O futuro caça F-39 Gripen NG da Força Aérea Brasileira iniciou uma nova fase de seu desenvolvimento; a escolha do set de armas ar-ar. O míssil within visual range, ou de curto alcance (WVR), já está definido e integrado à aeronave, trata-se do A-Darter de 5ª geração, matriz ativa off-boresight, na faixa dos 14-20 Km de alcance, resultado de um programa de colaboração binacional Brasil e África do Sul, outra nação operadora do caça sueco.
Quantos aos mísseis BVR (Beyond Visual Range), a Força Aérea Brasileira não revelou ainda qual a empresa selecionada, mas sabe-se que o míssil BVR Meteor, do consórcio europeu MBDA, já integrado aos Gripen C/D da Força Aérea da Suécia, é um forte competidor. Esse moderno míssil de conceito ramjet pode chegar até 100 Km de alcance com grande reserva de energia para manobrar na fase final do ataque, diminuindo consideravelmente as chances do alvo escapar.
O valor estipulado pela FAB para adquirir esse tipo de armamento, inicialmente, é de US$ 300 milhões, não sendo reveladas as quantidades a serem adquiridas ou os prazos de entregas. O Meteor é produzido pela MBDA, empresa controlada pela Airbus Group, BAE Systems e Finmeccanica.
Programa Gripen NG BR
T&D entrevistou Patrick de La Revelière, vice-presidente de vendas para a América Latina da MBDA, durante evento promovido pela FIESP em São Paulo.
Segundo o executivo “O Gripen traço C e D da Força Aérea Sueca já concluiu a integração do míssil de longo alcance Meteor, o que o torna uma boa opção para a FAB, pois a seleção desse avançado vetor não geraria custos adicionais de integração na plataforma do avião, uma vez que isso já foi feito na Suécia”. Segundo La Revelière,
“A MBDA já é parceira da Avibras e da Mectron, empresas estratégicas de defesa brasileiras, no desenvolvimento conjunto de mísseis para as Forças Armadas, uma forma que a MBDA encontrou para se manter no Brasil. Essas parcerias estratégicas e de transferência de tecnologia, tem como exemplo o desenvolvimento conjunto com a Avibras, do míssil ar-superfície AM39 B2, versão de última geração do sistema antinavio Exocet AM39. O AM39 B2 deverá ser utilizado nos helicópteros EC725 que a Helibras está produzindo para a Marinha do Brasil em Itajubá (MG)”.
Corvetas Tamandaré
Falando sobre o anúncio da escolha do Sea Ceptor pela Marinha do Brasil, como armamento de defesa antiaérea das Corvetas Tamandaré, Patrick De la Reveliére fez uma pequena mas importante introdução ao sistema “O míssil modular CAMM, destinado a defesa antiaérea, foi desenvolvido visando substituir o sistema naval Seawolf e o sistema de defesa antiaérea terrestre Rapier, ambos atualmente em serviço nas Forças Armadas Britânicas.
Ademais, o míssil CAMM também servirá de base tecnológica para o desenvolvimento futuro do míssil ar-ar de curto alcance ASRAAM. O CAMM é modular e altamente versátil em suas aplicações, oferecendo diversas vantagens operacionais. Trata-se, na sua forma naval Sea Ceptor, de um sistema de lançamento suave vertical (sem ignição do motor dentro do tubo de lançamento), facilmente instalado em um novo navio como as corvetas Tamandaré, ou adicionado como reequipamento de um navio existente, já que não necessita de nenhum ajuste especial para a gestão do fluxo de saída de gases”.
E Patrick complementa “Esse mesmo conceito deverá servir de base para o desenvolvimento de um sistema de defesa antiaérea terrestre móvel, em associação com a Avibrás Aeroespacial, utilizando toda a tecnologia já desenvolvida para a família Astros 2020 como plataforma de lançamento de alta mobilidade e confiabilidade, reduzindo custos de desenvolvimento e integração e atendendo aos requerimentos do Projeto Estratégico do Exército Defesa Antiaérea, no setor de média altitude” finaliza.