Na 1ª semana de fevereiro o ministro da Defesa do Brasil, Raul Jungmann, vistoriou as obras da nova Estação Antártica Comandante Ferraz, base de pesquisa que pertence ao Brasil, no continente gelado.
O ministro desembarcou primeiramente na base antártica chilena presidente Eduardo Frei Montalva e de lá, seguiu de helicóptero até o canteiro de obras da estação brasileira, onde recebeu as informações sobre o andamento do trabalho.
“Aqui são desenvolvidas pesquisas do mais alto nível e o Brasil mostra sua bandeira. Mais uma vez demonstra que é um país que se preocupa com a humanidade e o meio ambiente”, declarou Jungmann ao final da visita à estação, que está sendo reconstruída após um incêndio em 2012.
Devido às condições climáticas extremas do inverno antártico, as obras de reconstrução só ocorrem entre os meses de novembro e março de cada ano. Nesse ritmo, a previsão é que a nova estação esteja pronta no próximo verão, em 2019.
Atualmente, cerca de 200 operários chineses da empresa China National Electronics Import & Export Corporation (CEIEC), vencedora da licitação, trabalham na obra da nova estação na Ilha Rei George. O custo total da obra, sob a supervisão da Marinha do Brasil, é de US$ 99,6 milhões.
O comandante da Marinha, almirante Eduardo Bacellar Leal Ferreira, que também acompanhou a inspeção, afirmou que a Força Naval e diversos parceiros fazem um grande esforço em prol dos interesses brasileiros na Antártica.
O embaixador brasileiro no Chile, Carlos Sérgio Sobral Duarte, também acompanhou a visita, além de outras autoridades militares.
A nova base de 4,5 mil metros quadrados, com modernas instalações e uma vista privilegiada para a geleira azulada Wanda, terá 17 laboratórios, ultrafreezers para armazenamento de amostras coletadas pelos pesquisadores do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), que desde 1982 desenvolvem pesquisas em áreas como oceanografia e biologia, entre outras. A estação poderá abrigar até 65 pessoas.
O PROANTAR é um projeto interministerial coordenado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).
O Ministério da Defesa, por meio da Marinha do Brasil e da Força Aérea Brasileira, presta apoio aos pesquisadores de Instituições de Ensino Superior (IES).
De acordo com o secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, almirante Renato Batista de Melo, a Marinha dentro do PROANTAR é responsável pela parte logística. “A Marinha provê aos pesquisadores todas as condições básicas para realizarem suas pesquisas, selecionadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) ou MCTIC. “Realizamos o transporte até a Antártica e proporcionamos facilidades para a pesquisa, seja na estação Comandante Ferraz, ou nos acampamentos ou a bordo dos navios da Marinha: o Almirante Maximiano e o Ary Rongel“, disse.
O pesquisador e professor Carlos Fugita, da Universidade Federal de Rio Grande (FURG) é um dos profissionais que neste momento encontra-se a bordo do navio polar Ary Rongel. “Estamos iniciando uma expedição para mapear propriedades físico-químicas na região da Península Antártica, que tem uma grande contribuição para aspectos relacionados a variações climáticas. O que acontece na Antártica tem um reflexo global”, comentou.
A estudante Mariah Borges, da mesma universidade, participa pela segunda vez do programa. “A previsão é ficar 20 dias no mar a bordo do navio almirante Maximiano”, afirmou.
Anualmente, a Marinha apoia 200 pesquisadores em 21 projetos de pesquisa. Esta versão de 2018 já é a 36ª da PROANTAR.