As torres ARES UT30 MK2 já estão a caminho da Indonésia

Uma das torres pretendida pelo Exército Brasileiro (EB), para equipar sua futura viatura blindada de combate de fuzileiros (VBC Fuz), já é produzida no país e foi exportada.

O UT30 MK2 é um sistema de armas remotamente controlado (SARC), altamente configurável, desenvolvido pela Elbit Systems e também fabricado por sua subsidiária no Brasil, a ARES Aeroespacial e Defesa, com objetivo de garantir um grande poder de fogo às tropas, garantindo a segurança do operador, tendo como base a UT30, já provada m combate e em uso m diversos exércitos pelo mundo, incluindo o EB.

Seu design modular permite configurações uma série de configurações de armamentos diferentes, como canhões de 30 ou 40 mm, metralhadoras, lançadores de granadas e mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM), uma suíte eletrônica e optrônicos de ultima geração e sistemas de defesa passiva (“soft kill”) e ativa (“hard kill”), além de um perfil baixo, que aumenta a discrição da viatura.

O Exército da Indonésia selecionou a UT30 MK2 para equipar suas novas viaturas blindadas 8X8 Pandur II, produzidas pela Tatra Defence Vehicle (TDV), da República Tcheca, sobre licença da General Dynamics European Land Systems (GDELS), e que terão seus sistemas de integrados pela empresa indonésia PT PINDAD, com o suporte logístico da empresa brasileira, sendo adquiridas, em um primeiro momento, 23 SARC’s e um simulador.

O armamento principal do SARC da indonésia é o mesmo do EB, o canhão automático 30×173 mm ATK Bushmaster MK44, mas com uma suíte de optrônicos muito mais avançada (mas que será equiparada com a nova UT30BR2) e uma maior proteção balística. As primeiras dez unidades já estão sendo embarcadas, neste momento, para seguir viagem para a Indonésia e as restantes estão sendo finalizadas, com a empresa já esperando um novo contrato.

Este contrato, assinado em 2019, foi de grande importância para a empresa e toda a base industrial de defesa do país, pois, permitiu a abertura e o estabelecimento da linha de produção dos SARC de 30 mm, capacitando a fabricação de seus componentes mecânicos, a integração de optrônicos e o desenvolvimento dos softwares de controle, e, com o conhecimento adquirido, capacitou a empresa atender quaisquer cliente deste sistema de armas, seja para fabricar, manter ou o aperfeiçoar, garantindo a Força Terrestre uma solução de grande independência para os diversos projetos do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) FORÇAS BLINDADAS.

De acordo com Frederico Medella, diretor comercial e marketing da ARES “com o REMAX, REMAN, UT30, SARC Naval e soluções de modernização de viaturas no seu portfólio, a ARES desponta como a principal parceira das Forças Armadas, em solo pátrio, para o desenvolvimento, produção, fornecimento e suporte logístico de sistemas de armas e torres”.

Visita do Exército

Ainda dentro da troca de informações entre a empresa e a Força Terrestre, na última sexta-feira, ocorreu a visita de uma comitiva do EB, liderada pelo general de divisão Armando Morado Ferreira, chefe de Ensino, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (EPDI), do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), a sede da ARES, em Duque de Caxias (RJ).

Eles foram recebidos pelo diretor de Engenharia da ARES, Jaime Vela, que apresentou o UT30 MK2, podendo os visitantes conferir o funcionamento e a tecnologia empregada neste SARC.

No grupo estavam ainda oficiais da Diretoria de Fabricação (DF), Centro Tecnológico do Exército (CTEx), Centro de Avaliações do Exército (CAEx) e Instituto Militar de Engenharia (IME).

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Comentários

11 respostas

  1. Excelente matéria Bastos! A propósito, esta torre será adquirida pelo EB para o Guarani 6×6 ou serão torres do modelo Mk I mas com optrônicos da Mk II ???

    1. O EB pretende, em um primeiro momento, modernizar suas UT30BR para o padrão UT30BR2, com os sistemas da MK2.
      Após isso, pretende adquirir mais exemplares da UT30BR2 para completar as Brigadas Guarani.
      A MK2 não é homologada para Guarani, pois é mais pesada e maior (e não entra no KC-390), portanto ela é indicada para o projeto VBC Fuz.

      1. Bacana e interessante, realmente achei a MKII maior. Ao menos teremos na MKI as atualizações evolutivas da MK II. Obrigado pela solícita resposta !

      2. Bastos , o Regimento de Cavalaria Mecanizado (RC Mec), unidade orgânica da Bda C Mec, tem como algumas de suas possibilidades:
        “a) executar operações de segurança;
        b) realizar qualquer tipo de reconhecimento em largas frentes e grandes profundidades;
        k) organizar seus elementos de manobra em estruturas operativas provisórias (SU provisórias) para atender peculiaridades de determinada missão que lhe for atribuída ou para fazer face às situações específicas do combate; e
        l) ser empregado como elemento de economia de meios.”
        Pergunta , adotar a torre Mk2 em algumas unidades , nao seria melhor que modernizar o Cascavel ? Poderia ser mais economico e em uma plataforma nova e com uma logística consolidada .

      3. “Após isso, pretende adquirir mais exemplares da UT30BR2 para completar as Brigadas Guarani”
        Talvez seja por isso que não compreendi equipar apenas 1 pelotão de apoio de fogo (4 Guarani UT30) para todo o batalhão (achei muito modesto), poderiam ser pagos 1 pelotão desse por companhia de fuzileiros…mas enfim como vc mesmo já disse “demanda vs possibilidades”.

      4. “A MK2 não é homologada para Guarani, pois é mais pesada e maior (e não entra no KC-390)…”
        Trecho do comentário do Bastos, logo acima da sua pergunta.

  2. Grande matéria, Só fiquei na duvida se a Ares faz a “fabricação da torre” ou é somente uma “montadora estilo CKD” e integradora final ?

  3. Vamos ver se eu entendi o cenário atual, já temos uma linha logística consolidada para Remax e UT30BR com possibilidade de montar para UT30 Mk2 e em breve teremos acesso também a linha logística para torre Hitfact do centauro, são poucos países que tem acesso a essas Tot.
    …a falta de verba nos faz caminhar lentamente, mas estamos no caminho certo.

  4. Pergunta de super-trunfo quantas munições de 30mm ela comporta por cada carregamento e ela é capaz de ser remuniciada a depender da plataforma sem ser exclusivamente por via externa?

    Ps.: Nos ASCOD 2 dá para perceber um “pescoço” no veiculo que fica camuflado quando o mesmo receber kit de blindagem extra e por fim resolveram o problema de vibração do ASCOD 2?

  5. É impressão minha ou vai ter dois tipos de unidades “guarani” saiu o boletim sobre a nova unidade dotada de guarani e o numero de Remax para a brigada é de somente 39 e só 4 UT-30 (são 238 guaranis o que dá 16%(Remax) e 5%(UT30))… Exemplo:
    8° R C MEC da 2 Bda C Mec tem 7 Remax, o 13° da 11 Bda Inf Mec tem 3 Remax e 4 Reman…Será que se formos compra um IFV, em quantidades significativas, vamos ter o grosso de APC com torre manual e metralhadora 7,62mm?

    Sabemos que o calibre de 30mm está sendo substituído em alguns países e que o valor do calibre importa ente um conflito blindado vs blindado…mas principalmente o valor dos sensores nessas torres é bem superior (!) e isso é algum que não se tem muna torre manual, além limita o horário de utilização do veiculo e abre uma previsibilidade de parte do planejamento.

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