Museu Aeroespacial da Força Aérea Brasileira recebe Mil Mi-35M

Em 5 de agosto, o Museu Aeroespacial, da Força Aérea Brasileira, recebeu mais uma aeronave para o seu acervo. Trata-se do FAB 8961 que operava com o 2º/8º GAV “Esquadrão Poti” na Base Aérea de Porto Velho (RO).

O exemplar compõe o quarto e último lote com três exemplares, de um total de 12 adquiridos em 2008, tendo chegado na Base Aérea de Porto Velho em 26 de novembro de 2014.

Após 12 anos de serviço, a carreira operacional do Mil Mi-35M da FAB chegará ao fim. Adquirido novo da Russian Helicopters, junto com os helicópteros foi recebido um extenso pacote de armamentos e equipamentos que incluiu, além do canhão duplo de 23mm com capacidade para 370 projéteis, os lançadores B-8V-20A para até 20 foguetes S-8 de 80mm e o míssil antitanque Ataka V 9-M-120 com alcance de 400 a 6000m, capaz de perfurar blindagem de 80 cm; supressores de calor dos gases quentes do motor; lançadores de flare e chaff e outros sensores associados.

Além disso, foi recebido um simulador de voo e a infraestrutura com transferência de tecnologia para a modificação do software do cenário visual para locais de interesse brasileiros.

O pacote de transferência de tecnologia também contemplou o treinamento para a empresa “IAS”, sediada em Lagoa Santa (MG), para manutenção e revisão da estrutura e conjuntos dinâmicos do Mi-35M como motores, transmissão e rotores principal e de cauda.

Um dos motivos pela desativação da frota é a dificuldade e os altos custos de manutenção, tendo em vista que a filosofia russa difere da ocidental com a qual as Forças Armadas brasileiras estão acostumadas a trabalhar. Além disso, é provável que parte da frota tenha que passar por inspeções e revisões profundas, sendo este um custo considerado antieconômico.

O plano de desativação começou em 1º de março e terminará em 31 de dezembro de 2022.

Designado AH-2 Sabre na FAB, o Mi-35M foi oficialmente incorporado em 17 de abril de 2010, representando grande impacto operacional na Força que passou a dispor de um genuíno helicóptero de ataque em uma região estratégica como a Amazônia.

Quanto ao 2º/8º GAV, não foram publicados os planos sobre o seu futuro, mas espera-se que este seja reequipado com helicópteros Sikorsky UH-60L Blackhawk.

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Respostas de 26

  1. O Mundo todo opera essa aeronave menos a FAB, existem inúmeras “teses de mestrado” sobre isso e teorias da conspiração, vai saber…

    1. O Problema não é que o equipamento seja ruim porém seu custo de operação e tão caro quanto um avião de combate, Além que há uma imensa burocracia para aquisição de peças para reposição. (A uns anos atrás um piloto disse que era mais barato operar um F-5 que um Mi-35)
      Era um helicóptero caro de ser operado fazendo exatamente a mesma função de um A-29 Super Tucano ou seja desperdício de pressuposto que poderia ser mais bem aproveitado.
      A Compra do MI-35 foi mais politica que técnica a FAB nunca teve a intenção de adquiri-lo.
      Seu substituto provavelmente seja do H145M equipado com H-Force ou o UH-60 Black Hawk.

      1. Estamos no Brasil, e temos que adequar nossos equipamentos a nossa realidade econômica, levando em conta custo benfício. É como querer comprar o carro dos sonhos sem ter como mantê-lo. Depois fica lá parado na garagem porque não tem dinheiro para a manutenção…

    2. É a saída daquele que nunca deveria ter entrado. Não foi pedido por nenhuma das 3 Forças. EB e MB não quiseram. Sobrou para a FAB. Mas, Força Aérea não é lugar de helicóptero de ataque.

        1. Mas tem sido muito mais úteis do que esse bichinho aí. Os caras queriam cobrar o olho da cara pelas revisões. Depois tem gente que acha ruim quando se critica o pós venda russo.
          A verdade é o que disseram mais acima: a FAB nunca quis isso aí, o EB também nunca teve interesse. O A-29 é muito mais útil, mais barato de operar e tem um desempenho muito melhor no TO Amazônico. Foi feito pra isso, aliás.

