M113 com SARC REMAX, uma possibilidade

Por Paulo Roberto Bastos Jr e Adriano Santiago Garcia

O recente anuncio do Exército Brasileiro (EB) em elevar mais 150 viaturas blindadas de transporte de pessoal (VBTP) M113B para a versão M113BR, confirmando que essa viatura permanecerá em uso por muitos anos, bem como a intenção de substituir seus blindados sobre lagartas por uma nova família que englobaria uma viatura blindada de combate de fuzileiros (VBC Fuz), um tipo de viatura conhecida internacionalmente como “infantry fighting vehicle” (IFV), cujos requisitos foram apresentados em fevereiro/março de 2020, suscitaram a possibilidade de se implantar sistemas mais sofisticados em alguns desses M113, que além de aumentar a capacidade operacional das Forças-Tarefas Blindadas (FT Bld) na atualidade, auxiliaria na criação de uma doutrina operacional, antes mesmo adoção de seu sucessor. E a indústria nacional tem um produto que se enquadra nesta demanda: o REMAX.

Desenvolvido a partir dos requisitos do EB, por meio de uma parceria da empresa ARES Aeroespacial e Defesa com o Centro Tecnológico do Exército (CTEx), a partir das necessidades de combate de suas tropas na Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti (MINUSTAH), o sistema de armamento remotamente controlado (SARC) REMAX, é uma estação de armas remotamente controlada giro-estabilizada para metralhadoras 12,7 mm e 7,62 mm, que se tornou um dos principais sistemas de armas da VBTP 6X6 Guarani e futuramente também equipará os LMV-BR 4X4.

Este sistema de armas é dotado de sensores ópticos e laser de precisão, que garantem não só grande poder de fogo sem expor seu atirador, mas, principalmente, a capacidade para detectar, reconhecer e identificar alvos, de operação diurna e noturna, que dá as FT Bld uma grande vantagem tática.

Alguns M113A2 do Exército Filipino, equipados com o SARC Elbit Dragon 12.7mm RWCS, durante um desfile em 2017 (Imagem: Hukbong Katihan ng Pilipinas)

M113 como IFV?

O recém-aprovado Manual de Campanha Forças-Tarefas Blindadas, 4ª Edição (2020), estabelecem que a FT Bld é uma força altamente móvel e potente, caracterizada pela predominância das ações de combate embarcado. Logo a necessidade de possuir o maior número possível sistemas de armas nas viaturas blindadas que permitam a execução dos fogos orgânicos em todas as fases das operações.

O apoio entre carros de combate e fuzileiros é até hoje uma simbiose tão perfeita que remonta a origem dos carros na Primeira Guerra Mundial, inclusive consta nas observações do capitão José Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, militar brasileiro que comandou um pelotão de Renault FT-17 franceses no conflito. A tarefa que inicialmente constava em proteção aproximada dos pesos pesados evoluiu, com as táticas de Guderian, para uma infantaria que possuía seus próprios veículos e os utilizavam como meio de combate, somado aos seus Panzer, logo passando para da proteção mutua ao engajamento máximo, com seu coroamento na tempestade do deserto (Iraque/Kuwait), em 1991, onde os main battle tank (MBT) Abrams e IFV Bradley foram os “rolos compressores” sobre a terceira maior frota de blindados da época.

Apesar de ser um dos blindados mais versáteis já construídos em todos os tempos e estar em serviço em diversas forças blindadas, o M113 passou para papéis secundários de apoio as tropas sendo substituído por viaturas mais modernas, armadas e protegidas, como o Marder, Bradley e outros.

Observando os blindados em uso na maioria dos exércitos estrangeiros, destaca-se que todos seguem a descrição do que consta no documento da OTAN, de 1996, principalmente no aspecto do armamento principal, que seriam canhões de tiro rápido de 20 mm ou superior, daria a entender que, como conclusão antecipada, seria descartável a iniciativa de integrar o REMAX no M113 para atuar como um IFV. Porém um olhar mais atento pode mudar essa opinião.

