Leopard 1A5 BR, a modernização pode estar próxima

Um presente de Papai Noel para o Exército Brasileiro (EB)?

Nesta véspera de Natal, o Boletim do Exército Nº 52/2020 trouxe a Portaria EME/C Ex Nº 279, de 17 de dezembro último, que aprova a diretriz de iniciação do projeto de modernização da viatura blindada de combate carro de combate (VBC CC) Leopard 1A5 BR e cria a equipe para a realização do estudo de viabilidade e elaboração da proposta do modelo de obtenção.

O projeto propõe a obtenção de 116 unidades modernizadas, das 220 em carga no EB, estendendo sua vida útil por pelo menos 15 anos, considerando o prazo até 2037, além do planejamento e implantação do Suporte Logístico Integrado (SLI) durante esse período, de acordo com o Subprograma Forças Blindadas (SPrg FBld), do Programa Estratégico do Exército (Prg EE) Obtenção da Capacidade Operacional Plena (OCOP).

O que está sendo proposto

O documento indica que essa modernização seria apenas para manter os carros operacionais, após o término de contrato de SLI com a KMW do Brasil, mas alguns pontos devem ser destacados:

  • Atendimento dos RO/RTLI, com ênfase na modernização do sistema de controle de tiro e o sistema de visão termal; substituição do equipamento rádio e do giro hidráulico adotando o giro elétrico para a torre; modernização dos optrônicos para o motorista e instalação de optrônicos independentes para o comandante;
  • Deverá possuir um Sistema de Comando e Controle (C2) interoperável com o adotado pelo EB e com as versões usadas pelas viaturas Guarani;
  • O Projeto não deve contemplar alteração no armamento principal e no nível de proteção blindada básica;
  • As viaturas especializadas da família, como a versão Engenharia (VBE Eng), lança-pontes (VBE Lç Pnt), e socorro (VBE Soc), não serão abrangidas.

Isso pode significar o real interesse do EB em desenvolver uma nova família de blindados sobre lagartas. Entretanto, levando-se em consideração o tempo necessário para que entre em operação, fica claro a necessidade de se criar condições para manter as viaturas atuais em um nível adequado de operacionalidade. Por outro lado a pequena quantidade que pode ser  modernizada, pode indicar a possibilidade de aquisição de outra plataforma, talvez mais pesada, em uma compra de oportunidade, que poderia operar com os Leopard 1A5 BR até a chegada de seu sucessor.

Algumas empresas estão em contato com o EB para oferecerem soluções, como a KMW do Brasil e Ares/Elbit. Em breve, Tecnologia & Defesa trará mais detalhes do assunto.

 

Veja também

Cascavel – Um novo ciclo de vida

Diretriz do Exército aponta a necessidade de modernização dos blindados

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Comentários

39 respostas

  1. Pela quantidade proposta devemos realmente novas opções pela frente,esta na hora do exército atualizar seu equipamento, não apenas em MBT’s, mas em outras armas(segmentos ) sendo que se olharmos a FAB e a MB estão com projetos bilionários em andamento, projetos de ponta, caças, KC 390, submarinos e fragatas.
    Sei que existe o projeto Guarani, mas o exército possui armas bastante defesadas, engenharia, artilharia e MBT’S, tomara que 2021 tenhamos novidades.

  2. Bastos, é meio estranho, mas não seria viável a nacionalização da torre e do canhão como na proposta da Hitfact de produzir no Brasil em parceria com a Imbel e Ares e depois retira a torre e instala no futuro VBC CC nacional? Meio que nacionalizando aos poucos, primeiro a torre depois o veículo em si.
    Seria algo parecido com o que a Royal Navy queria fazer na modernização da type 23.

  3. Amigo Paulo Bastos serão modernizadas apenas 116 Leo 1A5 e o restante da frota
    e os Leo 1A1 BE ? continuam operacionais?

