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O MIG-27 de ataque, assim como seu irmão MIG-23 Flogger (caça de linha de frente), foram desenhados, construídos e colocados em serviço dentro de um enorme programa de substituição de diversos tipo de aeronaves antigas do inventário soviético por essa dupla de aviões modernos para a época.
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Resultado da febre por asas de geometria variável que tomou conta dos Estados Unidos (F-111 e F-14) e a União Sovética (SU-24 Fencer, TU-22), a dupla MIG-23/27 introduziu diversos avanços importantes como um novo motor, o Tumansky/Khatchaturov R-27 e R-29, o radar high lark com capacidade look down / shoot down, uma nova família de mísseis baseada na dupla “AA-7 Apex” de média alcance e guiamento SHAR, e “AA-8 Aphid” de curta alcance e guiamento infravermelho, e, especialmente, a capacidade de serem fabricados em massa pela indústria aeroespacial estatizada da então União Soviética.
A ìndia, mantendo sua doutrina de usar tanto equipamento militar ocidental quanto soviético, adotou em meados da década de 1970 do século passado, o caça MIG em suas duas versões, fabricando-os sob licença no País.
A versão de ataque ao solo era desprovida de entradas de ar com rampas extratoras e seu pós combustor/tubo de escape para o motor era diferente, já que o objetivo do MIG-27 era oferecer grande alcance com uma boa carga de bombas e mísseis, a velocidade supersônica era um fator secundário.
O típico “nariz de pato” rebaixado, assim como o inusitado canhão-revólver de 23 mm que podia ser instalado na linha central da fuselagem são marcas do modelo.
O MIG-27 era capaz de disparar todos os mísseis ar-terra, bombas guiadas e não guiadas, foguetes e até mesmo, armas nucleares táticas, dentre outras disponíveis no arsenal soviético.
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Na ìndia, operou sempre armado com sistemas convencionais de origem russa ou armas desenvolvidas localmente.
Após quase 50 anos de serviços incluindo vários conflitos na região, e com uma grande ocorrência de quedas e acidentes com o tipo nos últimos anos, a Força Aèrea da ìndia decidiu desativar a frota sobrevivente.
Uma grande cerimônia na Base Aérea de Jodhpur marcou o fim desses aviões operando nos céus da Índia. Ocorreram demonstrações em voo com tiro real, passagens em formação e cerimônias em solo.
Com a aposentadoria dos MIG-27 indianos, encerra-se uma era. Não existem outros operadores desse tipo de aeronave, no mundo.