Um fator que não é mencionado no citado documento, mas está explicitado no manual do EB, é o componente do combate embarcado que traz fluidez e dinamismo das operações blindadas. O REMAX, a despeito do seu armamento, possui sistemas de observação por câmeras diurna e termal com rotação 360º elétrica, tendo o atirador conservado e seguro dentro da blindagem, com a principal capacidade ganha é o combate em movimento estabilizado, até hoje inédito nas tropas de fuzileiros nacionais, e não disponível em todas as opções de compra imediata no mercado, a exemplo do Marder 1A3.

A estabilização propiciada pelo sistema REMAX é o fator que pode permitir transformar um M113 em um embrião de IFV, até hoje sem equivalente para esse tipo de tropa no continente.

É obvio que o poder de fogo e alcance serão menores que os calibres utilizados nesses carros, mas o poder de penetração e destruição pode ser amenizado com a adoção, e inserção de cartas balísticas no sistema de tiro, de outros tipos de munição disponíveis no mercado, como a SLAP-T (saboted light armor penetrator with tracer), similar a uma APFSDS-T (armor piercing, fin stabilized, discarding sabot-tracer) das armas de maior calibre, daria um incremento a maior defasagem apresentada pelo sistema na sua configuração atual.

A questão da proteção balística também deve ser observada. Existem soluções no mercado, inclusive no nacional, com placas adicionais de blindagem que podem ser utilizadas nesse veículo, porem tem que se levar em conta o impacto em sua mobilidade.

Essa não é uma discussão nova e que também não ocorre só no Brasil, pois muitos países tem projetos semelhantes, e um deles já implantou e colocou em uso: o Exército das Filipinas optou pela instalação da SARC Dragon 12,7 mm, da Elbit Systems, similar ao REMAX, em 50 M113A2 durante um processo de modernização de suas VBTP.

O fato é que o EB teria muitas vantagens com o Binômio M113BR / REMAX, pois, além de já ter pleno domínio da utilização e logística de ambos os sistemas, a Ares demostrou a sua viabilidade ao montar o REMAX em um M113MB1 do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), sem alterar a estrutura ou estabilidade da viatura, que foi apresentado na última edição da LAAD, em 2019, e já apresentou uma proposta, despertando o interesse da Força.

De acordo com Frederico Medella, diretor de marketing da Ares, a solução não apresenta nenhum risco tecnológico e nem técnico, pois a empresa já fez essa integração anteriormente, podendo ser removido e instalado em qualquer outra plataforma.

A montagem do REMAX na VtrBldEsp SL TP M113MB1 do CFN, nas instalações da Ares, em 2019. A empresa demonstra que essa instalação é  possível sem alterar em nada a estrutura da viatura e que vale vale apena investir em um projeto tido como antigo, para melhorar sua eficiência e preparar o terreno para o futuro (Imagem: Ares)

 

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Comentários

34 respostas

  1. Paulo boa matéria , sem dúvida pode trazer muitos avanços a tropa , lógico que poderíamos ter blindados melhores , porém é o que temos pra hoje ! Saberia dizer se o CFN vai adquirir ou tem interesse no Remax ?

    1. Sei que o CFN testou o REMAX em um de seus Piranha, mas desconheço em que nível estão as negociações sobre sua possível aquisição.

