TÁPIO 2020 – A função dos helicópteros da FAB na guerra irregular

As decolagens diárias dos helicópteros AH-2 Sabre, H-60L Black Hawk e H-36 Caracal para realizar missões conjuntas já são rotina no Exercício Operacional Tápio 2020, que teve início no dia 17 de agosto e acontece até 04 de setembro na Ala 5 – Base Aérea de Campo Grande. Ao todo, são cerca de 10 surtidas por dia para missões que incluem Busca e Resgate em Combate (CSAR), Infiltração e Exfiltração.

Todos os esquadrões operacionais de Asas Rotativas da Força Aérea Brasileira (FAB) estão participando do Exercício Operacional Tápio 2020, que é um dos principais treinamentos realizados pelo Comando de Preparo (COMPREP). O objetivo é alinhar a doutrina e aperfeiçoar procedimentos das Ações de Força Aérea nos cenários similares aos encontrados nas missões de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), em que as tropas inimigas são países insurgentes, guerrilheiros ou paramilitares. Nesse contexto, os helicópteros são empregados de forma furtiva, em conjunto com militares de Operações Especiais.

 

“As aeronaves de asas rotativas possuem a característica de poder voar o mais próximo do solo, utilizando a técnica de navegação entre obstáculos. Nesse caso, o terreno e os obstáculos são utilizados literalmente para se esconder do inimigo”, explica o Comandante do Esquadrão Harpia (7°/8° GAV), Tenente-Coronel Aviador Leonardo Ell Pereira.

No Exercício Operacional Tápio 2020, em voos de formatura, uma aeronave H-60L Black Hawk e uma aeronave H-36 Caracal decolam para realizar as missões de resgate, em conjunto com dois AH-2 Sabre, os quais possuem alta capacidade bélica, para realizar a missão de escolta. As quatro aeronaves se complementam para concluir uma tarefa comum.

O AH-2 Sabre possui características essencialmente ofensivas, com elevado poder de fogo e blindagem. De acordo com o Oficial de Operações do Esquadrão Poti (2°/8° GAV), Major Aviador Carlos Vítor Palhão Machado, quando a aeronave atua em conjunto com outras que possuem características mais relacionadas ao resgate em combate, a importância reside em alinhar procedimentos doutrinários e buscar a sinergia das equipagens no cumprimento da missão. As preparações, os briefings e os voos realizados na Tápio permitem que os Esquadrões avancem juntos no desenvolvimento doutrinário da FAB nas Ações de CSAR e Escolta com os AH-2.

“No caso do AH-2 Sabre, as tripulações treinam a proteção das aeronaves do pacote CSAR durante toda a rota e aplicam as TTP (Táticas, Técnicas e Procedimentos) treinadas em sede, consolidando a doutrina ou registrando os fatos observados para propor estudos e mudanças se necessário”, ressaltou o Major Vítor.

Já o H-60L Black Hawk é uma aeronave com a concepção voltada para realizar CSAR, infiltração e exfiltração. “O H-60 possui características de voo e robustez bastante alinhadas com o tipo de missão encontrado na Tápio, o que dá uma segurança operacional bastante elevada para as tripulações”, explica o Tenente-Coronel Ell.

O H-36 Caracal possui emprego similar aos do H-60, pois, ambos são empregados primariamente como veículos de resgate pela FAB. “O treinamento conjunto é importante para que os elementos possam operar de forma coordenada e eficiente, aproveitando as vantagens e cobrindo as desvantagens que cada um possa ter”, explica o Comandante do Esquadrão Falcão (1º/8º GAV), Tenente-Coronel Aviador Délcio Claudio Santarém Junior.

Ele explica que participar do Exercício Operacional Tápio é determinante para a manutenção da capacitação operacional dos tripulantes, “Os treinamentos fazem parte de uma das etapas da progressão operacional dos pilotos. Os pilotos adquirem habilidades como saber operar coordenadamente com os diversos elementos que podem cumprir uma missão de CSAR, como identificar, autenticar, prover suporte e resgatar os evasores em meio a possíveis ameaças”, complementa o Tenente-Coronel Santarém.

 

Texto: Tenente Iris, CECOMSAER
Fotos: Soldados Azuaga e Avalhaes/Ala 5

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Comentários

Uma resposta

  1. Sempre gostei de helicópteros de ataque, espero que um dia o Brasil os adote em quantidade suficiente e para a missão que lhes cabe: Destruir tanques.

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