A Saab ofereceu formalmente à Marinha do Brasil dois navios caça-minas da classe Landsort / Koster, especializados em caçar/varrer minas através de varreduras mecânicas, magnéticas e acústicas.
A empresa sueca almeja um contrato posterior de construção de até 20 navios dos quais os dois propostos seriam o começo de um programa conjunto.
Dessa forma, o presidente da Saab Kockums, Gunnar Wieslander, espera “Lançar a próxima geração de navios do Brasil”. Esses caça-minas varredores estão na base naval sueca de Karlskrona, disponíveis e aguardando uma decisão do Ministério da Defesa brasileiro.
Segundo o presidente da Saab Kockums “As novas negociações da oferta sueca envolvem o mesmo modelo de negócios empregado no contrato dos jatos Gripen, ou seja, produzir no Brasil a próxima geração de navios destinados a Marinha do Brasil com transferência de tecnologia e conhecimentos para industrializar e trabalhar com material composto. A venda das duas embarcações de minagem/varredura da classe Landsort/Koster, que podem ser atualizados com novos radares e sonares/submersíveis remotamente controlados, abriria caminho para um segundo passo, a produção no Brasil da nova geração de navios com transferência de tecnologia para empresas brasileiras”.
Numa interpretação direta, a Saab demonstra claramente seu desejo de liderar a construção da nova geração de corvetas atualmente em desenvolvimento para a Marinha do Brasil, atuando como parceiro preferencial. (grifo do autor)
O presidente da Saab Kochums vê muitas sinergias entre as necessidades brasileiras e suecas, “para que possamos trabalhar juntos em uma nova corveta, teremos de observar diferenças entre a versão sueca e a brasileira, por exemplo, a versão “BR” precisaria ser maior do que a sueca por causa das características geoestratégicas. Os suecos operam no Mar Báltico com ondas de três a quatro metros, enquanto no Oceano Atlântico as ondas podem chegar a dez metros. Essas adaptações ao projeto podem ser feitas sem problemas” informa o executivo.
Essa oferta da Saab ao Governo do Brasil vem após o contrato assinado em 2015 para a aquisição, pela Força Aérea Brasileira (FAB), de 36 aviões de combate de quarta geração Gripen NG.
A empresa sueca espera repetir o mesmo modelo de negócios com a Marinha do Brasil, começando com a venda das duas belonaves classe Landsort / Koster MCMV47, e posteriormente deslanchando um programa binacional de até 20 navios nos próximos anos.
Por outro lado, Wieslander acrescentou “O importante ao fazer uma aquisição de novos navios e novos sistemas de defesa é comprar algo que seja bom o suficiente para ser usado, por que se a manutenção for muito cara, os navios acabariam parados nos portos” conclui.
O sistema de guerra de minas sueco MCMV47 Koster
O papel do MCMV47 Koster é atuar principalmente na caça às minas. Sua função secundária é a desminagem, onde pode atuar como uma plataforma de comando e controle para drones remotamente controlados (que ele é capaz de transportar) ou arrastando uma varredura mecânica.
Ao contrário dos caçadores de minas mais antigos, a classe MCMV47 Koster foi concebida como uma embarcação multifunção, sendo capaz de realizar as tarefas da guerra de minas e ainda participar de uma guerra anti-submarino, se necessário.
A classe está muito bem equipada para a caça e desminagem de minas. Quatro tipos diferentes de veículos subaquáticos podem ser usados para detectar, identificar, classificar e neutralizar qualquer tipo de mina.
Para a dragagem de minas, o navio está equipado com sistemas de varredura mecânica e também pode atuar como plataforma de comando e controle para drones de remoção de minas não tripulados.
Dependendo dos requisitos do cliente, o MCMV47 Koster pode incluir sistema MCM de comando e controle, sonar de caça às minas, sonar de profundidade variável (PVDS), sistema de posicionamento subaquático, veículos de remoção de minas (MDV), câmara hiperbárica e provisões para descompressão de mergulhadores, navegação e sistemas de comunicação digitalizados.
Devido à grande variedade de missões de guerra de minas, muitos requisitos específicos foram levados em consideração no projeto da classe MCMV47 Koster, como casco com alta resistência a explosões sob a água, boa manobrabilidade (sistema de propulsão diferenciado), proteção das partes habitáveis contra guerra nuclear, biológica e química (NBC) compatibilidade eletromagnética (EMC) e casco construído especificamente para realizar contramedidas de minagem (amagnético e extremamente rígido).
Toda a estrutura do casco e do convés é feita de plástico reforçado com fibra de vidro (GRP), um método especial de construção em forma de sanduiche (camadas sobrepostas) desenvolvido através de uma estreita cooperação entre a Administração Sueca de Materiais de Defesa (FMV) e a Saab.
O material composto é não corrosivo e não degradante. Também é fácil de reparar e requer manutenção mínima, precisando apenas do básico, como limpeza e pintura. Isso melhora o custo da manutenção do ciclo de vida, aumenta a expectativa de vida do casco e reduz o custo total do ciclo de vida.