    1. DESPACHO DECISÓRIO – C Ex Nº 367, DE 19 DE JULHO DE 2021
      PROCESSO ADMINISTRATIVO: EB 64536.030825/2017-40
      ASSUNTO: autorização para a assinatura da Carta de Oferta e Aceitação referente ao 8º
      Termo Aditivo (AMENDMENT 8), à linha de fornecimento BR-B-UUG, objetivando a
      recuperação e atualização de 150 (cento e cinquenta) viaturas blindadas de transporte de
      pessoal (VBTP) M113A0 para a versão M113BR (M113A2MK1), a ser firmado entre o
      Exército Brasileiro e o Governo dos Estados Unidos da América, por meio do programa
      Foreign Military Sales (FMS)
      COMANDO LOGÍSTICO
      1. Processo originado no Comando Logístico (COLOG), por intermédio da Diretoria de
      Material (D Mat), por meio do DIEx nº 435-CL IX Bld/SDir Mat/D Mat, de 16 de junho de 2021, visando
      obter autorização para a assinatura pelo Chefe da Comissão do Exército Brasileiro em Washington
      (CEBW), em nome do EB, da Carta de Oferta e Aceitação referente ao 8º Termo Aditivo (AMENDMENT 8)
      à linha de fornecimento BR-B-UUG (Letter Offer And Acceptance BR-B-UUG), por meio da qual o United
      States Government (USG) objetiva a recuperação e atualização de 150 (cento e cinquenta) viaturas
      blindadas de transporte de pessoal (VBTP) M113A0 para a versão M113BR (M113A2MK1), por meio do
      programa FMS.
      2. Considerando:
      a. o disposto no art. 38 do Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986, e o previsto no
      parágrafo único do art. 87, alterado pela Portaria do Comandante do Exército nº 249, de 17 de maio de
      2004, das Instruções Gerais para a Realização de Licitações e Contratos no Ministério do Exército (IG 12-
      02), aprovadas pela Portaria Ministerial nº 305, de 24 de maio de 1995, publicadas no Diário Oficial da
      União de 26 de maio de 1995;
      b. que o pagamento, de acordo com cronograma estabelecido na Carta de Oferta e
      Aceitação original, estava previsto na sistemática de aquisição de materiais e serviços por intermédio do
      Programa FMS, e já foi integralmente realizado, conforme Relatório Sintético da Seção de Contratos FMS
      da CEBW, de 8 de junho de 2021, que atesta que não há valor devido com a aceitação da presente LOA,
      já que o presente Amendment 8 não altera o escopo e nem o valor total do Case, o qual já está
      totalmente pago pelo Exército Brasileiro;
      c. que o fornecimento de material e serviço de Defesa do qual trata este despacho tem respaldo no Decreto nº 3.831, de 1º de junho de 2001, que promulga o Acordo, por troca de Notas, entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo dos Estados Unidos da América, celebrado em Washington-DC, em 2 de junho de 2000;
      d. tratar-se de assinatura da Carta de Oferta e Aceitação referente ao 8º Termo Aditivo
      (AMENDMENT 8) à linha de fornecimento BR-B-UUG, conforme solicitado pelo COLOG, por intermédio da
      DMat, por meio do DIEx nº 435-CL IX Bld/S Dir Mat/D Mat, de 16 de junho de 2021;
      e. que o pretendido instrumento atende aos interesses das 2 (duas) nações e respeitam acordos internacionais de cooperação entre Brasil e Estados Unidos da América; e f. que estão anexados ao processo pareceres favoráveis da Secretaria de Economia e Finanças, por intermédio do DIEx nº 324-ASSE2/SSEF/SEF, de 18 de junho de 2021, e da Consultoria Jurídica Adjunta do Comando do Exército, por intermédio do Parecer nº 0744/2021/CONJUR-EB/CGU/AGU, de 9 de julho de 2021, dou o seguinte DESPACHO
      1) AUTORIZO o Chefe da CEBW a firmar, em nome do EB, a Carta de Oferta e Aceitação referente ao 8º Termo Aditivo (AMENDMENT 8) à linha de fornecimento BR-B-UUG.
      2) Publique-se o presente Despacho Decisório em Boletim do Exército.
      3) Restitua-se o processo ao Comando Logístico, para as providências decorrentes.

  2. Em outro post, cogitei essa e outras possibilidades, fui taxado de alucinado viajante rs.
    Olha o resultado ai agora.
    Acho que o EB/CFN deveriam estudar a possibilidade de inclusão também de um lança granadas de 40 mm tipo LAG-40, TORC-30 mm, o sistema de armas oferecido para o projeto “Casca Turbo” com os mísseis MSS e Remax.
    Espero que seja implementado realmente esse e outros sistemas de armas, caso contrário a modernização dos M-113 não servirá de nada, a não ser torna-los um alvo fácil e moderno.

