Por Ronaldo Olive
Na última terça-feira (28 ), foi realizada a cerimônia da Mostra de Ativação da mais nova Organização Militar da Marinha do Brasil, o Centro de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (CDefNBQR), cujas instalações situam-se numa área adjacente ao Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN), no subúrbio de Parada de Lucas, no Rio de Janeiro.
A solenidade contou com a presença do comandante-geral da tropa anfíbia, almirante-de-esquadra (FN) Fernando Antonio de Siqueira Ribeiro. Na ocasião, foi empossado como primeiro comandante do CDefNBQR o CMG (FN) Carlos Jorge de Andrade Chaib.
Desde o início dos anos 2000, a Marinha do Brasil estava estudando o tema das ameaças NBQR, principalmente, tendo em vista alguns atentados com o emprego de esporos de antraz sob a forma de pó em correspondências enviadas a políticos norte-americanos.
Um Grupo de Trabalho criado no âmbito do CFN começou a abordar o tema em profundidade com vistas a detalhar as necessidades de material e recursos humanos para, eventualmente, formar uma unidade independente, o que não foi possível devido às restritas condições orçamentárias reinantes em 2002.
Em 2006, todavia, o até hoje lembrado surto da gripe aviária levou à aquisição de um primeiro lote de equipamentos visando, primordialmente, a aumentar a capacidade de descontaminação do recém-criado Pelotão de Defesa NBQR do BtlLogFuzNav – Batalhão Logístico de Fuzileiros Navais e que, hoje elevado ao escalão de Companhia, encontra-se subordinado ao BtlEngFuzNav – Batalhão de Engenharia de Fuzileiros Navais. Em 2008, quando do surgimento da Estratégia Nacional de Defesa, ficou definido que o Setor Nuclear seria de responsabilidade da MB.
Naquela Força foi criado um GT que resultou na implementação de um Sistema de Defesa NBQR na Marinha do Brasil (SisDefNBQR-MB), com grande capilaridade interna e potencial de estreita cooperação com outros órgãos e instituições extra-MB que também tratam do assunto. Este Sistema, coordenado pelo Comando-Geral do CFN, resultou na criação de duas Unidades especificamente destinadas à Defesa NBQR, uma em Iperó (SP), e outra em Itaguaí (RJ), onde brevemente estará em operação um grande Complexo Naval (Estaleiro e Base de Submarinos). Pela Portaria No. 621 de 18 de dezembro de 2014 do Comandante da Marinha, foi então criado o CDefNBQR-MB, agora ativado.
No evento da última terça-feira, foi realizada uma rápida demonstração de primeira resposta a uma emergência NBQR envolvendo os pelotões de reconhecimento e identificação e o de descontaminação, os quais simularam a contaminação do ambiente por um agente químico e a posterior descontaminação de pessoal, material, equipamentos e viaturas. As fotos mostram alguns flagrantes da exibição.