Operação ATLAS –  Os Fuzileiros Navais mostram sua força

 Teve início nesta terça-feira, 09 de setembro, uma das etapas da terceira fase da Operação ATLAS, treinamento militar coordenado pelo Ministério da Defesa para a proteção da região amazônica.

Nesse momento, são executados exercícios com emprego de armamento real, a fim de aperfeiçoar as tarefas desempenhadas por cada unidade militar envolvida e a integração de todas elas em ações conjuntas coordenadas. Para essa etapa, batizada de “Operação ATLAS Armas Combinadas”, foram mobilizados 2.500 militares da Marinha do Brasil (MB), além de 180 veículos e aeronaves.

Apesar de ser voltado à defesa da região Norte do País, o exercício acontece no Campo de Instrução de Formosa, em Goiás, por ser um ambiente controlado e seguro para o lançamento de armas de maior calibre. Algumas delas foram testadas já no primeiro dia de atividades, como o míssil antiaéreo Mistral, as metralhadoras .50, o míssil anticarro 1.2 AC MAX e o drone kamikaze, primeira aeronave de ataque remotamente pilotada das Forças Armadas.

O Encarregado das Operações Futuras da Força de Fuzileiros da Esquadra, capitão de fragata (FN) Adelton Ferreira Dias, explica que a Operação ATLAS busca identificar oportunidades de melhorias no deslocamento estratégico das capacidades de defesa brasileiras para um teatro de operações amazônico e aprimorar a sinergia entre os sistemas militares de comando e controle. “Esse é o principal legado que o treinamento oferece para as Forças Armadas e para a segurança nacional.”

NOVOS ARMAMENTOS

Uma das novidades deste ano é o teste com míssil anticarro 1.2 AC MAX, que chegou aos Batalhões de Infantaria de Fuzileiros Navais em junho. O armamento pode atingir uma velocidade de 240 metros por segundo, tem alcance de até dois quilômetros e capacidade de penetração maior que 300 milímetros em chapa blindada, contribuindo para deter veículos do tipo em operações terrestres. Estão previstos nove disparos durante todo o período de treinamento.

Também é inédito o emprego de aeronave de ataque remotamente pilotada, protótipo desenvolvido por militares do Batalhão de Combate Aéreo. Até então, a MB utilizava modelos específicos para missões de inteligência, vigilância e reconhecimento. O drone kamikaze, como é conhecido, tem 1,64 metro de envergadura e 65 centímetros de fuselagem, pode alcançar 5 km de distância, tem autonomia de até 25 minutos e carga explosiva capaz de inutilizar veículos e aeronaves.

Lançamento do “drone kamikaze”, desenvolvido pela Marinha, durante voo de teste no primeiro dia de treinamento em Formosa


COMBATES REAIS E CIBERNÉTICOS

Paralelamente aos exercícios de combate real, são testadas as capacidades de ataque e defesa no ambiente virtual. O Esquadrão de Guerra Cibernética da MB, ativado em agosto deste ano, atua com duas células: uma, instalada em local não revelado, simula invasões a estações de trabalho; a outra busca detectar a origem e o destino dos ataques. A missão é identificar vulnerabilidades nos sistemas e aprimorar os mecanismos de proteção cibernética.

A conclusão desta fase, da qual a Operação ATLAS Armas Combinadas faz parte, está prevista para 11 de outubro. Nesta e na próxima semana, estão previstos exercícios com diferentes tipos de armamentos. As atividades incluem: treinamentos aéreos de interceptação e ataque ao solo; tiros de artilharia, com bateria de obuseiros de 105mm e trajetória curva; simulação de ataque coordenado, com emprego de carros de combate, viaturas blindadas e tropas de infantaria; desativação de artefatos explosivos; e demonstração integrada de todas as unidades participantes.

Militares preparados para disparar o míssil antiaéreo Mistral, usado para defesa antiaérea de curto alcance


Texto: primeiro-tenente (RM2-T) Daniela Meireles / Agência Marinha de Notícias
Fotos: Suboficial (PL) Ibraim Gonçalves

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