- O maior navio de guerra do Reino Unido está homologado para navegar fora das águas territoriais britânicas depois que sua equipe de controle de avarias (CAV) passou uma série crucial de testes.
Os avaliadores finais da Royal Navy determinaram que mais de 700 homens e mulheres a bordo do porta-aviões HMS Queen Elizabeth podem lidar com emergências no mar e, portanto, estão autorizados a navegar fora do Reino Unido.
Desde a saída de Portsmouth na sexta-feira (02/02), o leviatã de 65 mil toneladas foi submetido a treinamento intensivo, incluindo combate a incêndios e controle de danos, sob o olho atento da equipe Flag Officer Sea Training (FOST), a unidade de treinamento operacional da Real Marinha Britânica.
O pool de empresas que construíram o navio, formado pela Babcock International, Thales Group, A&P Group, Rosyth Dockyard e a BAE Systems teve que comprovar que pode cumprir o padrão exigido para lidar com um incêndio na Praça de Máquinas e outros compartimentos confinados, exercício conhecido na Real Marinha Britânica como um “F4” (um “F1” é um incidente menor, e pode escalar até um “F7” com o navio em perigo de afundar).
Ao descobrir o “incêndio”, espera-se que a equipe percorra um processo reconhecido para alertar o resto do navio, realizar ações iniciais para lutar contra o fogo e depois contê-lo e extingui-lo com uma equipe de combate a incêndio (controle de avarias).
O treinamento é formatado para ser o mais realista possível e testar todas as partes da estrutura de comando e controle do navio.
O compartimento em teste é preenchido com fumo não tóxico e “baixas” são inseridas no cenário para testar outras áreas da organização, como médicos e comunicações a bordo, bem como a capacidade do navio para expelir a fumaça e bombear a água potencialmente danosa usada para extinguir as “chamas”.
Com 3.300 compartimentos em todo o HMS Queen Elizabeth, há uma quantidade significativa de “imóveis” para o treinamento cobrir.
Um quinto do pessoal do FOST (Sul), conhecido como “seariders“, está atualmente a bordo do navio – cerca de 50 profissionais – aplicando esse pacote de “Treinamento Preliminar de Segurança“, entre eles o Lt Cdr Jon Goulder.
“O tamanho é um dos maiores desafios”, ele explicou. “É realmente incrível, pois o navio é muito maior do que os que utilizamos anteriormente, mas conta com um número comparável de pessoal. No entanto, treinamos pessoas, não compartimentos, de modo que o controle de danos e as habilidades de combate a incêndios é algo ensinado a todos os marinheiros da Marinha Real no primeiro dia a bordo em todos os navios da Esquadra. Há muita experiência neste navio, e todos estão respondendo brilhantemente ao treinamento”.
O comandante do Queen Elizabeth, o capitão Jerry Kyd, declarou que o treinamento aplicado aos seus marinheiros desde que deixaram Portsmouth foi nível “classe mundial”. Ele continuou: “Isso me dá – e aos fabricantes do navio – grande confiança de que podemos lidar efetivamente com emergências no mar”.
O HMS Queen Elisabeth segue agora para a sua primeira visita no exterior: Gibraltar. O porta-aviões deve chegar “A Rocha” ou “The Rock” na manhã de sexta-feira (10/02).
O navio está transportando quatro helicópteros Leonardo EH.101 Merlin e dois Boeing Chinook a bordo, enquanto conduz ensaios em voo para determinar as piores condições meteorológicas possíveis de se operar aeronaves de asas rotativas com segurança.