        2. Apesar de ser um helicóptero que também não foi solicitado e ser problemático (ao contrário dos seus ótimos antecessores, Super Puma e Cougar), o H225M é muito mais útil e versátil do que o helicóptero russo. Um helicóptero de ataque não é, nem nunca foi, uma aeronave para missões de Força Aérea.

          1. Diga isso pra FAB, pois foi ela que requisitou esse meio no programa AH-X e o MI35 foi selecionado.

          2. Cara, eu já saí do outro espaço de debates por conta de discussões como essa. Se tu quer acreditar no que tu lê por aí, mesmo que seja escrito por um dito coronel da FAB, bom pra ti. Eu sei que foi uma escolha guiada, com uma escolha fajuta, feita para justificar a compra dessas aeronaves e encaixar a mesma em supostos requisitos da FAB. Tão desnecessária era esta aeronave que agora foi desativada e não vão comprar outra com as mesmas características. Por que? Porque a FAB NÃO precisa e NUNCA precisou de uma aeronave com estas características! Isso daí é helicóptero de Exército! NUNCA foi helicóptero de Força Aérea. Tiveram que criar e inventar um uso para eles na FAB. Todo o resto é encheção de linguiça. Mas, se quiser duvidar disso tudo que eu escrevi, fique à vontade. Tu não é obrigado à acreditar em nada. Se o contrário do que eu digo te satisfaz e te convence, ótimo!!

  2. O pós venda russo nunca foi bom, por mais que a Rússia também tenha excelentes equipamentos militares. E outra, a FAB não necessita desses helicópteros, pois os aviões Super Tucanos já suprem toda a necessidade, o ideal seria o EB operar estes helicópteros, mas como o pós venda russo é muito ruim e infelizmente o Brasil não conseguiu licença de produção e fabricação de peças locais para estes helicópteros, então o ideal será aposentá-los mesmo. É uma pena, pois são helicópteros muito bons, e para o EB seria excelente, mas sem licença para produzir peças de reposição logística no Brasil, realmente fica difícil mantê-los em operação.

    Outra solução seria o Brasil tentar vender estes helicópteros para países aliados da Rússia como a Índia por exemplo que usa e fabrica estes helicópteros sob licença, além do Cazaquistão e a Sérvia dentre outros.

  3. Está evidente que a nossa indústria aeronáutica deve construir este tipo de aeronave.
    Nosso exército seria a força armada mais beneficiada com este equipamento, principalmente na região amazônica, onde grupos guerrilheiros já se instalaram e ainda tem remanescentes destes e a presença de grupos que atuam em atividades criminosas, inclusive crimes ambientais, tráfico de drogas e armas, exploração e contrabando de riquezas minerais nos países desta região que são fronteiriços com o Brasil.
    Isto possibilitaria desenvolver novas tecnologias, formar novos recursos humanos, estimular novos fabricantes de componentes aeronáuticos em área que ainda não temos expertise.
    Estabelecer parcerias com instituições de pesquisa, indústria nacional e fabricantes de outros países que dominam as tecnologias para este tipo aeronave devem ser priorizadas como política de estado para suprir nossa necessidade de defesa futura com este tipo de aeronave, bem como possibilitar a exportação de produto com alto valor agregado em tecnologia e incrementar nossas exportações, permitindo que nossa indústria de defesa se diversifique e se consolide, garantindo nossa independência tecnológica e nossa soberania em área muito importante tanto para nossa economia como para a defesa do nosso território amazônico.

    1. Helicóptero de ataque para combater contrabando e crimes ambientais? Desenvolver esse tipo de equipamento para comprar quantos? 12, 24?
      Esse discurso genérico é muito bonito, mas a realidade é muito mais pragmática. Não existe dinheiro para se rasgar nesse tipo de projeto. Ainda que houvesse, helicóptero de ataque não é prioridade.

      1. Prioridade número 1 é desenvolver a indústria nacional de defesa em todos os segmentos, inclusive na área de aeronaves de asas rotativas de ataque conforme mencionado no comentário anterior, pois os recursos gerados pelos impostos pagos por todos os cidadãos brasileiros devem ser priorizados também para podermos ter forças armadas preparadas com equipamentos modernos desenvolvidos e construídos no país, inclusive para manter a nossa capacidade de ações contra grupos de narcotráfico e grupos de guerrilha que atuam juntos na fronteira amazônica dos países vizinhos e utilizam o nosso território nesta região para ações ilícitas como o tráfico de drogas, armas e contrabando de ouro retirado inclusive de áreas que pertencem a união e necessitam de autorização de órgãos federais para serem exploradas economicamente. Estas atividades ilícitas financiam estes grupos que ameaçam a nossa soberania em área de grande importância econômica do país.
        Indústria de defesa forte e capacitada para produzir os meios que são prioridade ou necessários para nossa defesa é fundamental para enfrentar as ameaças do presente e futuras em qualquer região do nosso território.
        É esta indústria que permitirá nossa independência tecnológica na área de defesa e possibilitará garantir nossa soberania.

