- Segunda aeronave radar da FAB é entregue à Embraer para ser modernizada.Projeto de modernização da Força Aérea prevê a atualização dos sistemas das aeronaves E-99
A Força Aérea Brasileira (FAB) entregou, nesta quinta-feira, 04 de outubro, a segunda aeronave E-99 para a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), responsável pelo processo de modernização do avião radar da FAB.
A aeronave foi preparada para ser transferida do Esquadrão Guardião, 2°/6° GAv, sediado na Ala 2, na cidade de Anápolis (GO), para as instalações da empresa contratada em Gavião Peixoto (SP).
Essa é mais uma etapa do projeto desenvolvido sob a responsabilidade da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC).
Durante o processo de modernização, serão atualizados o sistema de missão e outros subsistemas relacionados, ampliando as capacidades da aeronave, que atualmente é empregada em operações de controle e defesa do espaço aéreo brasileiro.
“A modernização contribuirá para o emprego mais eficiente do poder aeroespacial brasileiro. Ela é necessária para ampliar o ciclo de vida e elevar a capacidade operacional da aeronave. Vai aumentar o alcance radar, a velocidade de processamento das informações e possibilitar a identificação de alvos com mais antecedência e melhor precisão. Serão ampliados o número de operadores embarcados e de rádios que, com a implementação do novo sistema de comando e controle, vão aperfeiçoar a realização da missão.”, afirmou o Gerente do Projeto E-99M, Coronel Aviador Carlos Sérgio da Costa Lima.
O escopo de trabalho prevê a realização de vários testes em solo e em voo antes de a modernização ser concluída, além da certificação coordenada pelo Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI).
A previsão é de que a primeira aeronave fique pronta e seja apresentada para a Força Aérea no primeiro semestre de 2020.
Ao todo, cinco aeronaves vão passar pelo mesmo processo, que promoverá o desenvolvimento e a integração plena dos sistemas até 2022.
E-99
O avião, cuja característica marcante é a antena radar existente na sua parte superior, é capaz de detectar alvos aéreos e transmitir essas informações para os centros de controle em terra. Essas aeronaves foram desenvolvidas a partir do jato de transporte regional Embraer 145.
Os E-99 entraram em operação na FAB em 2002, como parte das aquisições destinadas a compor o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM). Seu radar permite que cumpra missões de alarme aéreo antecipado, incluindo o controle de voos de aeronaves de caça em voos de defesa aérea, coordenação de operações de busca e salvamento e vigilância de fronteiras.
Seus sensores, agora em fase de modernização, constituirão o sistema mais avançado e de menor custo para o emprego em missões de controle e alarme em voo.
O E-99 é capaz de fornecer dados de inteligência precisos, em tempo real, sobre aeronaves voando à baixa altitude. Quando os pilotos de caça recebem as suas ordens e partem para as missões de interceptação, as aeronaves E-99 já monitoram o espaço aéreo da região, visualizando toda a área de operação.
Qualquer pequeno avião operando sem o conhecimento dos órgãos de controle é monitorado e identificado pelo E-99. A tripulação é habilitada a fazer o controle das aeronaves interceptadoras, conduzindo-as até os tráfegos desconhecidos.
Segundo o Comandante do Esquadrão Guardião, Tenente-Coronel Aviador Pedro Gustavo Schmidt Siloto, essas características evidenciam a relevância do processo de modernização.
Para ele, isso permitirá a continuidade da participação com excelência da FAB em missões aéreas compostas e de combate aos tráfegos ilícitos, atuando com protagonismo nas operações interagências como as Operações Ágata e, recentemente, a Operação Óstium.
“Com o advento da tecnologia e de métodos e equipamentos mais eficazes, a modernização desta aeronave primordial para a atuação decisiva do Comando da Força Aérea Brasileira fez-se necessária. Esta ação permitirá que os olhos do esquadrão mantenham-se abertos e atentos, permitindo, inclusive, a expansão de seus horizontes. Assim, mais uma vez, a FAB estará à frente de seu tempo, antevendo as necessidades para a manutenção de uma proteção ideal de todos os nossos 22 milhões de quilômetros quadrados”, ressaltou.
Além disso, as aeronaves E-99 têm a capacidade de complementar os sinais dos radares de solo, servindo também como uma reserva de visualização-radar ou de comunicações para o tráfego civil.
Fonte: Agência Força Aérea, por Tenente Carlos Balbino
Fotos: André Hansen de Oliveira