O almirante de esquadra Wilson Barbosa Guerra assumiu, na tarde da última quarta-feira (26), o cargo de chefe do Estado Maior da Armada. A cerimônia aconteceu no Grupamento de Fuzileiros Navais de Brasília e contou com a presença do ministro da Defesa, Celso Amorim. Guerra substituiu o almirante-de-esquadra Carlos Augusto de Sousa, que assumirá o cargo de ministro do Superior Tribunal Militar (STM).
Celso Amorim elogiou o antigo chefe do EMA. “Para mim é muito importante porque o almirante Carlos Augusto, que passa agora para o STM, serviu na Defesa e pude constatar, durante esse período em que esteve à frente do EMCFA, o quanto se desenvolveu a cooperação internacional com países da América do Sul e da África”, destacou.
O ministro acrescentou que a substituição de Carlos Augusto será à altura: “Ele será substituído por um almirante também de primeira categoria”, disse.
A transição representa um momento importante para o comandante da Marinha, almirante de esquadra Júlio Soares de Moura Neto, já que suas funções de liderança da Força Naval dependem da assessoria do órgão de direção geral. “O almirante Carlos Augusto fez um trabalho excelente durante os seus 46 anos de Marinha. O almirante Guerra, também, com uma bagagem profissional enorme vai substituí-lo à altura”, disse.
Além de Amorim e do comandante da Marinha, participaram do evento o general de exército José Carlos De Nardi, chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), o secretário geral do Ministério da Defesa, Ari Matos Cardoso, o comandante da Força Aérea Brasileira, brigadeiro-do-ar Juniti Saito, o general de exército Adhemar da Costa Machado Filho, chefe do Estado Maior do Exército, representando o Comando da Força Terrestre, além de outras autoridades civis e militares.
Natural do Rio de Janeiro, casado e pai de três filhas, o almirante de esquadra Wilson Barbosa Guerra possui uma extensa carreira naval. Em 18 de dezembro de 1973, se tornou guarda-marinha. Em 31 de março de 2012 foi promovido a almirante de esquadra, último posto na hierarquia da Força.
Já passou por 22 comissões, sendo seus últimos cargos o de comandante de Operações Navais e diretor geral de Navegação, titular da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Marinha e comandante em chefe da esquadra.
Foram dez cursos realizados em toda sua trajetória, como o de Política e Estratégia Marítima (C-PEM), curso Superior de Guerra Naval (EGN) e de Comando e Estado-Maior da EGN. O almirante recebeu 13 condecorações durante sua carreira.
Para o almirante Guerra, a responsabilidade em assumir um cargo de tamanha importância dentro da estrutura da Marinha o deixa bastante lisonjeado. “Sinto-me extremamente honrado por ter sido indicado pelo comandante da Marinha e aceito pelo ministro da Defesa para assumir uma função de responsabilidade grande perante a Força. É nesse cargo que se ditam as normas internamente e tem, também, um impacto grande dentro da Marinha, para as outras Forças e também para o MD”, disse o almirante.
Já o almirante Carlos Augusto de Sousa é sergipano, casado e pai de uma filha. Nasceu em 19 de julho de 1950, ingressou na Marinha como aspirante da Escola Naval Brasileira e, em 1972, foi nomeado guarda-marinha.
Com a promoção a vice-almirante em 2007, foi designado diretor do Pessoal Militar da Marinha. Em 2010, assumiu a responsabilidade de comandante do 1° Distrito Naval, no Rio de Janeiro. Em 10 de janeiro de 2014, foi alçado ao cargo de chefe do Estado Maior da Armada, órgão de Direção Geral da Marinha, assessorando o comandante da Marinha na direção da Força Naval.
Após a promoção a almirante de esquadra, foi convidado em 2012 para exercer a Chefia de Assuntos Estratégicos do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.
O almirante revelou que deixa sua função com o sentimento de dever cumprido. “É um coroamento de 46 anos de serviço e um sentimento dos mais variados devido aos setores pelos quais passei. Sinto-me emocionado, já que deixo um pouco o dia a dia da Marinha para assumir nova posição no STM e que certamente significará, em particular, uma saudade imensa de ter podido participar dessa grandiosa Marinha do Brasil”, concluiu.
Ivan Plavetz