UT30BR2 realiza seus primeiros disparos

No dia de ontem, 09 de abril, o sistema de armas remotamente controlado (SARC) UT30BR2 realizou seus primeiros disparos reais no Centro de Avaliação do Exército (CAEx), o  “Campo de Provas da Marambaia/ 1948”, tendo obtido o sucesso esperado.

Uma equipe composta por militares da Diretoria de Fabricação (DF), do Exército Brasileiro (EB), e técnicos da empresa brasileira ARES Aeroespacial e Defesa, fabricante da SARC, estão realizando os testes de engenharia no primeiro protótipo da UT30BR2, que foi recentemente integrada a uma VBTP 6X6 Guarani.

Os testes tiveram inicio na semana passada e fazem parte do programa de aceitação da nova SARC pelo Exército Brasileiro (EB) e, nesta primeira seção de tiros, utilizando um alvo padrão OTAN, posicionado a 1.500 metros,  com alvo e viatura estática, disparos intermitentes e nas mesmas condições de um teste de aceitação em campo (TAC) de homologação do EB, obteve-se o resultado de acerto e concentração esperados.

A concentração dos tiros foi dentro do esperado (Foto: ARES)

Após o término desta seção de testes de engenharia, serão planejadas as outras etapas da avaliação, como testes cooperativos e o TAC, com a aceitação deste novo sistema de armas estando prevista para o final deste semestre.

UM NOVO SISTEMA DE ARMAS

O SARC UT30BR é uma “torre não tripulada” (“unmanned turret”) armada com um canhão automático Bushmaster II, de 30x173mm, uma metralhadora coaxial M240B, de 7,62x51mm, e um sistema lançador de granadas fumígenas de 76 mm. O canhão possui funcionamento elétrico, tipo “chain gun”, no qual o conjunto ferrolho movimenta-se ciclicamente, sem a necessidade da utilização dos gases oriundos dos disparos, o que proporciona um índice muito baixo de incidentes de tiro e simplicidade na manutenção.

A versão UT30BR2 teve seus componentes eletro-mecânicos aperfeiçoados, com um novo sistema de retraimento/expansão da torre (que serve para colocar em modo de operação e em modo de transporte), e com novos optrônicos, muito mais modernos e de ultima geração, com destaque para o módulo COAPS-L que a coloca no mesmo patamar dos sistemas mais avançados do mundo.

Os atuais requisitos do EB não incluem a integração como mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM), porem o projeto da UT30 já previu sua utilização, podendo ser preparada para utilizar diversos deles, como o Spike LR2 e MAX 1.2 AC, e essa funcionalidade poderá ser implantada nas UT30BR2 sem maiores complicações.


KIT ANTIDRONE

Em um esforço de evoluir seus sistemas de armas, acompanhando as novas ameaças que surgem no campo de batalha, a ARES está desenvolvendo, em parceria com o EB, um Kit AntiSARP (sistemas de aeronaves remotamente pilotadas) específico para a UT30BR2.

Considerando que a atual versão já utiliza computadores e sistemas optrônicos considerados o “estado da Arte” (como o COAPS-L), o Kit AntiSARP integra um conjunto de quatro radares de banda S, com cobertura de 360º,  de elevado desempenho na busca e acompanhamento de drones, e a instalação de um sistema para permitir o disparo de munições de explosão programável, do tipo ABM (“airburst ammunition”), o que faz com que um canhão de baixa cadência (200 TPM) possa engajar e destruir a atual geração de SARPs e munições remotamente pilotada, mais conhecidas como “Loitering Munitions” ou “Drones Kamikazes”.

O monitor do sistema identificando os drones (Foto: Gabriel Centeno/T&D)


Tais implementos garantem maior efetividade da torre para a função AntiSARP, além de também possuir capacidade de enfrentamento contra aviões e helicópteros de ataque, oferecendo uma defesa cinética de fácil aplicação e grande eficácia ao sistema já disponível.  


O modelo da UT30BR2 equipada com o Kit AntiSARP, juntamente com a nova REMAX antidrone, foi apresentada na última LAAD.

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Respostas de 2

    1. Olhe a imagem do alvo e a precisão da arma.

      Uma torre moderna como a UT30BR2 possui mecanismos para compensar oscilações do veículo. Por isso fabricar uma torre automatizada não é simples e custa bem caro.

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