Por meio da Comissão Coordenadora do Programa Aeronave de Combate (COPAC), a Força Aérea Brasileira (FAB) recebeu o primeiro de 12 helicópteros Airbus Helicopters H125M, do programa TH-X.
O modelo, um AS350B3 (H125), com matrícula FAB 8821, substitui os antigos e obsoletos HB350B Esquilo, operados pelo 1º/11º GAV “Esquadrão Gavião”, sediado na Base Aérea de Natal. A principal missão do esquadrão é a formação dos pilotos de asas rotativas da FAB. Além do 1º/11º GAV, os Esquilos também são utilizados pela Academia da Força Aérea em operações de busca e salvamento, principalmente no resgate de pilotos em caso de acidentes ou para evacuar militares que necessitem de atendimento médico de emergência em localidades distantes de infraestrutura hospitalar adequada.
Comparado ao HB350B, cujos primeiros exemplares foram recebidos em 1986, há quase 40 anos, o H125 apresenta modernos sistemas de comunicação e navegação. Além disso, as novas aeronaves contam com cockpits equipados com telas multifuncionais de cristal líquido colorido, compatíveis com óculos de visão noturna, elevando o treinamento dos pilotos de helicóptero a um novo patamar. Exceto pelos H-60 Black Hawk, toda a frota da FAB já possui painéis digitais, alinhando-se à filosofia operacional do século 21.
Diferentemente dos HB350B ou do Fennec, modernizado pela Aviação do Exército, não foi possível identificar pontos para a instalação de suportes para casulos de metralhadoras ou foguetes no H125. Por não contar com helicópteros de ataque, o Esquadrão Gavião há tempos deixou de executar exercícios de tiro com armamento axial.
O Programa TH-X
A FAB e a Marinha do Brasil (MB) converteram a encomenda de um dos 15 helicópteros multifuncionais H225M por uma frota de 12 H125 para a FAB e 15 H125 para a MB. A Marinha recebeu uma quantidade maior devido à substituição de um H225M da versão operacional, que é mais sofisticada e cara. Na Aviação Naval, os H125 substituirão os antigos Bell Jet Ranger III, que, em 2025, completarão 40 anos de serviço.
O Programa TH-X é uma iniciativa do Ministério da Defesa que teve origem em 11 de setembro de 2012, com a aprovação dos Requerimentos Operacionais Conjuntos (ROC) Nº 03/2012, que tinham como objetivo adquirir uma aeronave para a formação básica de pilotos de helicópteros das Forças Armadas. A aeronave deveria ser monomotor turboeixo, equipada com esquis, possuir autonomia de pelo menos três horas, capacidade de partida sem fonte externa, acomodar dois pilotos na cabine dianteira e pelo menos quatro tripulantes na cabine traseira. Além disso, deveria dispor de cockpit digital com mostradores multifuncionais coloridos, intercambiáveis, “full authority digital engine control” (FADEC), portas laterais corrediças e a possibilidade de operar com duas metralhadoras de calibre mínimo 7,62 mm ou dois casulos com sete foguetes de 70 mm.
Sem êxito inicial, o projeto foi revisado por meio da Portaria Normativa Nº 96/GM-MD, de 11 de novembro de 2019, que aprovou os Requisitos Operacionais Conjuntos para Helicópteros de Instrução Básica das Forças Armadas (ROC nº 53/2019). Na sequência, em 1º de julho de 2021, foi instituído o Grupo de Trabalho Conjunto para a continuidade do Projeto TH-X (GTC TH-X) pela Portaria GM-MD nº 2.775.
O GTC foi responsável pela aquisição das aeronaves e pela análise de se a plataforma escolhida atenderia plenamente às necessidades de cada Força. Como em outros programas de aquisição na área de Defesa, o GTC priorizou a melhor oferta para beneficiar a Base Industrial de Defesa, promovendo transferência de tecnologia, pesquisa, desenvolvimento e nacionalização de componentes, garantindo autonomia no ciclo de vida das aeronaves, desde manutenção até modernização.
O grupo foi composto por representantes da FAB e da MB, com coordenação da COPAC, vinculada ao Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) da FAB. À FAB coube ainda liderar os estudos sobre transferência de tecnologia, ampliação da capacidade industrial e aspectos econômico-financeiros do programa.
Com a escolha do H125, mesmo com diferenças entre as versões adotadas pela FAB, MB e Exército Brasileiro, todas as Forças agora utilizam a mesma plataforma de treinamento para pilotos de helicópteros. Essa padronização facilitará o intercâmbio de conhecimentos e práticas no treinamento de asas rotativas.
Respostas de 3
Com o programa HXBR, não falaram que em 2000 e sei lá quanto, estaria sendo apresentado o primeiro helicóptero brasileiro?
Se não me falhe a memória, uma empresa até apresentou o projeto de um equipamento nacional.
Acho que deveriam buscar a Sicaré Argentina, para uma cooperação nessa área.
Quem sabe, alguma empresa tipo AKAER, Embraer etc, comprar a Sicaré e investir em seus produtos.
Reduzindo a dependência nacional da Eurocopter / Helibras.
Nunca entendi o porquê da FAB ter comprado UH-60 novos na versão com cockpit não digital
bom agora é partir para um único centro de treinamento de pilotos de helicópteros para economizar meios e recursos, até os EUA com seu gigantesco orçamento faz isso