Por Carlos Borda Bettolli, do portal Zona Militar, da Argentina (*)
No marco do projeto de compra de uma família de veículos blindados de combate sobre rodas (VCBR) para o Exército Argentino (EA), a viatura blindada de transporte de pessoal – médio sobre rodas (VBTP-MSR) 6X6 Guarani está escrevendo um novo capítulo nesta longa história, porem, infelizmente, o que ganhou força no último ano estaria perdendo impulso, situação muito comum para programas de defesa na Argentina.
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Nesta ocasião, apesar de concluir extenso cronograma de testes em território argentino e ter sido apresentado com grande alarde por autoridades do Ministério da Defesa e do Exército no Batalhão de Arsenais 601 “Sargento Mayor Esteban de Luca”, o Guarani ainda aguarda definições no que diz respeito à proposta econômica.
Segundo fontes consultadas, o governo brasileiro ainda não definiu questões-chave como o financiamento, aspecto de vital importância para qualquer aquisição feita de fornecedores estrangeiros, ou mesmo a liberação da autorização de exportação. Vale lembrar que a aquisição dos helicópteros de resgate de montanha (com o Bell 407, já selecionado e com contrato pendente) sofreu semelhante transtorno quando foram canceladas as condições que permitiam o financiamento da compra através da Canadian Commercial Corporation.
Voltando ao Guarani, nesse período o fabricante também teria feito alterações nos custos das viaturas blindadas, então a situação em torno da VCBR brasileira chegou a um ponto de suspense até que as partes chegassem a um acordo.
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Não há dúvida de que a paralisação forçada com o Guarani está sendo aproveitada por outro dos candidatos ao programa: o Norinco VN-1 8X8, cuja recente reunião entre autoridades argentinas e da empresa chinesa, aprimorando a proposta, não foi nada surpreendente. A informação foi divulgada no final de novembro do ano passado, detalhando que a nova oferta inclui não apenas modificações no VCBR e a revisão do número de unidades em relação ao acordado em 2015, mas também a possibilidade de estabelecer uma montadora local e, mais importante, acompanhado de um esquema de financiamento atraente para a economia argentina.
No momento, não surgiram informações relacionadas ao terceiro candidato: o GDLS Stryker M1126 ICV 8X8. Apesar de ser o único licitante que conseguiu fazer uma proposta publicamente conhecida, e que o modelo foi preferido como o VCBR para o Exército, parece também ter sido pausada apesar de oferecer condições de financiamento conhecidas, como seu sistema Foreign Military Sales (FMS).
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Fontes relacionadas ao Ministério da Defesa mencionaram que um dos aspectos centrais para os diferentes projetos em andamento é que a Argentina consiga finalizar os acordos com os vários organismos internacionais, para que se consiga a regularização que permita a retomada oferta de crédito e financiamento. Isso inclui não apenas o VCBR, mas também os diferentes programas, que depois de vários anos ainda aguardam a luz verde.
Matéria publicada originalmente no portal Zona Militar com o título “VCBR – La propuesta por el Guaraní se hace esperar“, e traduzido e adaptado por Paulo Roberto Bastos Jr.
(*) Zona Militar é uma publicação argentina de defesa, segurança e geopolítica, criada em 2015, e parceira de Tecnologia & Defesa no intercâmbio de informações, para manter os leitores atualizados das notícias importantes que ocorrem entre os dois países.
Respostas de 8
Sem dindin, sem VCBR !!!
Resumindo a Argentina está quebradinha…
A Argentina quer exatamente o quê? O Brasil já fez sua oferta, em relação ao Guarani. O problema é a Argentina ver se vai ou não vai, com o FMI, e não o Brasil. Enfim. Guarani só foi lá mesmo passear, só. NORINCO, é o que exatamente eles querem, tendo em vista o que a China ofereceu a preço de ”banana”, o que vejo como um problema a curto-médio prazo. Nada de novo, não é mesmo!
Olha…eu não estou nem um pouco surpreso, eles estão mais quebrados do que nós…
Complementando, TODOS os Projetos militares do brasil estão em andamento. Existem atrasos sim, mas estão em curso e outros em fase de licitação como o VBC 8×8 e MRTT. O problema é que o financiamento externo está fechado para a Argentina, pois esta está no”SERASA” mundial. Poderia haver alguma linha de financiamento via BNDES mas, quais as garantias?
Não existe modo de avaliar e definir o grau de risco, que uma especificação de juros de um empréstimo depende, para a Argentina neste momento.
Este país está a um pé do cabelo da próxima parcela.do empréstimo do FMI. No mínimo ocorrerá uma renegociação, oque já é ruim.
É necessário esperar o desfecho. A China tem verba para ignorar o risco.
Onde está escrito “cabelo” entendam como “calote”.
A China não leva calote, ela sabe aonde está indo. Vide o porto em Sri Lanka; não tiveram condições de pagar, o contrato diz que os chineses ficaram com a posse administrativa durante vários anos. Assim como a Moldávia que está perto de perder uma parte do seu território para a China. Tudo tem uma cláusula secreta.