        1. Prioridade número 1 deve ser a operacionalidade, depois o resto.
          Não faz o menor cabimento empregar um helicóptero de ataque, com hora de vôo cara e manutenção complexa para combater garimpo ilegal ou tráfico de drogas. Isso sim é tratar mal o dinheiro do contribuínte.

        2. Muito lindo, muito bonito. Mas, o administrador público também tem o dever de zelar pelo dinheiro público. Investir bilhões no projeto e desenvolvimento de uma aeronave como ou helicóptero de ataque, para adquirir uma ou duas dúzias? E a escala, para tornar viável a manutenção e o fornecimento de sobressalentes no longo prazo? Outra coisa que é muito falada e propalada, mas pouco compreendida, é a questão da independência tecnológica. Vamos desenvolver armamento, aviônicos, sensores, sistemas hidráulicos, rotores e, principalmente, os motores, de uma aeronave desse tipo? Independencia de verdade só existe quando se é cspaz de desenvolver e produzir tudo que for vital. O resto é apenas retórica.

  4. Poderiam comparar mais UH-60 Black Hawk, deveria ter um outro helicóptero com mais autonomia para operar na Amazonia, acho pouco os 583 km do UH-60 para o TO AM, temos os EC725 com 857km e com sonda de reabastecimento mas deve ser caro de operar.
    Se somar a quantidade dos 2 vetores , é muito pouco para atender um território enorme como o Brasil, já cancelaram as entregas restantes dos EC725, e trocaram por outros produtos/serviço, fazendo uma compensação com a “Helibras”.
    Não estou conseguindo vislumbras novas aquisição de helicópteros para a FAB além dos helicópteros do programa conjunto de treinamento.

  5. Qualquer material russo que precise de manutenção ( excessivamente cara por sinal ), como essa aeronave helicóptero, é uma estupidez adquirir e esse foi mais um grande erro no governo lula. Lamentável . Profundamente lamentável

  6. Que interessante, olhei alguns comentários, uns criticando contra o helicóptero e outros nem tanto, mas vamos deixar tudo isso de lado, o real motivo por que não se obtêm equipamentos da Rússia, é o tratado de países pro EUA firmado com comprometimento de não comprar daquele país.

    1. De acordo com a Cavok Brasil o motivo foi político…
      ‘A compra do Mi-35 pela Força Aérea Brasileira (FAB) em 2008 pegou toda a imprensa especializada de surpresa. Pegou de surpresa porque ninguém esperava. Nem a própria FAB. Foi uma compra política, uma imposição do Kremlin para suspender o embargo a carne brasileira. Embargo esse que também foi político, não sanitário. Acontece que a balança comercial pendia para o Brasil e o governo russo ordenou um equilíbrio, obrigando Brasília a aquisição de produtos russos.’

  7. O FAB 8960 e 8961 estão operacionais e voando como mostrado no video pousando no aeroporto da Pampulha este mês. Porque vão para o Museu então?

    1. Porque, como dito no texto, “o plano de desativação começou em 1º de março e terminará em 31 de dezembro de 2022”.

    2. Meu caro, leia os outros comentários e o texto deste tópico. Os citados 8960 e 8961 estavam voando, sim. Mas, eram seus últimos voos. O 60 estava indo para o PAMA/LS para ser armazenado, junto com outros que já estavam lá, e o 61 estava indo para o MUSAL, onde passou a integrar o acervo daquele museu.

  8. Bom dia. Segundo li num outro forum de discussões, nem mesmo a canibalização de peças para manter alguns helicópteros voando é possível. Segundo afirmado por um comentarista, como a fabricação de componentes na Rússia é descentralizada e, foca muito na quantidade do que na qualidade, há variações de medidas entre equipamentos e componentes fabricados em locais diferentes. Se é verdade ou não, sinceramente, não sei dizer, mas, foi o mencionado.

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