    1. Foxtrot, leia o texto com atenção.
      Em nenhum momento foi citado aumentar o poder de fogo das VBTP M113, até porque elas são VBTP e não VBC. Alem disso, colocar um sistema de armas como a TORC30 em um M113 (mesmo que coubesse), seria um desperdício de recursos que não temos.
      O que é apresentado aqui foi o aumento da operacionalidade real, pela maior consciência situacional do comandante da FT Bld, que identifica o alvo a distâncias maiores, pelos sensores do SARC, e definindo se dá ou não combate, e não um jogo de Super-Trunfo!

      1. Caro Bastos, concordo que a TORC,-30 mm seria um exagero para o M113, mas uma LAG-40 mm não (até porque não temos esse poder de choque no Brasil).
        No mais o que li abaixo sobre os sistemas Russos serem questionáveis, não creio muito, devido ao alto poder de letalidade e eficácia dos mesmo.
        O problema que vejo é alguns basearem seus comentários calcados por ideologias político partidárias e se esquecem realmente dos termos técnicos da questão.
        Para observação, acredito haver meios mais eficazes que a Remax e seus sensores.
        Acho que para uma modernização mais eficaz destes veículos, deveríamos pensar em kits como o Alligator, transformando,- os em mini clanf,s.
        Israel modernizou seus M-113 e ampliou as capacidades dos mesmos em áreas como blindagem e capacidades bélicas.
        Mas obrigado pelas explicações !

        1. Você deve estar se referindo ao kit Arisgator que tansforma o m113 em um “mini clanf”. Mas, se não me engano, o principal cliente é a marinha italiana.

          Um kit que considero mais interessante, que é bastante completo, quem desenvolveu foi a Austrália. Este tinha melhorias na proteção, poder de fogo (mas nada em demasia – similar a uma remax) e estrutura interna. Mas o grande diferencial mesmo foi a mobilidade. Tudo foi trocado: motor, transmissão e tração. Um veículo praticamente novo.
          E, como não poderia ser diferente, teve um custo alto: US$ 1 bilhão. Sem chances isto ocorrer aqui.

        1. Simples, o M163 VADS utiliza o canhão M168, de calibre 20x102mm, que esta montado em uma torre menor, mais leve e, por mais incrível que possa parecer, mais simples que a TORC30, que usa um Rheinmetall MK30-2/ABM (Air Burst Munitions), de calibre 30x173mm.
          Outra coisa, o M163 é um M113 com muitas modificações (na verdade um M741), exatamente o contrario da proposta do REMAX que utiliza até as furações originais da viatura e que pode ser retirada, fazendo com que volte ao seu estado original.
          Existem versões de veículos da família com diversos armamentos propostos, até com o mesmo canhão do Engesa EE-9 Cascavel (90mm Cockerill), mas todos obrigam a profundas mudanças em sua plataforma (que impacta diretamente nos custos).
          Novamente, o esta sendo proposto é uma solução realista, levando em conta nossas demandas versus nossas possibilidades, e não uma mera disputa de Super-Trunfo, onde quem tem mais, ou maior, leva!

          1. Obrigado pelas explicações, só queria entender mesmo.
            Portanto, viabilidades técnicas há para instalação da TORC-30 no M-113 (não sendo uma idéia tão sem sentido assim, tecnicamente falando).
            O problema maior reside na questão financeira nacional, T.O limitado com o qual desejamos atuar.
            Por fim, ao que parece o EB está apenas dando mais uma sobrevida ao “Fusca”, até termos outra opção de substituição e ou verbas para melhor equipamento.

          2. Exatamente. O m113 é uma VBTP, os alvos previstos e distâncias envolvidas não demandam calibre maior do que o .50. Este calibre na função prevista, entrega maior cadência, quantidade maior de munição sobressalente, manutenção simplificada além do que a metralhadora .50 da REMAX pode ser operada manualmente em caso de pane do sistema, o que não ocorre na torc 30.

          3. Mudando o foco para a questão da blindagem.
            A ALLTEC poderia oferecer um proposta, apresentando um projeto sugerindo algumas opções para complementar o artigo. Lembrando que a empresa se associou a Rafael a algum tempo atrás para oferecer produtos de blindagem. Lembrando que a primeira desenvolveu o kit de proteção balística adicional do Guarani.

