CORE23 – A hora da ação

Paulo Bastos, correspondente de guerra do Exército, Direto do Front

Na madrugada do dia 09 de novembro, a Força Tarefa 52 (FT52), composta por militares da 23ª Brigada de Infantaria de Selva (23ª Bda Inf Sl), do Comando Militar do Norte (CMN), e da 101st Airbone Divison, do Exército dos Estados Unidos (US Army), tomaram as usinas hidrelétricas Coaracy Nunes e Cachoeira Caldeirão, os primeiros objetivos do Exercício CORE23.

A ação se iniciou no dia 07, com a infiltração de uma unidade de tropas especiais, composta por elementos da 3ª Companhia de Forças Especiais (3ª Cia FE), a “FORÇA 3”, do Comando Militar da Amazônia (CMA); da Companhia de Precursores Pará-quedista (Cia Prec Pqdt), os operadores especiais da Brigada de Infantaria Pará-quedista (Bda Inf Pqdt); e do 7th Special Forces Group (Airborne), do US Army.

Essa infiltração ocorreu por meio de salto livre operacional (SLOp), em alta altitude e grande distância (HAHO), de helicópteros HM-4 Jaguar, realizada a 10 mil pés e com navegação aérea de 12 km, para evitar a detecção das aeronaves. Os primeiros a saltarem foram os operadores especiais, que realizaram o reconhecimento de área e neutralização de possíveis ameaças, principalmente das defesas antiaéreas. Após isso foi a vez dos precursores, que fizeram o balizamento da zona de pouso de helicópteros (ZPH), para o desembarque da tropa principal.

Na manhã do dia seguinte, dia 08, ocorreu o assalto aeromóvel da FT52, quando uma esquadrilha com nove helicópteros de manobra (quatro HM-1A, um HM-2, um HM-3 e três HM-4), protegidos por dois HA-1A Fennec armados com foguetes Skyfire e metralhadoras calibre 12,7x99mm (.50 BMG), transportou 310 militares do Aeródromo Hangar Comandante Salomão Alcolumbre (SJKI) até a ZPH, na região de Ferreira Gomes, em seis levas, incluindo duas peças do obuseiros OTO-Melara M56, de 105mm, para garantir o apoio de fogo


Vídeo: ten Luara / CAvEx

 

Após o desembarque ocorreu a consolidação da posição e o avanço pelo terreno para a captura das hidroelétricas, localizadas no município de Ferreira Gomes (AP), distante cerca de 150 km da capital do Estado, cuja captura ocorreu na madrugada, após intensos combates com a força opositora (OPFOR), do Centro de Adestramento do Leste (CA-Leste).

No raiar do dia 09, um pelotão do 23º Esquadrão de Cavalaria Selva (23º Esqd Cav Sl), equipado com duas viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6X6 Guarani, sendo um equipado com a nova torre manual REMAN e o outro com o kit ATMM (Acessório para Transporte do Morteiro e Munições), efetuou o deslocamento até a usina Coaracy Nunes para apoiar a consolidação das posições e garantir a segurança das rotas de suprimentos. Esta ação foi a estréia operacional da viatura na Amazônia Oriental.

Concluída esta etapa, a FT52 está sendo deslocada para a região de Oiapoque, no extremo norte do País, por aeronaves KC-390 Millennium da Força Aérea Brasileira, para uma simulação de combate contra forças irregulares, que ocorrerá até o dia 16.

CORE

O Exercício CORE (Combined Operation and Rotation Exercise) é resultado de um programa de cooperação, assinado entre Brasil e Estados Unidos, que estipula exercícios bilaterais anuais até o ano de 2028. A primeira edição aconteceu no Brasil em 2021 e a segunda na cidade de Luisiana, nos EUA, em 2022.

Por meio desses exercícios, as tropas dos dois países compartilham experiências e trocam conhecimentos sobre doutrina, técnicas, táticas e procedimentos de defesa, visando ampliar a interoperabilidade entre os exércitos e desenvolver a doutrina militar terrestre.

 

Nota do Autor: Aguardem artigo completo do Exercício CORE23 na próxima edição da revista Tecnologia & Defesa.

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Comentários

4 respostas

  1. O americano vendo a escolta – 2 Esquilos com Skyfire, deve ter pensado: “não temos mesmo com o que nos preocupar”. Se tivesses 2 A29 para CAS, já seria um upgrade…

    Eu acho sensacional das nossas FA que operações desse tipo não são utilizados meios conjuntos, aparentemente nem gente de EM.

    Cada força faz o seu independente. Parêntesis para a FAB que, dizem, vem tentando puxar as demais forças (li que na Tínia tinha 2 A4 e a anti aérea do EB)..

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