    1. Fabio, alguns dos Leopard 1A1, ou 1BE, ainda estão em uso nos RCB, mas sua disponibilidade esta tão baixa que obrigou ao EB retirar 12 1A5 dos RCC para enviar aos RCB, 4 para cada (1 esquadrão).
      Sobre o que vai acontecer com os 1A5 modernizados e não modernizados, isso vai depender de diversos fatores que ainda não se concretizaram (lembrando que, assim como a modernização do Cascavel, esse programa ainda esta em um estágio muito embrionário, ou seja, ele pode não ocorrer).
      Em breve, assim que for permitido, vou colocar no ar uma matéria esclarecendo essas duvidas.

      1. Bastos, cada RCB recebeu apenas 4 Leo 1A5? Um esquadrao não é composto por 12 Carros de Combate? Como são 4 RCC e 3 RCB que operam Leo 1BE, se cada RCC cedeu 3 1A5, deu 12 no total…..entretanto, eu pensei que cada RCB recebeu 12 1A5. Não sei se tu entendeu…..acho que ficou meio confuso….hehehe

  4. E a parte mecânica? O motor está descontinuado, idem para um monte de outros itens. Como o EB planeja resolver esses problemas?

  5. Já que vão mexer na torre do MBT, seria viável o redesenho de nova torre para comportar os novos optrônicos, diretores de tiro etc?
    Quem sabe uma parceria Equitron/Ares ?
    Assim a indústria nacional ganham expertise em Torres de MBT e poderá realizar o mesma serviço para os LEO1A5 mundo há fora.
    Sem falar na possibilidade de desenvolver uma torre nacional para o futuro MBT (quem sabe nacional)

  6. Péssima notícia. Concentrem esforços na viatura 8×8 Guarani, nacionalizando-se tudo o que for possível; sem perder de vistas: Drones, mísseis ar terra, artilharia antiaérea .

  7. Se for para “economizar ” para comprarem o sistema anti aereo que esta para vir ai eu ate concordo ,porem se nao for isso e gastar grana com sucata da decada de 70 e com canhao de 105mm obsoleto etc ….

  8. Temos 4 RCB….3 com Leo 1BE (+alguns Leo 1A5) e 1 com M-60A3TTS. Com esses 116 propostos na modernização, teríamos cada 1 dos 4 RCB mobiliados com 28 Leo 1A5 mod. (2 esquadrões com 12 Carros mais 1 Carro para o comandante de cada esquadrão. …mais 1 Carro para o Comandante do RCB e 1 para o Subcomandante: 13 x 2 = 26 + 2 = 28 …. 28 x 4 = 112). Os 4 Carros restantes iriam oara o CIBld.
    Para equipar os 4 RCB, compraríamos 220 Carros mais modernos….alguma versão do Leopard 2 ou M1A1 Abrams.
    A unica opção que não pode ser escolhida é ficarmos com apenas 116 Carros de Combate para mobiliar todos os RCB e RCC.

  9. Paulo Bastos, vc diz: “pode indicar a possibilidade da aquisição outra plataforma, talvez mais pesada, em uma compra de oportunidade, que poderia operar com os Leopard 1A5 BR até a entrada em serviço de seu sucessor”. Seria uma futura aquisição dos LEO 2 A5 (A6 ou A7) ? E se for, como se daria seu deslocamento em nossas pontes e vias férreas já que estas não aguentariam seu peso ?

    1. Adriano, nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste, a grande maioria da malha rodoviária suporta viaturas bem mais pesadas que os modernos MBT’s da atualidade. O problema são as regiões Norte e Nordeste.
      O que eu quis dizer na frase que vc destacou é que o EB PODE adquirir algumas viaturas, que PODEM ser mais pesadas que os atuais, para atuar em CONJUNTO com os Leopard 1A5 BR modernizados até a entrada em operação de seu substituto.
      Ficou claro? 😉

  10. Paulo Bastos, feliz Natal!!!

    Mudando um pouco o assunto, no mesmo Boletim do Exército em que foi publicada a Portaria – EME/C Ex Nº 279, que trata do início do estudo de modernização dos Leopard 1 A5, foi também publicada a PORTARIA – EME/C EX Nº 282, que aprova a Padronização da Estação de Armas Manual Blindada PLATT para o Exército Brasileiro.