        2. Não é porque possui um canhão rotativo e um radar que é um Phalanx. Mesmo porque esta viatura não suportaria as 5 toneladas do equipamento.
          E o sistema no M163 também não é um CIWS.

    2. Remax é uma coisa, agr Torc 30 é um pouco além da realidade, seria caro e gerariam algumas questões que mais atrapalhariam do que ajudariam o eb.

  3. 1-Como não existe equivalente no continente sendo que Venezuela opera o BMP 3, contando com 100mm e 30mm em torre estabilizada?
    2-Existe interesse em operar REMAX no Leopard? A maioria dos Leopards que vejo estão sem a MG3 encima da torre, sem falar que com a REMAX o comandante da viatura poderia utilizar do sistema de câmeras termais como um espécie de CITV para procurar alvos durante a noite.

    1. Os sistemas de estabilização russos são primários para não dizer duvidáveis como podemos observar no vídeo: https://youtu.be/4mjZKRkQSSY
      Também o fato de “ter sido anunciado” que o BMP venezolano possuir stab é possível ser mentira vide o T-90 MM Indiano com a blindagem reativa oca.
      Quanto ao Leopard o Pq industrial nacional não possui capacidade de furar, usinar, cortar a blindagem da torre sem gerar trincas por stress logo seria necessário Importacao de equipamentos ou integração em outro país, logo RENAX e Leopard são pouco prováveis

      1. Complementando a resposta do capitão Santiago:
        Em relação ao “aclamado” BMP-3, existe uma duvida quanto à sua classificação. Ele seria um IFV, um tank destroier ou um Light tank?
        O fato dele poder transportar um pequeno numero de infantes, assim como os MBT Merkava, não o classificaria diretamente como um IFV, mas sim a forma como é empregado.
        Um IFV tem como função principal o apoio direto a um MBT, e apoiar a tropa desembarcada, em uma força tarefa blindada, e os venezuelanos usam o BMP-3 como apoio de fogo e anticarro para sua infantaria.
        Outra característica, bem posto pelo Adriano Santiago, reside no fato de sua estabilização: ao que consta ela é para a rápida retomada de posição de seu canhão principal, o 2A70 de 100mm e curto recuo, e não para o tiro em movimento do 2A72 de 30mm, isso sem contar nos sensores, que são muito inferiores ao do REMAX.
        Agora voltando ao texto: nele é explicitado a questão do armamento, que no caso do M113 REMAX, não seria sua principal vantagem, até por que ele se mantem o mesmo (a não ser na capacidade de precisão), mas na capacidade de “detectar, reconhecer e identificar alvos, de operação diurna e noturna”, que deixa nossas forças blindadas extremamente dependentes dos Leopard 1A5.
        Enfim, a questão colocada aqui é que, mesmo com todas as limitações e por um custo extremamente baixo, pode se elevar em muito o nível operacional de nossas forças blindadas e, de quebra, criar melhores condições para se definir os requisitos de um IFV verdadeiro.

      1. Esse número de 72 pelotões seriam referente à que? Quantos Batalhões de Infantaria do EB utilizam o M-113?

  4. Realmente, o m113 equipado com o remax seria de grande valia, eu mesmo já havia comentado isso em algumas páginas aqui na net. Até o poder de fogo dos blindados ficariam muito mais precisos, do que é atualmente com as torres manuais, sem contar que daria a capacidade do atirador encontrar alvos a maior distância, graças aos avançados sistemas óticos da remax.

    1. Prezado Colombelli: a sua opinião profissional é suficiente!
      Apenas reforçando meu ponto de vista, de leigo, a vantagem da adoção do REMAX é extremamente interessante e eficaz tornando a ação dos M113 muito mais efetiva com evidente ganho na proteção dos infantes transportados pelas MBTP

  5. Fiz uma breve pesquisa, e o valor de cada Remax em 2016 equivale a 1,15 milhão. Enquanto um Guarany custa 3,6 milhões.

