Na tarde de ontem, dia 18 de abril, no Centro de Avaliações do Exército (CAEx), “Campo de Provas da Marambaia/ 1948”, ocorreu a demonstração do veículo não tripulado THeMIS, da empresa estoniana Milrem Robotics, equipado com um sistema de armas remotamente controlado REMAX 4, a militares Exército Brasileiro (EB) e como parte dos eventos pós-LAAD 2023.
A demonstração foi iniciativa do Edge Group, que adquiriu recentemente a Milrem Robotics, visando aproveitar o fato de este veículo ter sido trazido para a LAAD e apresentar esta nova solução tecnológica, que já esta em uso em diversos países da OTAN, para os militares da Força Terrestre, estando presente o general de Brigada engenheiro militar Alexandre Martins Castilho, chefe do Centro Tecnológico do Exército (CTEx).
O THeMIS, acrônimo para Tracked Hybrid Modular Infantry System, é veículo terrestre não tripulado (“unmanned ground vehicle” – UGV) multifuncional, com motorização diesel/elétrica, peso de 1.650 kg e capacidade de carga de até 1.200 kg. Foi projetado para reduzir o numero de tropas na zona de combate, servindo como plataforma de transporte (“mula mecânica”), estação remota de armas, unidade de detecção e eliminação minas e artefatos explosivos improvisados (“improvised explosive device” – IED), operações de inteligência, etc. Também pode ser utilizado em missões de alto risco, como resgate e combate a grandes incêndios.
Está em operação em diversos países, como Estados Unidos, Alemanha, França, Estônia, Países Baixos, Noruega, Espanha, Austrália, Índia, Tailândia e outros. A Ucrânia recebeu 14, doados pela Alemanha, e os utiliza em missões de evacuação de feridos (CASEVAC) e transporte de suprimentos em zonas de combate, para combater a invasão russa a seu território.
REMAX
Um ponto que chamou atenção na demonstração foi o fato do THeMIS estar equipado com a nova SARC REMAX 4, da empresa ARES Aeroespacial e Defesa.
O REMAX 4 é a evolução do SARC REMAX, que foi desenvolvido em parceria da ARES com o CTEx e que já tem quase 300 unidades em operação no EB. Esta versão deverá integrar as futuras aquisições de viaturas blindadas da Força Terrestre.
Em relação ao REMAX, o REMAX 4 tem mudanças significativas, como a redução da altura em 20% e do peso em 12 kg, aumento da capacidade do cofre da munição e capacidade de integração com outros armamentos, como lançadores automáticos de granadas e mísseis anticarro (“anti-tank guided missile” – ATGM), sistemas de alerta laser (como o ELAWS 2, da Elbit Systems) e outros.
A instalação do REMAX no THeMIS foi efetuado no próprio CAEx, em cerca de uma hora, demonstrando a enorme flexibilidade deste SARC, que pode equipar de viaturas maiores, como a VBTP-SL M113BR ou a VBC Cav Centauro II, de porte médio, como os JLTV dos Fuzileiros Navais, até pequenos, como este UGV.
A instalação do REMAX 4 foi feita no CAEx em cerca de uma hora
Copyright © 2023 todos os direitos reservados
Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida ou transmitida em qualquer forma ou por qualquer meio, eletrônica ou mecanicamente, exceto nos termos permitidos pela lei, sem a autorização prévia e expressa do titular do direito de autor.
Respostas de 10
Muito interessante!
As vezes eu fico pensando…seria correto afirmar que, ao longo prazo, com as comunicações se tornando cada vez mais seguras e mais rápidas, o futuro dos carros de combate, será a retirada de suas tripulações?
É obvio, isso não inclui os veículos como; APC´S, IFV´s e blindados de assalto anfíbio, que transportam a infantaria em seu interior, mas por exemplo, me parece ser interessante, ter carros de combate, não tripulados nas formações blindadas. Já que isso, reduziria o peso e suas dimensões, além de ter a grande vantagem, de; ser o carro ser destruído em combate, não levar com ele, algumas “pobres almas” que estejam em seu interior.
Esses carros de combate não tripulados, poderiam ser operados inclusive, a partir de veículos específicos, que avançariam por de trás das formações blindadas ou de comboios. Veículos esses, que transportariam sistemas avançados de comunicações, além dos equipamentos e a tripulação interna, que operaria a distancia, a frente das formações blindadas, carros de combate não tripulados.
Enfim eu devo ter dado uma viajada louca aqui, mas… sempre que eu vejo essa questão de robôs, serem utilizados nos meios militares, eu penso nisso.
Incrível como a indústria brasileira só olha para certas coisas quando são oferecidas por estrangeiros.
Será que não daria para investir no Armtec CAIPORA e instalar o REMAX nele?
Teria que aumentar, e muito, o tamanho do CAIPORA para que ele pudesse acomodar uma REMAX.
Maneiro esse “brinquedo”, hein!
Comandos em Ação total isso.
Interessante pra apoio de fogo da topa PQDT e AMV
entendo que seria totalmente viável l desenvolver e produzir um veículo similar ou até superior a este com as tecnologias que dispomos em nosso país. Empresas como a ARES, AVIBRAS, IACIT, ATECH, AGRALE, teriam plenas condições de desenvolver um projeto destes, tanto em conjunto como em alguns casos até isoladamente.
Já tem projetos (isso mesmo plural) assim no Brasil, só não obtiveram êxito comercial. O que não se têm é um veículo dessas proporções, mas, que pode perfeitamente ser desenvolvido. Nesses moldes tem veículo para desarmar bombas, combater incêndio, patrulheiro, sentinela, etc.
Acho que seria interessante para os fuzileiros
Comparar esse THeMIS com o CAIPORA é covardia