PROADSUMUS – CFN realiza consulta de mercado buscando um substituto para seus blindados SK-105

Na semana passada, o Comando do Material de Fuzileiros Navais (CMatFN) da Marinha do Brasil (MB), enviou cartas de consulta para algumas empresas internacionais solicitando uma cotação detalhada (“request for quotation” – RFQ) de uma nova viatura blindada de combate de esteiras, média ou leve, para servir como elemento de apoio ao combate dentro de um grupo operacional do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN).

A consulta visa a aqusição de 17 viaturas carro de combate e uma viatura recuperadora, destinadas a substituição dos SK-105 A2S Kürassier e 4KH7FA Greif, respectivamente, recebidos em 2001, dentro do programa estratégico da Marinha PROADSUMUS .

Dentre os principais requisitos apresentados, destacam-se:

  • Peso de combate de até 45 toneladas, com pressão máxima sobre o solo de 1.0 Kgf/cm²;
  • Relação peso/potencia mínima de 20HP por tonelada;
  • Autonomia mínima de 450 km;
  • Proteção balística STANAG 4569 level 4 para chassi e torre, com capacidade de resistir a explosões de até 10 Kg sob a viatura;
  • Armamento de tubo no calibre 105 ou 120mm, com capacidade para utilização de munições cinéticas (APFSDS) e químicas (HE/HEAT/HESH), alcance efetivo de 3 km e cadência mínima de dez disparos por minuto;
  • O sistema de tiro deverá possuir capacidade “Hunter-Killer” e “Autotracker”;
  • Capacidade para transportar, no mínimo, 36 munições, sendo 12 para pronto emprego;
  • Utilização do sistema de C2 padrão do CFN; e
  • Tripulação de três militares, com defesa química, biológica, radiológica e nuclear (DQBRN).


Na comunicação é informada que a aquisição deva incluir não apenas uma nova geração de viaturas, mas também suporte logístico, transferência de tecnologia, treinamento de pessoal, sistemas de treinamento com simuladores, documentação técnica, um pacote de peças de reposição, manuais, um lote inicial de munição e um programa de compensação de acordo com os regulamentos do Governo Brasileiro.

Aparentemente essa ação é o inicio do processo de substituição dos carros de combate do Batalhão de Blindados de Fuzileiros Navais (BtlBldFuzNav), servindo para refinar os requisitos antes de uma consulta pública e que o CFN estuda alterações mínimas em sua doutrina (como a tripulação das viaturas), porem, como existem muitas semelhanças nesse programa como o da Nova Família de Blindados do Exército Brasileiro, uma compra conjunta pelas duas Forças poderia diminuir não só os valores envolvidos nessa aquisição, quanto todos os demais custos logísticos.

O carro de combate leve SK-105 A2S Kürassier durante a Operação Formosa 2021 (Foto: Paulo Bastos)

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Respostas de 13

    1. Acredito que a os blindados mais moderno em produção hoje já possuem (Auto loader), os que não possuem tem uma oferta de mercado muito restrita.

  1. Não tem jeito mesmo.
    Ao invés do MD abrir a licitação para compra conjunta entre EB e CFN, como acontece no mundo inteiro, no Brasil é “cada um por si e Deus para todos”.
    Se entramos em uma guerra sozinhos, que Deus nos ajude.

  2. Estou na torcida pelo Otokar Tulpar equipado com a torre Hitfact 2 da Leonardo. É a melhor solução para o CFN e o EB e fim total alinhamento político-estratégico.

    1. Também na torcida pelo Tulpar nas duas forças CFN e EB, mas a questão de verbas pra defesa está pior do que nunca atualmente.

  3. Está faltando dinheiro para a conclusão das Fragatas Tamandaré então essa compra, que aparentemente é de uma prioridade militar e política menor, só deverá sair depois que estiver garantida a construção das quatro fragatas. Ou seja, só daqui alguns anos.
    Por ora serão estudos e avaliações, no máximo.

    1. Os recursos para o programa de fragatas estão garantidos no orçamento. O desembolso destes recursos podem sofrer contingenciamento mas não implicam suspensão do projeto, apenas adequações no cronograma físico-financeiro. Os recursos do projeto Fragatas serão utilizados unicamente neste projeto. Cada projeto possui uma rubrica específica no orçamento, desta forma é natural para o Comando das Forças terem vários projetos em andamento de forma independente, até porque cada um desses projetos tem as suas especificidades. Ou seja, o fato de eventualmente haver contingenciamento de R$ 1 bilhão no projeto das Fragatas, não significa que o Comando não disponha de R$ 180 milhões para iniciar no andamento da compra de 18 Blindados. São grandezas muito diferentes.

      1. Os recursos do programa das fragatas Tamandaré, 9,5 bilhões de reais, foram repassados para a EMGEPRON ainda no governo passado. Em 2024, o comandante da MB informou que, além desse dinheiro, serão necessários mais 2,95 bilhões de reais para finalizar as 4 fragatas. Então, os recursos que estão garantidos para as fragatas, atualmente, são aqueles da capitalização. Os quase 3 bilhões que faltam, não estão garantidos e nem previstos em lugar algum, muito menos no orçamento.

        1. Odir, sua informação está desatualizada. O Santamariense explicou a atual situação.

          No mais, podem ter rubricas diferentes e podem correr paralelamente as avaliações e seleções, mas na hora de pagar, sai do Orçamento da União e tem que ir lá pedir dinheiro para o Ministério da Fazenda. Se estiver faltando dinheiro para as fragatas, não há razão para comprar os tanques.

  4. Tulpar com Hitfact e produção compartilhada com o Brasil, fica aí minha torcida. Caso a BAE faça uma oferta parecida com o CV90120, pode vir forte também.

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