Na última terça-feira, 3, um grupo de industriais paranaenses conheceram oportunidades de negócios com o Exército Brasileiro.
Em reunião promovida pela Federação das Indústrias do Paraná (FIEP), em Curitiba, oficiais apresentaram alguns dos principais projetos e programas que demandam a aquisição de produtos fabricados por vários setores industriais, além do desenvolvimento de novas tecnologias.
O presidente do Sistema FIEP, Carlos Valter Martins Pedro, destacou justamente o caráter de abertura de oportunidades de negócios possibilitada pelo encontro. “Na FIEP, estamos potencializando muito o viés de negócios, e o Exército é um grande comprador, um indutor de novas tecnologias, de novas necessidades”, disse. “Essa aproximação que fizemos é estratégica para a gente potencializar novos fornecedores para o Exército nos produtos que já são convencionais, mas principalmente nas oportunidades de novas tecnologias, de desenvolvimento de novos produtos”, completou.
Os programas atualmente em andamento, que fazem parte da Estratégia Nacional de Defesa, foram apresentados pelo general Ivan Ferreira Neiva Filho, chefe do Escritório de Projetos do Exército (EPEx). “Temos 16 projetos estratégicos, com mais de 140 programas dentro deles e com um catálogo de demandas de investimentos para os próximos quatro anos”, explicou.
Os projetos vão desde a implantação do Sistema de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON), que exige a aquisição de sensores e outros equipamentos eletrônicos, até o desenvolvimento de novos uniformes para a tropa, passando ainda pela construção de novas estruturas e a modernização e manutenção da frota de veículos, entre outros.
Segundo o general Neiva, além de atender às necessidades do Exército para a sua atuação na defesa do território brasileiro, os projetos têm o objetivo de fomentar também o desenvolvimento econômico do país. “Um bom projeto de defesa é também um bom projeto de desenvolvimento. Ao mesmo tempo em que preparamos o Exército para novos desafios, devemos também fomentar a economia nacional. Muitas vezes seria muito mais fácil importar determinados equipamentos, mas isso não atenderia o viés de desenvolvimento nacional”, explicou.
Para que isso aconteça, porém, é necessário ampliar a chamada Base Industrial de Defesa (BID). Um movimento que, se bem-sucedido, pode trazer resultados econômicos expressivos para o país.
Como exemplo, o general citou que a fabricação de um único lançador de foguetes Astros, desenvolvido no Brasil e hoje comercializado para vários países por aproximadamente R$ 10 milhões a unidade, gera 132 empregos diretos. “Cada real investido na Base Industrial de Defesa gera cerca de R$ 3,66 de impacto na cadeia produtiva”, acrescentou o general.
Na estratégia do Exército, está também o incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação, tanto em parceria com indústrias tradicionais quanto com startups de diferentes áreas. Por isso, o general considera que reuniões como a promovida pela FIEP, que aproximam a indústria da corporação, são fundamentais. “Tenho a obrigação de estabelecer esse contato, fazendo a ligação entre o planejamento estratégico do Exército e aqueles que podem nos entregar essas demandas. O Exército não cumprirá sua missão se essa parceria não for estabelecida”, afirmou.
Entre os participantes do encontro estiveram industriais de diferentes setores, incluindo metalmecânico, máquinas e equipamentos, eletroeletrônico, madeireiro, construção civil, vestuário e alimentos e bebidas. Muitos deles afirmaram que tinham pouco conhecimento sobre as demandas do Exército. “Quando recebi o convite, não sabia o que era o Exército Brasileiro. Foi uma surpresa muito gratificante e saio com um cabedal de informações que vou divulgar com certeza”, disse a empresária Kozue Imai, presidente da indústria Maringá Soldas.
Fonte e Créditos da Matéria: Instituto InfoRel de Relações Internacionais e Defesa – http://www.inforel.org/industriais-paranaenses-conhecem-oportunidades-de-fornecimento-para-o-exercito.
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