Satélite CBERS-4 completa seis anos em órbita

Lançado em 7 de dezembro de 2014 da base chinesa de Taiyuan, o satélite CBERS-4, desenvolvido em parceria com a China, supera a expectativa de vida útil no espaço, estimada em três anos. Quinto satélite do Programa CBERS (China-Brazil Earth Resources Satellite; em português, Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), o CBERS-4 continua operacional e fornece diariamente imagens de sensoriamento remoto do território nacional e de outras áreas do globo (com o uso do gravador a bordo).

O CBERS-4 é um satélite de classe mundial, que leva a bordo quatro câmeras, sendo duas brasileiras (MUX e WFI) e duas chinesas (PAN e IRS). A multiplicidade de sensores permite ao CBERS-4 produzir imagens capazes de atender a diversas aplicações, como monitorar desmatamentos, queimadas, o nível de reservatórios, desastres naturais, a expansão agrícola e o desenvolvimento das cidades, entre outras. Cada câmera possui um nível de resolução capaz de gerar imagens no detalhamento necessário conforme a aplicação.

A câmera MUX possui resolução espacial de 20 m, revisita de 26 dias, quatro bandas no visível e infravermelho próximo, produzindo imagens de alta qualidade, comparáveis às produzidas pelos melhores satélites de sua classe em todo o mundo, sendo indicadas para estudos hídricos, de vegetação e agricultura.

Imagem câmera MUX – Sobradinho (Imagem: INPE)

A câmera WFI, de campo largo de 866 km, possui resolução espacial de 63 m, revisita de 5 dias, tem boa qualidade radiométrica e geométrica e é utilizada em aplicações como o Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER) e o Monitoramento do Desmatamento dos Biomas Brasileiros por Satélite (PRODES), que fornecem apoio à fiscalização e controle do desmatamento nos biomas Amazônia e Cerrado.

Imagem câmera WFI – Fito Planctons (Imagem: INPE)

A câmera chinesa PAN possui resolução espacial de 5 m no modo pancromático e de 10 m no modo multiespectral, o que a torna uma opção interessante para estudos urbanos. Já a IRS possui bandas no infravermelho médio e no termal, podendo ser usada para aplicações que buscam estimar a temperatura de alvos na superfície terrestre.

Imagem câmera PAN – Grand Canyon (Imagem: INPE)

Membro do International Charter Space and Major Disasters, um consórcio de agências espaciais de vários países, o INPE fornece, sem custos, imagens CBERS para o monitoramento de situações de emergência causadas por desastres naturais em todo o mundo.

Em seis anos de operação, cerca de 1.600.000 imagens do satélite foram distribuídas gratuitamente a órgãos governamentais, instituições de ensino e iniciativa privada. Destaca-se que em 2004 o INPE adotou a política de dados livres por meio do programa CBERS, tendo influenciado decisões semelhantes tomadas pelo USGS (United States Geological Survey) e pela ESA (European Space Agency), em 2007 e em 2009, para os programas Landsat e Sentinel, respectivamente.

Muitas imagens do CBERS-4 estão sendo usadas por empresas dos setores agrícola, florestal e de mineração. Para o INPE, responsável no Brasil pelo Programa CBERS, a forte demanda do setor privado demonstra que as imagens do satélite agregam valor aos negócios, como fonte de informações estratégicas.

As imagens estão disponíveis para o público no catálogo do INPE e podem ser acessadas por meio de http://www.dgi.inpe.br/catalogo.

O programa é gerenciado pela AEB (Agência Espacial Brasileira) e pela CNSA (Administração Nacional Espacial da China), tendo como executores técnicos o INPE e a CAST (Academia Chinesa de Tecnologia Espacial).

Fonte: INPE

 

 

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Uma resposta

  1. Muito bom, já uso as imagens dele a um bom tempo! Agora com o CBERS4-A com 2 metros de resolução espacial ficou melhor ainda… Forte abraço!

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