BTR-82A, a proposta russa para o programa VCBR da Argentina

Por Carlos Borda Bettolli, do Zona Militar, da Argentina (*)

Os Governos da Argentina e da Federação Russa vêm mantendo uma série de contatos para fortalecer a cooperação técnico-militares entre as duas nações. Nessas reuniões as autoridades russas apresentaram ofertas e propostas comerciais para diversos programas de reequipamento das Forças Armadas Argentinas, que tem necessidades de aquisições, tanto de recursos aéreos, quanto navais e terrestres.

Nesta última, destacam-se as propostas de blindados 8×8 da família BTR-80 para o programa do futuro veículo de combate blindado sobre rodas (VCBR), que o Exército Argentino pretende equipar sua Força de Desdobramento Rápido e suas forças mecanizadas, e cujo principais candidatos até o momento eram o GDLS Stryker M1126 ICV, o Norinco VN-1 e o Iveco VBTP 6X6 Guarani.

Segundo fontes consultadas, a proposta comercial inicial russa foi de 30 BTR-82A, 1 BTR-80K (versão de posto de comando) e 1 BREM-K (veículo de recuperação), com validade até meados de 2021.

A previsão é de que nas próximas semanas se materialize uma segunda proposta comercial, desta vez para mais 36 veículos blindados e de estabelecer uma linha de produção local, sob licença.

Vale lembrar que o BTR-80A é a versão equipada com uma torre armada com um canhão automático 2A72, de 30 mm, e uma metralhadora coaxial PKT 7,62 mm, e o BTR-82A é a evolução desse veículo, mantendo a capacidade ofensiva oferecida pelo canhão de 30 mm, porém com alterações que visa aumentar a sua performance em mobilidade, capacidade de combate diurno e noturno e ergonomia para as tropas.

Embora os blindados da família BTR-80 sejam considerados superados em alguns aspectos técnicos, em comparação a seus candidatos diretos, estes podem ser compensados pelos supostos menores custos de aquisição e operação, além da fabricação local.

Nota do Editor

Com a pandemia do Covid-19, muitos países da América Latina, incluindo a Argentina, recorreram à Rússia para negociar doses da sua vacina Sputnik V, que rapidamente se prontificou a oferecer seu apoio.

Diversos especialistas dizem que sucesso desse imunizante, e a distribuição feita pelo governo russo, será uma importante ferramenta de marketing para a estratégica geopolítica de aproximação com países com menos recursos.

PRBJ

(*) Zona Militar é uma publicação argentina de defesa, segurança e geopolítica, criada em 2015, e parceira de Tecnologia & Defesa no intercâmbio de informações, para manter os leitores atualizados das notícias importantes que ocorrem entre os dois países.

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Comentários

2 respostas

  1. E o Editor está correto em relação a Sputnik.
    Inclusive, já existem artigos, tanto em sites especializados de Defesa quanto Geopolítica, apontando a tendência do uso da produção e fornecimento de vacinas como uma forte ferramenta de negociação. O poder não virá apenas da força financeira e militar, mas também, da preservação de vidas. Que caminho estamos seguindo…

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