados da família Leopard.
      Em breve devo publicar um artigo abordando este tema, aguarde.

  4. Olá Paulo. Poderia fazer um artigo especulando como se daria a resposta alemã ao CV90 no Brasil? Há tempos não vejo nada sobre a fábrica da KMW em Santa Maria

    1. A KMW aqui em Santa Maria tem trabalhado muito na manutenção dos Leopard 1A5 e Gepard. Passo seguidamente em frente à empresa e sempre é possível ver blindados no pátio e outros em manutenção, quando as portas do pavilhão de manutenção estão abertas.

    2. “Poderia fazer um artigo especulando como se daria a resposta alemã ao CV90 no Brasil?”
      Sinto muito Mario, mas eu não especulo 😉
      Quando houverem fatos concretos eu apresentarei aqui no site.

  5. Com o combate entre veículos blindados cada vez mais raro e com o avanço das armas anti-carro, eu, pessoalmente, gosto muito dessa solução MMBT. Mais baratos de adquirir e operar, mais adequados a nossa cadeia logística e completamente capazes de enfrentar nossas ameaças.

    Olhando apenas para os veículos, sou fã dos suecos e gostaria de ver o CV90 por esses lados.

  6. Cv90-120 tem mesmo peso que o Leopard 1A5. so que tem blindagem composta e mais eficiente. Logo é melhor protegido.
    Supera no armamento e optrônicos.
    Sua adoção representaria um salto em vista do que temos e tem um preço muito menor que um pesado mbt.
    Alias com o estado atual dos ATGM é melhor ter mais quantidade de mmbt do que menos mbt. Qualquer dos 2 sucumbirá a um atgm de 1 linha que é relativamente barato.

    1. Caro Colombelli, entendo que mesmo um MBT de 1a linha não é invulnerável e será destruído ou colocado fora de ação se for atingido por um ATGM de última geração, bem como se for atingido por um disparo de canhão de 120 mm com munições das mais modernas, entretanto um MBT de 1a linha, pode sobreviver a dezenas de ATGM mais antigos que existem em maior quantidade e em países mais “pobres”, também pode sobreviver a disparos de 120 mm quando a munição for razoavelmente “antiga”, como as usadas pela maioria dos países de 3o mundo e também pode sobreviver a cahões de 105 mm na maioria das munições existentes, para não dizer todas e também pode sobreviver a canhões de 90 mm.
      Já um CV-90 possui blindagem para suportar no máximo 30 mm. Ou seja, mesmo um blindado leve com um canhão bofors de 40 mm pode “peneirar” um CV-90, Mesmo um Cascavel antigo com canhão de 90 mm pode destruir um CV-90. E qualquer RPG antigo ou ATGM antigo também poderá destruir um CV-90.

      Sobre valores, pelo que pude apurar um MBT de 1a linha Ocidental como o K2 sul-coreano e o M1A2 Sepv3 americano custam cerca de U$ 19 mi a unidade. Um Leopard 2A8 custa mais, cerca de U$ 25 mi a unidade. Mas existem algumas opções mais baratas, como os Merkava israelenses que algumas fontes sugerem preços na casa dos U$ 5 mi. O novo Merkava Barak deve custar mais que isso, mas provavelmente menos que o K2. E existe o VT-4 chinês que foi exportado em mais de um contrato por valores entre U$ 5 e U$ 6 mi. Além dos MBT russos que também já foram exportados por valores semelhantes ao dos MBT chineses.

      Já um CV-90 na versão IFV custa cerca de U$ 9 mi em contratos recentes. Uma versão -120T com canhão de 120 mm muito provavelmente vai custar mais que isso. Eu chuto cerca de U$ 10 a U$ 12 mi.

      Então, ainda que um CV-90 seja mais barato que um K2, provavelmente custa entre 50% à 100% mais que um VT-4.

      Então uso o seu argumento, com o estado atual dos ATGM é melhor ter mais quantidade de MBT não ocidental do que MMBT ocidental que possui blindagem bem inferior e custa bem mais caro.

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