    Se considerar que, pelo que sei (me corrijam indicando as licitações), que o EB comprou apenas 215 torres remax, sendo que se fabricaram mais de 500 guaranys, a realidade demonstra então que o exército sequer teve dinheiro para armar equipamento novo. Quem dirá M113.

    Que é possível e viável, não há dúvida. Mas há dinheiro?

    O perfeito seria que todos os guaranys viessem com torc30 e as m113 viessem todas com remax.

    Mas, de novo, pergunta de sempre é: há dinheiro?

    Da maneira como está, cobrindo um santo e descobrindo outro, melhor que ao menos as guarany sejam armadas.

    1. Caro Iran: me parece que o fator de escala quanto a dotar os M113 e os Guaranis com o REMAX, seria suficiente para reduzir substancialmente o custo unitário. Nos MBTP o uso do calibre 7,65 pode inclusive ser favorecido tendo em vista a logística no que tange ao compartiilhamento com os fuzis dos infantes e que seu uso primordial é contra tropas e não veículos.

      1. Em termos de escala as Remax não tem muito como descer mais. Esse valor, de 2016, já se referiu a uma compra de mais de 200 unidades.

        E em termos de apoio de fogo, faria mais sentido as UT30, e não as Remax.

        Já quanto ao UT30BR da Ares, até onde sei não houve compra efetiva, além da manifestação de interesse, exceto aquelas que estão sendo testadas. E me questiono ainda pq o exército não comprou a versão MK2.

        De qualquer forma, os projetos estão andando, mas conta-gotas. Em especial, o Exército precisa de um reestruturação administrativa completa. Só isso solucionaria. Dinheiro, há. Mas ele não chega onde deveria.

        1. Caro Iran: A utilização das UT30 ( http://www.ares.ind.br/new/pt/sistemas-terrestres/ut30br.php) logicamente tem seu foco em outros aspectos do TO e nem são apropriadas para instalação no M113. Lembrar que os M113 tem carater complementar e na guerra entre unidades blindadas são indispensáveis no transporte de tropa de apoio aos MBTs. Como o comandante Colombelli acima citou, as REMAX seriam utilizadas basicamente em defesa aproximada, em horários noturnos. Nestas condições só a inércia para posicionar os 30mm para abater um infante inimigo já torna esse armamento inadequado para essa função. Ja instalando as UT30 nos Guaranis, esta sim é uma escolha adequada! Abs

  6. Caro Paulo…
    Sou militar…
    E sempre observo por que não implementar o missil anti aereo A darter em veiculos como caxias ou leopard ( adaptar) para proteção efetiva….
    Séria uma proteção efetiva…
    Pois sistemas similares ja são usadoa em outros paises como Python e derby lançados de carros…

    1. Quando as armas de energia dirigida se popularizarem no mundo, seus comandantes se atentarão para essa solução.
      Ao que parece eles vivem buscando soluções “miraculosas” da Europa ou Estares, sendo que a solução está ligo ali.
      Enquanto isso estarão criando a “doutrina” para este tipo de equipamento aqui, já que para o T.O sul americano, do jeito que estamos está bom.

  7. para registro, nos BIM Mec há previsão de um pelotão com canhão 30mm em um pelotão de apoio de fogo com dedicação dos veiculos exclusivamente pra isso. Não tem sentido por armas acima do .50 em VBTP como o guarani pois a quantidade de munição fica muito limitada(ao externo) e o emprego de armas dos vbtp é limitado em muitos casos pelo angulo de tiro. Ele acompanhar a tropa de perto sempre.
    A colocação de uma arma de calibre maior direcionada ao fogo de apoio deve ser feita em veiculos dedicados exclusivamente a isso onde terão melhor e mais amplo emprego, mais flexibilidade ao escalão a que subordinados para sua alocação onde e quanto necessário e maior capacidade de levar munição internamente. A função primordial é o fogo sobre tropa e o apoio a média e longa distância.
    A demanda de UT30 seria no caso desta concepção atual de 48 torres para a infantaria mecanizada quanto todas as 4 brigadas estiverem completas.
    So pra lembrar a UT30 teve inconformidades parciais apontadas pelo EB em relatório recente e o numero atual adquirido é de 12 ou 13.

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