Exército programa a desativação do EE-11 Urutu como VBTP

De acordo com a portaria nº 625-EME/C Ex, de 29 de dezembro de 2021 e publicada hoje no Boletim do Exército (nº 01/2022), foi criado no Exército Brasileiro (EB) um grupo de trabalho (GT) para propor linhas de ação para a desativação e transformação das viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) 6X6 EE-11 Urutu, da extinta ENGESA.

O Urutu foi fundamental para o desenvolvimento inicial do SARC REMAX (Foto: Cel EIFLER)

O GT terá uma constituição multidisciplinar, sendo integrado por oficiais do Estado-Maior do Exército (EME), Comando de Operações Terrestres (COTER), Comando de Comunicações e Guerra Eletrônica do Exército (CCOMGEx), Comando Militar do Oeste (CMO), Comando Militar do Sul (CMS), Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT), Diretoria de Material (DMat), Diretoria de Fabricação (DF), Diretoria de Sistemas e Materiais de Emprego Militar (DSMEM) e Escritório de Projetos do Exército (EPEx), com o apoio administrativo prestado pela 4ª Subchefia do EME, e terá a duração de um ano.

Com mais de 500 VBTP 6X6 Guarani em operação no EB espera-se que a desativação total do Urutu da função de VBTP ocorra nos próximos anos. Atualmente somente o Comando Militar da Amazônia (CMA) e do Norte (CMN) ainda não contam com a nova viatura, porem o 12º Esquadrão de Cavalaria (12º Esqd C Mec), de Boa Vista (RR), e o 23º Esquadrão de Cavalaria de Selva (23º Esqd C Sl), de Tucuruí (PA), tem previsão de receberem suas primeiras no próximo mês.

Um VBTP Urutu pertencente ao 10º Esqd CMec em uma travessia de curso d’água durante a Operação Carcará XV, em outubro de 2020 (Foto: CMNE)

Vida nova

O primeiro protótipo do Urutu ficou pronto em 1971, tendo sido fabricados 788 unidades ao todo, entre os anos de 1976 e 1985, para o EB, Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil e mais 11 países (posteriormente, foram repassados para outros), em diversas versões diferentes.

Atualmente o Exército conta com cerca de 200 viaturas, em 14 versões diferentes, em carga, sendo utilizadas, além de VBTP, como viaturas blindadas especializadas (VBE) oficina, adquiridos diretamente da ENGESA, e ambulância e operações urbanas (denominação atual para garantia da lei e da ordem – GLO), convertidos pelo Arsenal de Guerra de São Paulo (AGSP), e outras devem surgir a partir da “transformação das viaturas”, propostas pelo GT, como a de comando e controle (C2).

Outra demanda que deverá ser atendida pelas viaturas desativadas pelo EB, será a de viaturas blindadas para as policias brasileiras.

Em marco de 2018, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE), da Policia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ), recebeu três EE-11 M6 convertidos para a missão e, em outubro de 2020, foi à vez do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), receber suas primeiras duas para serem utilizados na Penitenciária Federal em Brasília (PFBRA).

Atualmente a empresa Columbus, formada por ex-integrantes da extinta ENGESA, esta criando, dentro das instalações do AGSP, um protótipo de um EE-11 de modelo mais antigo, o M2, em uma viatura especializada em operações policiais especiais, indicando que mais forças poderão receber este blindado.

Urutu sendo convertido em blindado policial pela Columbus no AGSP (Foto: Hélio Higuchi)

Por fim, é bem provável que algumas nações amigas, como Paraguai e Uruguai, deverão receber algumas viaturas para serem utilizados por suas forças.

 

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Respostas de 9

  1. Que o Urutu ainda sirva nas PM estaduais continuando seu legado operacional por muitos anos ainda. Certamente esta explicado sua grande utilidade, seja na guerra, seja na paz. Sucesso.

  2. Uma excelente opção para equipar as forças de segurança pública do Brasil. Principalmente os batalhões de Choque, Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN) e até mesmo o COT (Polícia Federal).

    1. Sem sombra de dúvidas. O Urutu é capaz de cumprir sua missão seja no que for. Que vários deles vá para as forças de segurança pública e que o Paraguai e Uruguai obtenha eles. Se eu não me engano, o Uruguai já demonstrou interesse neles, tendo em vista que estão renovando sua frota blindada.

  3. Muito bom, o Urutu ainda será de grande utilidade nas forças policiais. O Brasil deve dobrar a produção dos Guarani 6×6 para que ainda nesta década a gente atinja 1000 blindados Guarani 6×6.

  4. Um outro segmento que pode representar uma utilização viável dos Urutus é o de transporte de valores.
    Vida longa aos Urutus, verdadeira jóia da engenharia brasileira!!!

      1. Prezado Colombelli: na realidade, penso que para efeito de empregar os Urutus nesta função, seriam realizadas várias simplificações. Por exemplo, o sistema de tração pode ser bastante modificado no sentido de aplicar melhorias visando o trajeto em estradas asfaltadas. Eu mesmo cheguei a acompanhar um teste em que somente a tração dianteira estava operando. O câmbio tem que ser outro e os diferenciais modificados. Alem da suspensão seria bastante simplificada toda a carcassa. Por exemplo, as escotilhas superiores seriam soldadas eliminando os mecanismos, o sistema de arrefecimento quando em navegação totalmente eliminados, as rodas/pneus seriam outros (a verificar por que se os que estiverem montados em cada viatura ainda estiverem em condições razoáveis podem ser mantidos mas às custas de maior consumo e limitações na transito em estradas ), os motores seriam basicamente mantidos (desde que estejam, caso a caso, em condições minimamente utilizáveis, claro).
        Veja que, em suma, as modificações seriam no sentido de privilegiar a adapções no sentido de evitar exatamente os problemas aos quais voce, com total razão, se refere.
        Seriam veiculos que manteriam basicamente a blindagem original porem eliminando muito peso (bombas de drenagem, partes da suspenção, etc) otimizando seu emprego em condições muito diferentes daquelas sob as quais foram projetados.
        Abraços.

  5. Apoio totalmente que sejam aproveitados por países amigos e nossas policias. Só me pergunto se quando o EB se desfizer de todos eles, existirá uma fonte de peças? A manutenção do Urutu é algo que as policias possam manter, principalmente comparando a outros blindados do mercado? Me refirindo mais ao RJ onde o uso é intenso e os gestores historicamente são relaxados.

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