Museu histórico militar do 12º BIL Mth, um rico acervo pouco conhecido em BH

Com a proximidade do centésimo aniversário do 12º Batalhão de Infantaria Leve – Montanha (12º BIL Mth), cuja cerimônia ocorrerá no próximo dia 11, Tecnologia & Defesa inicia uma série de matérias para homenagear essa mítica e importante unidade.

 

Por Paulo Bastos e Roberto Caiafa

 

O 12º BIL Mth, o Batalhão Lomas Valentinas, ou “Treme-Terra”, como é carinhosamente chamado, possui um impressionante acervo sobre sua bela e importante história totalmente compilado em seu museu e aberto ao público que se interessa pelo tema.

Seu principal salão, denominado “Sala de Exposições Capitão Josué Justiniano Freire”, é uma homenagem ao comandante da “Resistência Heroica”, quando o então 12º Regimento de Infantaria foi repentinamente cercado e atacado por forças de segurança pública do então Estado das Minas Geraes, tendo a maioria de seus oficiais presos ainda em suas casas.

Com apenas 15 oficiais e 385 praças dentro do aquartelamento, essas tropas federais resistiram as incursões da Força Pública, numericamente superior, por mais de uma semana.

Quando, já sem água e suprimentos, foram obrigados a renderem-se, não sem antes cobrar um alto preço a seus atacantes, esses bravos escreveram uma importante página da Revolução de 1930.

É neste solo sagrado, batizado com o sangue dos seus heróis que tombaram em sua defesa, sobre seu lema “dever, lealdade e sacrifício“, e cujas marcas ainda estão crivadas em seu mastro com os projeteis dessa batalha, que está assentada essa mítica unidade.

O mítico Mastro crivado de balas (foto de Roberto Caiafa)

 

Neste salão principal está boa parte do acervo, dentre eles destacamos:

  • Arsenal Bélico de várias fases do Batalhão, incluindo metralhadoras Hotchkiss e Browning, morteiros, “Bazookas”, canhões sem recuo e diversas outras armas de diferentes épocas;
  • Reprodução da cena do combate com o Tenente Rui de Brito Melo, herói morto em ação durante a revolução de 1930;
  • Maquete do quartel do 12º RI na batalha da “Resistência Heroica”;
  • Equipamentos utilizados durante todo período histórico, como uniformes e apetrechos;
  • Fotos Históricas e contemporâneas de diversos momentos vividos pelo 12 de Ouro;
  • Registros importantes, notícias de jornal de diversas épocas;
  • Histórias de Suez, Angola, Haiti e outros momentos marcantes da unidade.

Fotos de Roberto Caiafa

 

Fotos do 2º Sgt J. HENRIQUE

 

O museu ainda conta com outras salas, como “Salão de Honras”, onde, além de diversos itens, entre eles as bandeiras históricas do 12 BI desde sua criação, está o belo quadro “A Batalha Lomas Valentinas”, de autoria da artista plástica Thayna Carneiro.

Fotos de Roberto Caiafa

 

O museu é aberto ao público, com visitas guiadas e gratuitas, de segunda a quinta (das 09:00 as 11:00 – 14:00 as 15:30) e sexta-feira (das 09:00 as 11:30), sendo que os interessados devem agendar sua visita através do e-mail 12bilmontanha@gmail.com. Por tratar-se de uma instituição militar, existem regras quanto a vestimentas, não sendo permitido o uso de camisetas do tipo “regata”, bermudas, minissaia, chinelo de dedo ou boné.

 

AGRADECIMENTOS


Os autores e a Revista Tecnologia & Defesa agradecem ao Coronel Rui MARTINS da MOTA, Comandante do 12° BIL Mth, ao 2º Sargento Juliano HENRIQUE da Silveira, Adjunto de Comunicação Social, e a todos os militares e veteranos que preservam e cultuam sua história.

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Resposta de 0

  1. Me incomoda um pouco o fato do 12 de Ouro ter como sua passagem mais gloriosa, o combate contra forças brasileiras irmãs. Prefiro as glórias da FEB que combateu o que restava do exército alemão bem fortificado nas montanhas da Itália. Aliás um ótimo local para um batalhão de montanha mostrar o que sabe fazer, bem como aprender com a 10ª Divisão de Montanha dos EUA, da elite do exército americano e que tanto se destacou naquela campanha.

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