Aurélio Giansiracusa, Ares Osservatorio Difesa (*)
A Administração de Aquisições Militares da Dinamarca anunciou que iniciou os procedimentos para a aquisição de novas viaturas blindadas de combate de Infantaria (“infantry fighting vehicle” – IFV) CV90, na versão MkIIIC, produzidos pela BAE Systems Hägglunds.
A demanda do Exército Dinamarquês é de 115 viaturas, que se somarão aos 44 CV9035DK atualmente passando por um programa de modernização, mas semelhantes ao padrão CV9035NL MLU, da Holanda. Considerando os acordos entre Estocolmo, Copenhagen e Amsterdam para apoiar a Ucrânia com seus CV90 (e também de nova produção) e os programas em andamento na Suécia para novos CV90MKIIIC, que substituirão os CV9040 transferidos, e na Holanda, para a modernização e atualização da linha CV9035NL, é provável a participação da indústria holandesa Van Halteren Technologies no programa.
Os veículos serão construídos com base em anos de experiência comprovada em combate, melhorias contínuas e coleta de dados do Clube de Usuários CV90, que inclui nações que operam. Serão equipados com uma nova torre, armada com um canhão de 35mm, com um avanço em design e novas sistemas optrônicos, além de que oferece melhorias ergonômicas para sua a tripulação.
O programa tem um valor estimado de 1,3 bilhões de euros e prevê que os novos veículos sejam entregues a partir de 2025, com conclusão do fornecimento em 2029. O contrato também incluirá suporte técnico e assistência de longo prazo, incluindo peças sobressalentes.
(*) Ares Osservatorio Difesa é uma Associação Cultural italiana, fundada em 12 de abril de 2019, em Roma, para a análise e estudo de questões nacionais e internacionais relacionadas as áreas de defesa e segurança, e parceira de Tecnologia & Defesa no intercâmbio de informações, para manter os leitores atualizados das notícias importantes que ocorrem entre os dois países.
Respostas de 9
U$ 12,6 mi cada unidade. Isto para a versão IFV, acredito que a versão com canhão 120 mm será ainda mais cara.
Já o VT-4 da Norinco foi exportado para o Paquistão por cerca de U$ 5 mi e em seguida foram adquiridas + 679 unidades que serão produzidas localmente com tot e com o nome de Haider por cerca de U$ 6 mi.
Imagino que a versão IFV da Norinco deva custar um pouco menos.
Melhor opção custo/benefício, pelo menos aparentemente.
Aparentemente… Só aparentemente.
Sou totalmente favorável ao VT-4 no EB com produção local, se deixassem a Norinco comprar uma parte da Avibras seria show e viabilizaria muito isso mas…..this is Brazil !!!
De fato o VT-4 seria interessante, porém estamos indo de canhão de 120mm italiano, então um mbt com canhão de 125mm não dá certo, teria que haver uma troca.
Para mim, se o EB fosse pegar o VT-4, teria que trocar o sistema de controle de tiro pelo mesmo do Centauro 2, além do canhão. Deveria buscar nacionalizar o máximo possível de componentes.
O CV90, dos potenciais candidatos que cabem no RFI\RFQ atual do EB para o CC e IFV, a meu ver é de longe o favorito para levar este processo.
Foi o único que até agora fez o que defendo há anos em matéria de aquisição de material no exterior, que é a apresentação\avaliação concreta do que nos é oferecido em terras tupiniquins.
Obviamente ele foi muito elogiado e deixou ótimas impressões em todas as partes envolvidas no processo.
A ver se neste novo processo haverá espaço para mais apresentações e\ou avaliações ou se tudo termina apenas baseado em burocracia e documentos digitalizados
Desculpa a minha ignorância, o que impede o Brasil de produzir nossos próprios blindados? Não parece ser complicado como um avião a qual nossa embraer faz com qualidade…
Olá Ricardo.
Basicamente, Defesa Nacional não dá voto, e por conseguinte, não oferece retorno financeiro e político-eleitoral para os governos de plantão. Então, não tem verba, mesmo apresentando demanda.
Ademais, não temos hoje na Base Industrial de Defesa empresas com expertise e capacidade de projeto, desenvolvimento e produção de CC e\ou IFV, sendo que o projeto da VBTP Guarani levou alguns anos até que o EB se convencesse de que não havia na indústria nacional quem quisesse se aventurar em algo do tipo, tendo em vista a tradicional falta de recursos para investimento e custeio no orçamento da Defesa, e a própria falta de interesse e vontade política em relação ao tema.
Os resultados estão aí a olhos vistos, com a IDV se muito produzindo 60 a 80 veículos anualmente quando se preparou para poder fazer muito mais no início do projeto. No entanto, o exército não consegue comprar mais que isto anualmente, dadas as (muitas) limitações orçamentárias de investimento que pode realizar. E o nível de participação da indústria nacional como fornecedores de parte e peças da VBTP Guarani não mudou muito desde seu lançamento a mais de uma década atrás.
A mesma realidade se aplica ao desenvolvimento de um CC no Brasil. Temos necessidade e demanda, mas não existe capacidade instalada que sustente este projeto no Brasil, e muito menos vontade política para tirá-lo do papel.
Sou a favor da produção nacional mesmo que custe o dobro do valor agora, más no futuro será a metade do valor da produção estrangeira e ainda vamos enriquecer em conhecimento e tecnologias.
A idéia de primeiro mundo é produzir aqui, mas pra continuar subdesenvolvidos é comprar pronto.