Argentina será o primeiro país sulamericano a operar “Drones Kamikazes”

Por Santiago Rivas (*)

O ministro da Defesa argentino, Jorge Taiana, assinou um contrato com o chefe da Diretoria de Cooperação em Defesa Internacional do Ministério da Defesa de Israel (SIBAT), Yair Kulas, para a compra de munição vagantes (“loitering munitions”) Uvision Hero-120 e Hero-30.

O Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas elaborou o PAMP (Plano Plurianual de Aquisição de Munições) em 2022, que contempla a compra de munições para os diferentes sistemas de armas atualmente em serviço nas três Forças Armadas, incorporando não apenas munições convencionais, mas também de tecnologia de ponta, que agregam valor tático e estratégico por sua forma de uso e precisão, como as que vêm sendo utilizadas nos últimos conflitos armados. Também podem ser usados ​​de forma conjunta, facilitando a interoperabilidade entre as forças e reduzindo custos.

Dentro dessas munições estão as chamadas munições vagantes de ataque à superfície, popularmente conhecidas como “Drones Kamikaze“, que são um tipo de veículo aéreo não tripulado (UAV), projetado principalmente para atingir alvos terrestres além da linha de visão. Possuem sensores eletro-ópticos, o que lhes permite cumprir uma dupla função, como plataforma de vigilância, reconhecimento e identificação de alvos com transmissão de dados e vídeo em tempo real e como projétil com carga explosiva.

HERO-30

As Hero-30 são munições portáteis, que podem ser disparadas em minutos, ideais para missões antipessoal, pesando 7,8 quilos com seu contêiner de lançamento, carga explosiva de 500 gramas, alcance de 15 km, com velocidade de até 100 nós e autonomia de 30 minutos graças a um motor elétrico. Pode ser lançado a partir de um ou vários lançadores.

Já as Hero-120 são voltadas para missões antitanque, ou contra bunkers, artilharia antiaérea e radares, sendo o maior da família Hero de curto alcance. Possui carga explosiva de 4,5 quilos, com peso total, com lançador, de 18 quilos, alcance superior a 60 km e autonomia de até uma hora, possuindo também motor elétrico e lançador único ou múltiplo.

Nesta aquisição se incorpora e a munição inerte,  que é a mesma munição, mas sem carga explosiva, o que lhe permite incorporar mais baterias para lhe dar maior autonomia de voo  para cumprir especificamente funções de observação e vigilância ou para formação de pessoal. é recuperável e reutilizável.

Esta primeira compra permitirá avaliar a munição principalmente com elementos de forças de operações especiais, elementos aeromóveis, elementos da Infantaria de Fuzileiros Navais, elementos de exploração e para artilharia de campanha, que com base em suas experiências darão sinal verde ou não para aumentar sua aquisição.

(*) Santiago Rivas é jornalista e fotógrafo argentino, especializado em defesa, editor da revista Pucará Defensa e colaborador de Tecnologia & Defesa na Argentina.

 

 

 

 

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Comentários

8 respostas

  1. Agora sim, podemos falar de uma compra útil e acertada do ministério de defesa deles. Loitering munition não é nem mais o futuro e sim o presente do combate moderno do séc. XXI

  2. É isso aí, os países da América Latina indo atrás do aperfeiçoamentos e a tecnologia de ponta de acordo com as suas possibilidades.
    Já q está na “moda”, drones kamikaze, o pessoal do aeromodelismo poderiam fazer algumas modificações, alterações e gambiarras nos seus modelos p virar drones e vender p os militares….
    Enquanto alguns tem criatividades e preocupações outros ficam na espera ou ilusões…, o Brasil tem grande potencial na sua população, mas não sabe aproveitar…, abraços.

    1. N ironicamente o taliban fazia exatamente isso antes de ganhar de presente do tio Sam uma força aérea de verdade kkk

  3. Esse Hero 120 quase substitui um míssil, tem alcance maior, peso adequado para transporte a pé ou em veículos e boa autonomia, bastaria saber apenas a velocidade de voo, muito interessante.

  4. Não fecharam acordo pros blindados de transporte, não fecharam pros aviões de caça. Mas pra ((DRONES KAMIKAZES)) sim? Kkkkk que administração é essa?

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