    Eu sei que isso tem implicação administrativa, pois autoriza a aquisição, por exemplo, sem licitação em razão da padronização dos equipamentos.

    Eu gostaria de saber como isso pode impactar no projeto da REMAN da ARES? O Exército poderá adotar tanto a PLATT quanto a REMAN? Isso não seria um contrassenso logístico?

    Att.

    JL

    1. Feliz Natal, Jorge.
      O problema é a utilização da palavra “padronização”, que remete para algo como “unica”.
      Na verdade ela quer dizer que finalmente, a torre Platt foi finalmente considerada homologada (como eu disse na matéria desmentindo a bobagem que falaram sobre a reprovação UT30BR, e cito que a Platt também havia sido considerada “não conforme”), e isso quer dizer que ela PODE ser adquirida pelo EB.
      A REMAN ainda esta em processo de homologação e, após isso, ela também sera considerada “padronizada”, ou seja, padronização aqui quer dizer que ela pode ser adquirida, e não que é a unica a ser adquirida.
      Ficou claro agora? 😉

      1. Pois é, Paulo. Concordo contigo em relação a nomenclatura. No mais, ficou claríssima a explicação. Esperemos que a REMAN também seja padronizada.

      2. Engraçado, no mundo toda e no dicionário, padronização quer dizer igualar , padronizar as coisas, processo.
        Daí sua derivação suficsal .
        Acho que o dicionário do EB é meio distópico quanto as coisas!

          1. Se Desculpe o erro caro Flanker, mas “elementar meu caro Watson”.
            Posso ter errado na grafia, mas aceitei na explicação e lógica de sentido.

  11. Creio que lá na frente, mantendo-se o atual governo, poderemos dar o start para o desenvolvimento de um MBT nacional, ou o mais factível: compra de oportunidade de alguma versão do Leo 2 que esteja descarregando das forças armadas de algum país europeu. Para os RCC, provavelmente viriam novidades…

  12. Boa noite!
    Paulo tudo bem?
    Existe a possibilidade do EB adquirir alguns Leopard 1A5 da Itália,Canadá ou Dinamarca?

  13. Olá Paulo!!!
    Só os Leo 1A5 italianos que chegou a ser avaliados de aquisição, o que resultou daquilo?!
    Grande abraço e Feliz Natal!!!

  14. É vergonhoso a gente ver atitudes como essa, onde ficam gastando dinheiro c/ sucatas ultrapassadas e depois ficam dizendo que falta dinheiro para investir em equipamentos novos.
    E o mais incrivel, é a gente ver países da A.S. como Chile, Venezuela e Perú terem equipamentos como tanques mais modernos e potentes que os nossos, então ñ da nem para acreditar em nada desses generais que estão no comando desse nosso exército, porque esses caras ñ estão preocupado c/ a segurança do país e sim c/ o interece próprio.

    1. Bepo, Os 1A5 ainda são muito bons para nosso TO com essa atualização. Acho que no atual momento, investir em novos MBT não é a prioridade, acho que o sistema antiaéreo é a prioridade, assim como a Artilharia auto-rebocada , Chile e Peru não se bicam e é problema deles, a Venezuela não vai nos invadir. Tb não vamos guerrear com o EUA, Russia, China, Marte, etc… como dizem por aí. O EB sabe que o cobertor é curto, e ainda teremos cortes por causa do deficit da pandemia, é uma Força pé no chão que tem um monte de prioridades mas, vai comendo pelas beiradas. Ainda bem que desistiram daquela doideira de helicóptero de ataque puro. A experiência colombiana com os Black Hawk armados está sendo bem avaliada, Seriam 2 helicópteros em 1!

  15. Bastos, eu ainda acho isso desnecessário ainda, pois as nossas forças terrestres do EB necessitam com urgência de um bom sistema de defesa antiaéreo como o SPYDER israelense por exemplo.

    Do que adianta modernizar toda a frota de blindados no solo, se não podemos garantir a defesa do nosso espaço aéreo?

