O que é Adaptive Combat Rifle ou ACR? (300 fuzis para a PMESP)

T&D noticiou a abertura de processo licitatório para a aquisição de 300 fuzis de assalto em calibre 5,56 mm, e de concepção construtiva baseado plataforma ACR (Adaptive Combat Rifle).

Tal nota deixou um claro com relação a correta compreensão do que seria o tal ACR. Vamos as explicações cabíveis.

A plataforma ACR (Adaptive Combat Rifle) tem como referência o Programa XM-8 do Exército dos Estados Unidos da América (US Army).

Durante a década de 1990, o US Army criou um programa de desenvolvimento e avaliação tendo como finalidade estabelecer critérios e parâmetros adequados para o fabrico de fuzis de assalto no século XXI.

Com base nesse projeto, surgiram no mercado norte-americano e mundial diversas armas que se enquadram como ACR, com a adesão de vários fabricantes internacionais;

A plataforma ACR caracteriza-se pela modularidade e adaptabilidade da arma à missão, não sendo necessária a substituição do armamento a cada nova operação dentro do teatro de operações.

Trocando em miúdos, com uma mesma plataforma base é possível configurar, através da troca de canos e poucas peças e partes, um fuzil de assalto como 5,56 mm ou 7,62 mm, ou mudar o emprego de arma longa semi-automática para arma de apoio de fogo, automática.

Trata-se de uma arma universal, de concepção avançada, e que excede os parâmetros e requerimentos operacionais militares de projetos antigos como, por exemplo, fuzis baseados na plataforma AR/M16 (USA) ou AK/AKM (Rússia), para citar dois dos mais populares armamentos utilizados em massa ao redor do globo.

No caso da Polícia Militar do Estado de São Paulo, essa característica universal para este item significa que a arma poderá ser empregada nas diversas atividades exercidas, desde o patrulhamento das ruas até o emprego pelas Forças Especiais de Polícia, incluindo o uso em aeronaves, de forma segura e com grande flexibilidade operacional.

A modularidade da plataforma ACR estabelece a mudança de cano ou de calibre sem a necessidade de levar o fuzil até a um armeiro, reduzindo o tempo que a arma ficará fora de operação.

Convém destacar que tais exigências de modularidade e adaptabilidade não direcionam ou impedem a competitividade dos fabricantes de armas com relação a licitação da PMESP, pois tais características estão presentes nos requerimentos PEO Soldier (EUA) e FUTURE SOLDIER (OTAN).

Diante disto, é sabido que existem diversos fabricantes que produzem fuzis na plataforma ACR, conforme se verifica facilmente nas pesquisas feitas por meio de busca na rede mundial de computadores (internet).

Infelizmente para a indústria nacional de armas, leia-se Imbel ou Taurus, não existe nenhuma arma destes fabricantes disponível para entrega que apresente essas características das plataformas ACR.

Basicamente, essas empresas nacionais trabalham com a plataforma AR/M16 ou com variantes atualizadas do consagrado Fusil Automatique Leger FN FAL M964.

Isso explica por que ambas não apresentaram produtos para participar da licitação da PMESP.

Desta forma, fica claro que a PMESP busca adquirir para a sua tropa o melhor armamento disponível no mercado, seguindo as tendências mais em voga com relação a flexibilidade de emprego operacional, alta tecnologia e segurança de operação.

Para consulta: https://www.jusbrasil.com.br/diarios/260603267/dosp-executivo-caderno-1-07-09-2019-pg-89

 

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