Os caças da FAB armados até os dentes

Uma imagem muito interessante, divulgada pela Força Aérea Brasileira (FAB), mostra um Embraer A-29 Super Tucano armado com cinco bombas BAFG-230, similar a Mk.82 norte-americana, na Ala 10 em Natal.

A aeronave pertence ao 2º/5º GAV “Esquadrão Joker”, unidade responsável pela formação dos pilotos de caça da FAB.

Foto: Tenente Marcus Lemos / FAB

Ver um caça com armamentos em todos os pontos externos de fixação, no caso do A-29 dois sob cada asa e um ventral, não é algo comum. Mas pode acontecer em algumas situações, dependendo de alguns fatores.

Toda a missão de ataque é planejada com base numa série de dados sobre o alvo como dimensões, tipo, categoria e a carga de bombas necessárias para se atingir os danos desejados. Existem militares especializados nessa função, que é extremamente crítica para o sucesso dos objetivos.

Assim, definido esses parâmetros sobre o alvo e a quantidade de bombas necessárias, a missão é estruturada com o número de aeronaves envolvidas.

De forma geral, os aviões decolam de bases aéreas que estão relativamente distantes do alvo, sendo necessário o uso de tanques subalares para permitir o alcance da aeronave no trajeto de ida e volta, reduzindo assim os espaços para as bombas. Dessa forma, mais aviões serão necessários para levar a carga bélica necessária.

Um segundo cenário, porém, acontece quando uma pequena quantidade de aviões está deslocada num aeródromo improvisado, com pouca infraestrutura, mas perto a linha de contato do inimigo.

Neste caso, pela proximidade do alvo, as missões podem ser executadas sem a necessidade do uso de tanques de combustível externos, permitindo maior carga bélica por avião para o mesmo tipo de alvo.

Para o A-29A, monoplace, que conta maior capacidade interna de combustível, num voo LO-LO-LO, ou seja, a baixa altura na ida, no ataque e no regresso da missão, sua autonomia é de 2h20 e raio da missão é de aproximadamente 420km, considerando carga plena de BAFG-230.

Para o A-29B, biplace, cuja quantidade interna de combustível é menor por conta do assento do segundo piloto, a autonomia é de aproximadamente 1h40 e raio é de 272km para um voo LO-LO-LO e também com cinco bombas BAFG-230.

O Super Tucano é uma aeronave muito versátil graças a soma da experiência da FAB e a capacidade de fazer requisitos, e a indiscutível qualidade da indústria de defesa nacional. E não foi o único flagrado assim.

Foto: João Paulo Moralez

Outro produto de indiscutível qualidade da Embraer é o AMX A-1, cuja especialidade é o ataque ao solo e reconhecimento tático à baixíssima altura se necessário.

O AMX foi o primeiro e é o único avião da FAB que emprega operacionalmente bombas guiadas por laser. Além disso, possui excelente autonomia mesmo em missões LO-LO-LO, permitindo a instalação de elevada quantidade de carga externa sem prejudicar o alcance da missão. Ou, se necessário, o AMX é equipado com probe de reabastecimento em voo, projetando a sua capacidade estratégica.

Nesta imagem, a aeronave da Ala 4 em Santa Maria aparece com oito BAFG-230 também em cinco pontos externos de fixação. Em três deles são usados suportes duplos.

Foto: João Paulo Moralez

No 1º Grupo de Defesa Aérea em Anápolis, um Mirage 2000C, cuja frota foi desativada em dezembro de 2013, a configuração na imagem já é um pouco diferente. Aqui, o caça estava equipado com dois mísseis guiados por radar semiativo Matra Super 530F, para combate BVR, além do alcance visual, e dois Matra R.550 Magic 2, guiados por infravermelho e de curto alcance.

 

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Comentários

14 respostas

  1. Morales,

    Meus parabéns pelo excelente material e lindas fotos do “Predator nome proposto lá em 1999, na época do programa ALX da FAB”.

    CM

  2. Morales,

    Meus parabéns pelo excelente material e lindas fotos do “Predator nome proposto lá em 1999, na época do programa ALX da FAB”.

    CM

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