    Enquanto não dominarmos o nosso espaço aéreo no tocante à defesa antiaérea, será inviável modernizar os blindados de combate de solo.

    E quanto aos MBT, os Leopard 1a5 estão muito obsoletos e já deram o que tinham que dar. O ideal seria o Brasil desenvolver um tanque próprio, e tecnologia pra isso nós temos de sobra.

    1. Alexandre, já saiu a ROC sobre a Defesa Antiaérea, pesquise, só não pode ser assim como muitos acham que deve ser, igual comprar geladeira e fogão na loja, os sistemas têm que ser bem avaliados, tem logística, manutenção, treinamento. Não estamos sob ameaças, podemos escolher com calma o melhor que cubra todas as camadas! Lembre-se que será um Sistema comum paras as 3 Forças! Fico surpreso com os comentários pois achava que quem gosta de assunto militar tem alguma idéia sobre fundamentos técnicos!

    2. Para que reinventar a roda, podemos atualizar os leopards e manter negociações para produzir um MBT já testado e em operação. Não há escala industrial para compensar o inventimento. Seriam o que? 250, 300 carros? Não compensa o invenstimento.

      1. Os Leopard 1a5 são bons mas infelizmente já estão ultrapassados e já deram o que tinham que dar.
        Pra quê modernizar os tanques blindados se a gente ainda nem consegue dominar e defender o nosso espaço aéreo direito??
        Óbvio que não é igual a comprar uma geladeira, tudo está sendo avaliado na defesa antiaérea, e é justamente isso que está em jogo agora por ser prioridade máxima, não é porque o nosso país não sofre ameaças que devemos demorar para investir ou ficar de braços cruzados.
        Primeiro devemos dominar o nosso espaço aéreo, aí sim depois moderniza o que tiver que modernizar os nossos blindados. A tecnologia está cada vez mais avançada e hoje diversas nações já usam drones de vigilância aérea e de ataque ao mesmo tempo, então se não tivermos uma boa defesa antiaérea, é praticamente irrelevante modernizar os blindados.
        A prioridade total é a nossa defesa antiaérea, além de investir e desenvolver mais drones de vigilância aérea e defesa.

        1. Ao invés de modernizar os Leopard 1a5 seria bom aumentar ainda mais a frota dos Guarani 6×6, são 2.044 unidades encomendadas desde 2012 salvo engano, sendo que não temos nem 500 ainda em operação.

          1. Já faz um bom tempo que não serão mais 2044 unidades do Guarani. Esse quantitativo foi diminuído para pouco mais de 1500 unidades.
            E o que os Guaranis tem a ver com os Leopards? Veículos, missões, utilidades e usos completamente diferentes….aumentar a frota de um modelo, não resolve os problemas do outro…..

          2. O Flanker já apontou a mudança no número. Importante observar que, ao modificar o número das entregas, houveram reajustes nos contratos onde a IVECO não aceitou a redução do valor.
            Tivemos um belo de um prejuízo com esta mudança, inclusive com e julgamento no TCU de três generais que já estão na reserva.

          3. Flanker, é justanebte isso o que eu estou dizendo, se for pra gastar com modernização dos tanques, é melhor gastar com um sistema antiaéreo.
            Eu citei os Guarani de ironia.

  16. Meu medo continua sendo esse cano curto e as outras limitações do carro que nenhum kit de modernização pode mudar. Em comparação com carros de outros países ao nosso redor nossos soldados estariam expostos ao fogo inimigo por 1000 a 1500 metros antes de finalmente poder engajar o inimigo, e isso tendo de parar o tanque para poder atirar…quem viu os documentários das guerras dos 6 dias e a de Yom Kippur viu o que Israel conseguiu fazer com menos tanques de maior alcance e o que os americanos fizeram na primeira guerra do golfo sendo capazes de atirar enqueanto em movimento. Posso entender esses tanques sendo usados como reserva ou segunda linha de tiro, mas como principal carro de combate? Muito desmoralizador. Por mais que se tente turbinar um Fusca, ele continua um Fusca; as limitações não mudam.

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